Parte 5

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A semana até que passa bem rápido, Bruno e eu entregamos o trabalho, não nos falamos durante as aulas, mas eu notava seu olhar na minha direção e sorria para ele que retribuía com um sorriso. Em alguns momentos ele piscava para mim e isso me causa a borboletas no estômago novamente.

Quando as horas de intervalo vem, na segunda eu não tenho coragem de falar com o Bruno e acabo apenas tomando café com outros colegas de turma, por volta da quarta-feira eu chamo Valéria para tomar café durante as pausas, como ela era do curso de enfermagem nem sempre tínhamos pausas nas mesmas horas.
Corro para o prédio da aula dela, com dois copos de café e quando ela sai de sua aula eu a vejo com os olhos chorosos e já ativo meu lado amiga super protetora.

- V! O que houve? - Pergunto me aproximando e ela logo envolve seus braços ao redor do meu e eu a abraço mas tomando cuidado para não derrubar os copos.  - Você está bem?

- Ela me disse que eu sou gorda! - Ela choraminga e eu me afasto da mesma, lhe dando o café e ela dá um gole enquanto eu passo meu polegar em sua bochecha, secando suas lágrimas.

- Quando ela disse isso?

- Hoje. Eu mandei as fotos e ela disse que eu sou uma vadia mais gorda que uma baleia Assasina e deveria me matar. - Não resisto a abraçar a Valéria com mais força. - Eu me sinto tão mal.

- Você é linda e ela uma escrota. - Eu estava fervendo de ódio.

Quem aquela garota era para falar mal da V?

- Você está com seu celular aí? Ainda tem o número dela? - V confirma com a cabeça e eu já formo um plano.

Pego o celular dela e a levo comigo até aonde Bruno estava comendo um pão de queijo mais os seus amigos. Os olhos dele brilham quando me vê mas ao notar minha expressão seria, ele se levanta rapidamente.

- O que houve?

- Seu pai é o CEO da Lima Informática, não é?

- Sim, ele é. - Bruno confirma e eu dou um sorriso malicioso para ele. - Pode me fazer um pequeno favor?

Bruno concorda e repasso meu plano a ele, V conta o que houve e Bruno pergunta se eu estaria livre naquela noite, o que acabamos marcando de nos encontrar ainda naquela quarta.
Valéria parecia melhor quando a encontrei na hora que ela estava indo embora da faculdade, ela não quis ir até a minha casa naquele dia, então acabou sendo somente eu e o Bruno.

Por volta das 20 horas, ele estava sentado na minha cadeira da escrivaninha e me mostrando o que um dos estagiários da empresa do seu pai tinha conseguido fazer.

- Então agora ela vai ser cancelada na Internet? A Valéria não vai ser exposta não ne? - Pergunto preocupada.

- Não, ela está protegida, o foco é apenas o cyberbullyng que essa garota fez, ele descobriu que ela faz isso com todas as garotas que conhece no site. Com ela exposta todas poderão se proteger de encontrar ela nas redes. - Os olhos dele brilhavam enquanto me contava isso e eu sorria orgulhosa.

- Obrigada, Bruno. Ela ficou tão mal. - Passo minha mão por seus cabelos loiros e quando vejo estou me inclinando em sua direção.

Não demoro a por meus lábios nos dele e o mesmo me puxa para seu colo, suas mãos agarram minhas nádegas enquanto nos beijamos daquela forma tão avassaladora, quando me afasto, ofegante, eu sabia que precisava dizer a ele a verdade, tinha que ser agora.

- Bruno eu tenho que...

- Droga! - Seu celular começa a tocar e ele o pega do bolso, desliza o celular e então. - Preciso ir, o meu pai me chamou para jantar hoje com a nova namorada dele.

Recebo isso como minha deixa, eu me levanto rapidamente do seu colo mas ele não sai da minha cadeira, acabo por me ajoelhar no chão do meu quarto enquanto o olhava.

- Você não parece que quer ir. - Comento, pela forma como ele disse que tinha ir sair mas não se moveu, imagino que estava querendo adiar isso.

Bruno olha o celular e aperta ele com força antes de me erguer o olhar na minha direção.

- Desde que minha mãe morreu, meu pai fica saindo com essas garotas que são mais novas que eu ou da minha idade e isso é desconfortável. - Ele admite.

Logo Bruno me conta como sua mãe tinha falecido, câncer de mama. Ele tinha apenas 14 anos quando a perdeu, entendia que seu pai precisava e podia namorar novamente mas não aguenta as namoradas dele pedindo que o Bruno as chame de mães ou quando elas davam encima dele mesmo com o pai presente.
Não aguento e acabo dando uma risada quando ele me fala da última garota que tentou passar a mão nele em um jantar.

- Errada não está. Você é mesmo um pão. - Repito a cantada da garota e ele faz uma expressão constrangida e eu gargalho mais ainda.

- Então... Ainda vamos ter um encontro? - Sua pergunta sai de forma tão fofa quanto um garotinho pedindo sobremesa no jantar.

- Sábado, o que acha?

- Parque flamboyant ou cinema?

- Parque.

- Feito. - Bruno se levanta e eu também, ele segura na minha cintura e me beija com vontade.

Cinema era um bom encontro, mas o parque era mais íntimo e poderíamos conversar mais, queria o conhecer melhor e nem acredito que ele está interessado em mim.
Quando Bruno vai embora, ligo para a Valéria e conto a ela sobre o que ocorreu, com tudo resolvido ela me agradece e diz que nunca mais vai sair com garotas de aplicativo. Uma parte de mim torcia para que isso fosse verdade.

Algodão Doce (+12) Onde histórias criam vida. Descubra agora