Flame Attack

Capítulo 3- Campo de refugiados.

Mikasa:
  Finalmente chegamos no campo de refugiados. O lugar está completamente cheio, porém ainda tem muita gente chegando, com certeza não vai ter espaço nem comida para todos, e pela cara de nojo dos militares, acho que não vamos ter muita ajuda para descobrir como nos adaptar... o que você vai fazer, Eren?
  Eren está dormindo no chão ao meu lado, Armin saio a algum tempo atrás para tentar pegar comida antes que acabe. Nós estamos em um tipo de depósito, cheio de caixas de madeira, não tem ninguém aqui, acho que ainda não descobriram esse lugar. Percebo que o menino deitado ao meu lado acordou quando se mexe um pouco.
  -Eren!
  - Mikasa? Onde estamos?
  -No campo de refugiados, dentro da muralha Rose.
  -O que? Por que na muralha Rose?
  -Você não lembra? Bateu a cabeça?
  - Eu não sei...
  E se ele bateu a cabeça muito forte e ficar louco? Ou com alzheimer? E se... ele esquecer de mim? Estou começando a entrar em desespero.
  -Meu nome é Mikasa Ackerman, tenho 10 anos! Nos conhecemos quando-
  -O que? Calma! Eu lembro de você Mikasa! Só quero saber o porquê de estarmos dentro da muralha Rose.
  -ah...- QUE BOM! ALELUIA!- Parece que o exército do Reino Hōno também fez um buraco na muralha Maria, então o exército achou mais seguro todos virem pra cá até que a muralha seja concertada.
  -Entendi...
  -Enfim, já que você acordou, vamos pra onde eles estão distribuindo comida. O Armin já está lá.
  -Beleza.
  Enquanto andamos até lá fico analisando o Eren discretamente. Ele não parece nem um pouco feliz ou aliviado de ter saído vivo, mas isso era de se esperar, o que me impressiona é que ele também não derrama uma lágrima desde de que entramos no barco. É, infelizmente para mim, ele está decidido a se suicidar no exercito. Porém, infelizmente para ele, eu estou decidida a segui-lo até o inferno. Se bem que ele está parecendo um cadáver... Que cara de morto Eren! Você não é assim!
  -Mikasa!- Olho para os lados a procura do dono da voz, Eren também reage e começa a olhar pela multidão.
  -Armin!- consigo ver Armin se aproximando de nós.
  -Armin! -Eren também o vê e nós dois vamos ao encontro do nosso amigo.
  -Aqui...- ele estende as mãos mostrando três pães -o senhor que distribuía comida disse que me daria esses já que sou criança.
  Eu e Eren pegamos os nossos pães e agradecemos Armin. Um soldado alto- que talvez seja alto só porquê eu sou pequena, que está próximo de nós nos olha com nojo e conversa com seu amigo
  -O pessoal do reino de Hōno devia ter matado mais deles!
  -Verdade, desse jeito não ter comida para todos!
  A não! Essa conversa vai dar gatilho no Eren. Acho que o Armin também percebeu isso. O menino fica bravo e avança na direção dos homens.
  -Seus disgraçados!- diz Eren
  -hã? Como é que é pirralho?
  -Seus DISGRAÇADOS! Como ousam falar essas coisas?- O garoto avança e é jogado no chão quase que imediatamente, Armin corre para frente do Eren e pede desculpas ao guarda. Nós levantamos nosso amigo e saímos de lá.
  Voltamos ao lugar onde passamos a noite, e nos sentamos para comer.
  -Eren, você não pode ficar enfrentando os militares.- aviso
  -Quem disse que não?
  -Eu disse.
  -Desde quando eu sigo suas ordens?!
  -Desde que essas ordens vão te manter vivo!
  -VOCÊ NÃO É MINHA MÃE!
  -QUEM SE IMPORTA?
  -EU ME IMPORTO!
  -E EU DEVO TE DEIXAR MORRES POR CAUSA DISSO?
  -PAREM DE GRITAR!- Armin nos interrompe mas Eren ainda bravo...com tudo
  -POR QUE VOCÊ ESTA PEDINDO PRA GENTE PARAR DE GRITAR GRITANDO?
  -PORQUÊ VOCÊS NÃO ME ESCUTAM! Ja chega ok? Comam seus pães e calem a boca.
  O que é isso? Armin falando palavrão? Será que ele está bem? Isso é preucupante, principalmente porque ele nem parece ligar, está apenas comendo seu pão tranquilamente. Eren olha para mim e murmura
  -Ele falou "cala a boca"?
  -Sim, só que no plural-respondo
  -QUAL O PROBLEMA?- eu acho que o Armin ouviu- Eu não posso perder a cabeça?
  -De preferência-explico- ela deve ficar em cima do seu pescoço. Não vai ser bom se-
  -Mikasa!- Eren já está me olhando feio de novo- é sério isso?
  Nesse momento alguém entra no depósito onde estamos. Desçemos das caixas onde estávamos sentados e olhamos quem chegou.
  -Vovô!- Armin corre até o velho e o abraça. O senhor se ajoelha para conversar com ele
  -Você e seus amigos já comeram?
  -Sim! Acabamos de comer um pão.
  -Estava bom?
  -O que tinha na padaria perto de casa era melhor!- Armin dá um sorriso inocente e só depois percebe o que disse.
  Realmente. A padaria perto da casa dele era muito boa. Me pergunto se os donos sobreviveram, mas a resposta deve ser não. O velho fica sério, respira fundo e começa a falar
  - Armin, eu acabei de receber a notícia de que vou ter que trabalhar na muralha Maria.
  -O que?
  -Eu vou fazer parte de um grupo de pessoas que vão trabalhar no campo
  -Não!
  -Eu vou lá para fazer mais comida pra vocês
  -É perigoso!
  -O exercito vai me proteger
  -Não, não vá! Por favor
  -Me desculpe, Armin.- Armin começa a chorar e é abraçado pelo seu avô -Eu tenho que ir agora.
  -Vovô, não vá...
  -Fique com seus amigos até eu voltar.
  O avô de Armin se levanta a vai embora. Eu e Eren corremos até o garoto e o abraçamos.
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Armin:
  Já fazem três dias desde de que nossa cidade foi atacada. Procuramos o pai do Eren, mas ele deve ter morrido em algum momento já que não está aqui em lugar nenhum. Meu avô, que foi mandado para fora da muralha Rose, não voltou. Muita gente foi mandada para trabalhar lá com "proteção" do nosso exercito, o problema é que essa "proteção", trouxe apenas o chapéu do meu avô. Me deram o chapéu, e foram embora como se a morte dele e uma criança órfã fossem insignificantes. Mas talvez sejamos mesmo. Quantas crianças estão no mesmo estado que eu? Sentadas em um beco chorando e implorando para sei lá eu o que, para que tudo isso seja apenas um pesadelo.
  Agora nem eu, nem a Mikasa, nem o Eren tem família. Estamos sozinhos, e temos que sobreviver. Pelo menos o Sr.Hannes sobreviveu, ele saí bastante pra ficar nas muralhas, e parece que não bebe mais no trabalho, além disso ele sempre vem ver como nós estamos quando possível.
  Bem, vamos lá. Esperar a idade para o alistamento no exercito e rezar pelo melhor.
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Capítulo 3- Campo de refugiados
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