Capítulo I

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Os personagens são os que eu usei durante o jogo, por isso não deixo a critério do leitor criar as características que eles desejam. Lembrem-se antes de tudo, a Elisa no dito momento tem apenas 15 anos. Notei que muitas pessoas ficaram confusas quanto a idade dela.

"— Papai você tem que me pegar — a criança sorrir alegremente, com seus cabelos esvoaçantes ao vento." O homem de postura e alto sorrir, ele corre atrás dela aparentando estar feliz. Uma cena típica entre pai e filha...

Se não fosse pelos meus poderes de Semideusa, despertando aos oito anos de idade. Pisco os olhos algumas vezes para sair desses pensamentos e voltar a realidade.

— Estava pensando em que? — Encaro Beto por alguns segundos antes de responder alguma coisa.

Sorrio bem leve e levanto passando uma mão em seus cabelos que vivem bagunçados.

— Nada demais, vai se atrasar para a escola se continuar aí parado. — Paro na porta antes de sair, encosto no arco ainda de costas para ele e cruzo os braços, posso ouvir seus passos apresados se aproximando pelas minhas costas.

— Tem razão, estou ficando atrasado, te amo. — Sinto um beijo em meu rosto e fico olhando suas costas enquanto ele praticamente corre para não perder o horário.

Respiro fundo comprimindo os lábios, ouço outra porta abrir e vejo Tony sair por ela, ele sorrir, um sorriso alinhado, o que eu chamaria de um perfeito cafajeste.

— O papai tem trabalho para você, pediu para encontrá-lo no escritório, ele está furioso por você não atender as ligações — sinto meu dedo indicador apertar meu braço involuntariamente.

Eu sequer lembro onde deixei meu celular. Passo a visão brevemente pela sala, constatando que não deixei aqui, meu irmão aproxima-se e me abraça apertado, envolvendo seus braços grossos em meu corpo pequeno e um tanto magro, abraço ele de volta, devolvendo o mesmo afeto.

— Já estou indo, ninguém quer ver o senhor Black furioso, não é — sorrio e solto seu corpo para ir até o escritório do meu pai.

Após alguns segundos, me encontro na frente do cômodo e bato na porta pesada de uma madeira escura que eu não faço questão de saber a origem, ele permite minha entrada, e assim eu faço, cruzo meus braços atrás do corpo ouvindo meu pai berrando furioso ao celular, ele fala em Russo, eu posso entender muito bem o que é dito, mas não me foco em ouvir, mantenho meu olhar congelado em linha reta, como um perfeito cão treinado que nunca desobedece seu dono.

Pelo breve silêncio, percebo que a ligação foi encerrada, o Sr. Black anda em minha direção à passos firmes, conto cada um deles, ao total dando cinco, sua mão grande e pesada agarra meu pescoço apertando ele com força.

— Para que você quer um celular se não para usar quando necessário? — Indaga em um tom frio, de semblante sério, enquanto seus dedos se apertam ainda mais meu pescoço fino, me mantenho na mesma posição, ou ao menos tento.

Levo as duas mãos até as suas, afim de frouxar o aperto.

— Desculpe, estava desatenta — falo com dificuldade e ele me empurra para trás, soltando finalmente meu pescoço.

Mantenho o equilíbrio e volto para a mesma posição, sentindo um nó na garganta.

— Você precisa matar aquele advogado de merda, ele está prestes a nos dar trabalho, e matando agora a suspeita cai em outro — balanço a cabeça em confirmação.

— Posso sair? — Deixo meus olhos caírem para o chão.

Ele pensa e mexe a mão em autorização, dou um passo para trás e viro para sair já abrindo a porta.

Elisa Black: O começo (Pausada)Onde histórias criam vida. Descubra agora