CAPITULO UM

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A culpa é dentre todos os outros sentimentos o mais difícil de se livrar por completo, o qual Draco se achava livre desde que nasceu... Até hoje.

Draco mais uma vez estava em sua cama de madeira escura, com lençóis verdes um tanto escuros também, e seu olhar perdido em memórias que ele provavelmente nunca irá superar.

"Eu o matei... Eu matei meu diretor... matei alvo Dumbledore."

    Draco passava atualmente grande parte de seu dia no quarto para não ter que ver ou falar com ninguém, principalmente seu Lorde. Draco sabia que se Voldemort o visse saberia de seu "arrependimento momentâneo"

Malfoy não aguentava mais a culpa, não queria ter feito o que fez, não foi sua escolha, ele não teve escolha....

A mansão onde draco cresceu, onde viu seu pai lhe ensinar tudo sobre os princípios de o que era ser um Malfoy, onde viu sua mãe lhe ajudar quando seu pai se "empenhava" demais nas aulas particulares, onde fez seu primeiro voo de vassoura, onde tudo deveria lhe lembrar apenas uma palavra: Família.

Entretanto no momento não poderia ser mais o oposto, o frio era constante por causa dos dementadores sobre o domínio do lorde das trevas, o silêncio por todo lugar com um peso de medo e servidão, só era quebrado pelos gritos dos torturados e quando nagini ia se alimentar, e sempre a sensação de estar com as trevas dormindo com você.

Draco estava neste momento olhando por sua janela, de um vidro elegantemente verde, observava com atenção a chuva que se transformava em neve quando passava pelos dementadores, foi aí que uma gota passou de alguma forma sem congelar e chegou em sua janela escorrendo lentamente, sendo sempre seguida por olhos azuis, o fazendo penar;

"eu poderia ser essa gota... Em uma história com um final feliz, em uma história que eu já não tivesse congelado, onde o mal não tivesse me cristalizado tão mais rápido do que o gelo na água".

Toc toc toc...

  - Sou eu - diz a voz de sua mãe ao outro lado da porta, no corredor iluminado por luzes quentes de candelabros caros que deve ter mais magia negra em uma vela do que toda floresta proibida.

-Entre... - fala Malfoy com a voz mais fraca do que gostaria que estivesse para a situação que estava por vir.

-Draco, filho... Tem certeza? - Narcisa pergunta, é visível essa não ser a primeira vez que estão tendo essa conversa.

- Eu não consigo... Não dá mais, não vou conseguir todos olhando para mim, uns com orgulho do que eu fiz, e outros... Outros certos de que sou um monstro, e... E eu sei quais deles estão certos e quero não me importar com isso. Me faça esquecer, me poupe de tudo disso... - Malfoy diz ainda olhando para janela.

- Draco... - Sua mãe diz visivelmente abalada.
- FAÇAAA! - Malfoy vira e grita com seus olhos marejados e nervosos.

Conseguia sentir o nervosismo de minha mãe, ela sempre teve uma fachada dura e severa como se nada abalasse ela dentro de seus vestidos elegantes e caros, porém eu sempre tentei vê-la de outra forma, sempre pedi para que ela demonstrasse algum tipo de sentimento, mas só agora sinto que ela está sendo verdadeira, não que ela mentisse entes, porém isso é o mais perto de sentimentos que trocamos em bastante tempo.

A mão dela tremia toda a extensão da varinha, o nervosismo era solido, eu não tinha mais nada a dizer, só esperar que ela fizesse o feitiço e então esqueceria tudo, não cheguei a perceber quando fechei os olhos, mas os fechei.

Ouvi quando ela começou, senti a luz começar a brilhar na ponta de sua varinha...

-Oblevia....

O feitiço não terminou, então abri meus olhos e a partir desse momento eu sabia que nada que viria a seguir seria de modo algum uma coisa meramente boa, pelo contrário, ver o poderoso senhor das trevas em minha frente segurando a mão fechada no ar e minha mãe buscando por oxigênio fez meu corpo lembrar de como reagir em frente meu senhor, rapidamente estava com meus joelhos ao chão e minha cabeça curvada.

- filho... Entendo que não queira me decepcionar, e não o fez, graças a mim, lhe detive a tempo.- Disse Voldemort com sua voz arrastada e mórbida.

Minha mãe agora no chão respirando o máximo de ar que conseguia, falava com dificuldade:
-sim... Meu senhor... O meu senhor... Sempre benevolente...
-claro Narcisa..., mas posso fazer mais pelos meus... Seguidores. Levante-se draco"

Não fazia ideia de onde isso iria parar, porem a regra mais importante que meu pai já me fez aprender é que sempre devo obedecer a meu mestre, sendo ele meu próprio pai ou lorde das trevas, então me levantei ainda com minha cabeça curvada, o senti andar em minha volta, porem me forcei a não o seguir com os olhos.

- vocês devem saber que apagar a memória de draco não ajudara a vocês e muito menos a mim, certo? - E sem deixar tempo para que houvesse resposta ele continua - porem podemos melhorar esta ideia, iremos fazer isso com todos que draco já entrou em contado... Sendo eles bruxos, sangues ruins ou trouxas.

Minha mãe, agora já em pé com sua atitude aristocrática, como se nada tivesse acontecido fala: - meu senhor...

O senhor das trevas estava ao meu lado, o sinto virar rapidamente para minha mãe, parece nervoso, porem faz um movimento com a mão para que minha mãe prosseguisse em sua fala:

-meu lorde... Não tenho conhecimento de nenhuma magia que apague memorias em grande escala... Senhor - então ela curva a cabeça em um breve gesto de respeito.

- sim... - ouvi a voz arrastada se afastar de mim e ir em direção a minha mãe.

- Eu, ao contrário de bruxos insignificantes como vocês posso fazer o que eu quiser, entretanto você não está inteiramente errada. Não posso apagar a memória de todos os míseros seres que já viram draco em sua breve vida. Porem quando um de meus seguidores lançou de forma erronia o obleviate em três moribundos, sangues ruins, percebemos que eles deixaram de conhecer o primeiro a ser enfeitiçado, o feitiço fez com que todos que já viram ou entraram em contato com o inútil sangue ruim não conseguiam ligar suas lembranças aquela insignificante alma.

-então vocês não apagaram a memória deles, vocês desconectaram as lembranças e memórias do nome e figura do primeiro a ser enfeitiçado - eu ergui minha cabeça e falei sem pensar, assim que terminei vi na cara de minha mãe o erro que havia cometido.

Espertei paciente a fúria do meu senhor, porem o que veio foi apenas uma mão em meu ombro, um sorriso medonho e uma voz arrastada que falou:

- exatamente draco, é excelente saber que uma mente tão rara está em meu exército - a mão saiu do meu ombro esquerdo indo em direção a suas vestes negras, pegando sua varinha. Ele a apontou para meu pescoço e fez um corte, pequeno, de onde uma gota de sangue desceu em sua varinha.

- o seu sangue potenciara o feitiço para que possa ultrapassar as barreiras em todo o mundo magico, entretanto devo lhe advertir, não haverá volta, e, não será de graça. Somente eu e quem eu escolher para participar do feitiço conseguirá ligar a memórias de um herdeiro Malfoy a você, e será melhor não falar seu nome a ninguém, eu melhorei o feitiço para que quando qualquer um tentar ligar o nome e lembranças de draco Malfoy a você irá ser, digamos... Muito desagradável.

-Mesmo que isso pareça uma proposta eu sei que não é, a única opção que me resta agora será obedecer, e depois de cumprir meu papel torcer para não ser descartado. "Vivo para servi-lo meu lorde, o que devo fazer?"

- você irá retornar a hogwarts no dia do funeral do grande Dumbledore, pois Se tornou de meu conhecimento que o velho deixou instruções para Potter de como tentar acabar comigo, você irá descobrir onde estão essas informações e quais são elas, antes que o garoto descubra. Será muito provável que esteja em seu escritório, e, para entrar lá devera encontrar severos para que ele te diga a senha do dia. Entendido? - Ele diz enquanto olha a minha gota de sangue em sua varinha.

- claro, meu lorde.

F I R I C E - DrarryOnde histórias criam vida. Descubra agora