Tempus (Moonsun/Ot4)

Lessons

Depois de passado umas 4 horas, que mais pareciam como uma eternidade na cabeça da Byulyi, tinha chego a tão aguardada hora das crianças se despedirem dos coleguinhas e funcionários e para até que enfim, pelo menos era desse jeito que ela pensava, voltarem para o conforto de seus lares, ou algo do tipo.

Por enquanto o pátio do colégio permanecia agitado com os sons de solado de borracha sendo arrastado pelo chão.
Enquanto esperavam a chegada dos pais, algumas crianças corriam brincando de pega pega, outras batiam cartinha, outras pulavam corda... Byulyi assistia tudo de longe, sentada num banco de lápis colorido que ficava num ponto estratégico do ambiente, permitindo que quem estivesse nele pudesse ser observada, da mesma forma que observava. Parecia uma logística boa. O profissional que bolou o posicionamento da dos móveis com certeza sabia o que estava fazendo.

Mas ser do tipo observadora não parecia ser a melhor das opções agora. Quero dizer, não parece muito agradável ter a sensação de estarem falando de você, sem sequer se lembrar de ter dado motivo pra isso. Pior ainda quando é notável que essa sensação não apenas uma neura, mas clara e evidente nas rodinhas de fofocas risonhas que não param de apontar em sua direção.

Byulyi estava cansada disso.

Mesmo que tivesse aprendido a revidar as pirracinhas, ainda era estressante viver na defensiva o tempo todo.

Os pais do Doyoon parecem levar a sério o conceito de pontualidade da escola, já que sempre eram um dos primeiros a chegar, totalmente ao contrário do que a pequena estava acostumada.

Por conta da vida atarefada dos pais, geralmente ela era uma das últimas a ir embora, o que acabou ajudando para que criasse uma certa amizade com os funcionários, principalmente os seguranças ou professores mais tagarelas que insistiam em permanecer conversando mesmo depois do sinal ter batido há tempos.

— Você não quer brincar com seus colegas?

Despertando drasticamente de seus pensamentos, a pequena direcionou um olhar assustado para o lado na intenção encontrar a dona da voz feminina que lhe falava. Respirou fundo quando deu por si que vinha da conhecida mulher com sorriso amigável. Ela então a reverenciou e voltou sua atenção para o pátio.

— Tia Kang! - Anunciou surpresa, com uma mão sobre o coração devido ao susto.

— Eu posso me sentar com você?

— Sim, claro. - respondeu passando a mochila que estava jogada no banco ao seu lado para cima das próprias coxas. - A senhor..

Cortou a própria fala ao notar o olhar de reprovação da mais velha, então fechou os olhos sorrindo e reformulou a frase enquanto a outra arrumava-se ao seu lado

— Senhorita. Me desculpe. A Senhorita me assustou.

— Sem problemas, me desculpe também por isso. Não foi minha intenção.

— Ta tudo bem, tia. Nem foi um susto tão grande mesmo..

Desviando o olhar da garotinha atenta ao seu lado, Kang assentiu ao passar a palma das mãos sobre as ranhuras da própria calça jeans.

— Sabe... você não é a única aqui que gosta de ficar observando as pessoas. - Curiosa e mexendo os dedos das próprias mãos, Byulyi virou o rosto para a mulher que agora continuava encarando a movimentação do pátio. - Eu também sou do tipo observadora. Sabe como é, sou uma professora, eu preciso ficar atenta, afinal vocês não são bolinho.

A fala de Kang provocou uma pequena risada na menina que ouvia cada palavra com a maior atenção que conseguia.

— Sabe o que eu acho engraçado?