Records; One-shot

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1993
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Verão de 1993. Patricinhas andavam pela calçada da beirada da praia com suas leggings caras e seus discmans presos na cintura. Turistas com suas câmeras tiravam fotos do céu e do mar das 17 da tarde, quando ainda havia um bocado de Sol. Coisa comum dos verões naquele lugar.

Uma outra coisa bastante comum de se ver, era um jovem de 16 anos na sacada de "sua" casa, com um toca-discos ao lado.

Seu nome era Ray. Tinha cabelos negros e, em todas as tardes de verão, era visitado por uma garota ruiva, cujo nome era Emma.

E, em outra daquelas tardes de verão, Emma tinha ido visitá-lo mais uma vez.

-Boa tarde, dona Isabella. - Acenou para a mãe do amigo, que não falou nada, mas deu um mínimo sorriso e voltou a olhar para o nada.

Subiu até o quarto de Ray, que estava deitado com as pernas para fora da cama.

-Você não gosta mesmo dela, né?

-Sim. E você pode fechar a porta? Eu não quero que ela nos ouça.

Antes que a garota pudesse falar qualquer coisa, foi fechar a porta.

-Obrigado.

-Alguma coisa aconteceu?

-Além da Isabella estar aqui? Não, mas obrigado por perguntar.

-Fala logo, senão eu vou sair por aquela porta e deixar aberta.

-Nossa, mas também não precisa apelar, né? Mas, tá tudo bem, Emma.

-Você 'tá mais deprimido que o normal.

Ray bufou, mas não falou nada. Ao invés disso, ele se levantou e foi até a sacada, sem ligar o toca-discos. Emma o seguiu.

-Eu sou um covarde, Emma. Gosto da mesma pessoa faz 10 anos e não consigo me declarar.

-Você consegue. Mas é tão pessimista que acha que, além de não conseguir se declarar, acha que ele não gosta de você.

-Ah, claro, é claro que ele sente o mesmo por mim. - disse sarcástico e virou, por alguns instantes, o rosto para o lado, mas voltou a olhar para a garota - Já viu o jeito que ele te olha? Principalmente perto dos pais dele, que insistem em dizer que vocês vão ficar juntos. Ele beija o chão onde você pisa.

-Sabe que a Violet não gosta de quando você e ele dão as mãos ou coisa parecida, então ele pode muito bem fingir na frente dela.

-Fingir? O Norman? Emma, não acredito que vou te internar num hospício com 16 anos.

A ruiva saiu de perto, pegou um travesseiro e jogou no rosto do moreno, que ria alto.

-Deixa de ser bobo, Ray. E eu 'tô falando sério.

-Eu sei, mas é mais fácil você subir numa girafa do que falar sério.

-Ah, agora eu lembrei de um negócio que eu tinha que te falar.

-O quê? - O moreno havia parado de rir para prestar atenção.

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