Aquele Que Foi Coroado

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-Majestade? -Me virei para olhar. Era Laurent, o conde do meu reino. Ele não tinha entrado totalmente no lugar que eu estava, tinha aberto a porta pela metade, e o via da mesma forma. -Serás coroado daqui a dez minutos. -Sem falar mais nada, Laurent retirou-se do local com o mesmo cuidado que havia chegado nele.

Virei para a coroa em minha frente pela segunda vez aquela manhã. Abri um sorriso malicioso. Daqui a exatos dez minutos, essa coroa vai estar bem em cima da minha cabeça. E eu, Alistair Crawford, vou ser definitivamente rei.

{...}

E lá estava eu, depois de dez minutos (que para mim, mais pareceram dez horas). Os olhares de todos focavam apenas em mim.
Deixei meus olhos passearem pelo local, não queria esquecer esse momento tão brevemente. Em minha frente, existia uma vidraça, bem bonita ao meu ver. Era feita por cores escuras, mas isso não impedia que a luz entrasse por ela. No teto, haviam vários detalhes em ouro, acompanhados por pedras de ametista, bem pequenas, mas que cintilavam como o Sol quando a luz que saia da vidraça as atingia.

Quando começaram a cantar o hino, iniciei minha caminhada cautelosa até a frente do local. Me sentando ao trono logo em seguida. Sem muita demora, o arcebispo sobe ao meu lado assim que o hino acaba, e então, começa a fazer o seu discurso

-- palavras que eu não dei muita importância -- sobre como o me conhece.

-Deus salve o rei! -Foi o que todos os que assistiam falaram em uma única voz depois de um bom tempo ali. Meu sorriso se ampliou, sabia que já estava chegando a hora mais esperada.

Me levanto e me sento em um outro trono, o trono oficial do rei.
Quatro cavalheiros vindo em minha direção atrairam-me a atenção.
Estes, me esconderam do público com um pano, como era costume de toda a cerimônia, e o arcebispo passa o óleo sagrado em minhas mãos, peito e cabeça assim que os cavalheiros se afastam.
Ele me adiciona um manto dourado quando me levanto, recebo também o cetro com a cruz na mão direita e a haste com a pomba na esquerda.

E sem mais esperar, o mesmo pega a coroa.

A coroa de esmeraldas.

A coroa com a qual sonhava há tantos anos.

Ele estava vindo em minha direção, e foi nessa hora que meus olhos brilharam, podia ter certeza que eles brilhavam mais que as pedras de ametista no teto. Fechei-os e pude sentir minha cabeça sendo ocupada pela mesma coroa que vi de manhã.

-Deus salve o rei! -Pude escutar novamente o público falando em uníssono.

Abri meus olhos.

Tudo estava realmente acontecendo, não era algo da minha imaginação.
Me virei para o público e agradeci, sentia que meu coração podia sair de meu corpo, minha respiração um pouco mais acelerada pelo estresse.

Mas o pior já tinha passado. Bem... Era o que eu pensava. Definitivamente o pior não tinha passado, na verdade, o pior começaria agora.

Escrito por: andyyyr
Correção por: SenhoritaHolmes

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