3 | Feliz ano novo? [Parte 1]

109 25 107
                                    

[O Adolessências também é influenciado a partir das críticas e ideias compartilhadas, tanto nos comentários, como no privado. Por isso, leia com tranquilidade, comente e me dê um feedback; faça parte dessa história. Desejo a você, uma ótima leitura! - Júlio]

Se curtiu, vote! Eu recebo um retorno de vocês com cada curtida!

*

Caleb, 07 de janeiro de 2013.

O dia começou estranho. Uma sensação de ansiedade em relação aos acontecimentos da última semana foram surgindo e logo perdi o sono. Não converso com minha namorada desde o dia do réveillon, apesar das inúmeras mensagens não respondidas por mim. Sei que não tenho tanta razão em ignorá-la, mas eu tenho meus motivos para isso. E pensar que naquele dia, me sentei perto de um garoto desconhecido e fiquei aconselhando-o a resolver seus problemas quando eu era quem estava entupido de questões mal resolvidas. Poxa, 2013 mal chegou e já me desconquistou "pakas". E nessa caixa de surpresas que é a vida, não me surpreenderia se o fim do mundo, premeditado para 2012, chegue uns dias atrasados e acabe com tudo por agora...

 E nessa caixa de surpresas que é a vida, não me surpreenderia se o fim do mundo, premeditado para 2012, chegue uns dias atrasados e acabe com tudo por agora

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Recebo uma notificação de solicitação de amizade. Abro curiosamente, como se esperasse alguém específico. Mas desconheço. Por uma fração de segundo, pensei que pudesse ser o cara da festa de réveillon. Mas ele nem sabe meu sobrenome, muito menos nem sei se ele tem algum interesse em saber quem eu sou. No geral, ando bem confuso comigo mesmo desde o dia em que eu estava junto de Júlia, tentando esquecer vários dos problemas que andam me perseguindo e fui esbarrado por um cara na fila de entrada. Não gosto muito de ser tocado por estranhos, uma espécie de afefobia, mas por algum motivo eu não senti nojo daquele em específico. O cara pediu desculpas e continuou andando com os amigos. Foi justamente ele, o garoto que encontrei sentado na sala, algum tempo depois.

Júlia, que pensa me conhecer dos pés à cabeça, estava ao meu lado e quis me deixar tranquilo dizendo que eu estava numa festa e seria inevitável outras pessoas me tocarem. Eu disse que estava tudo bem e a abracei por trás.

Completamos dois anos de namoro no último 25 de dezembro. Foi no natal de 2010 em que trabalhávamos de ajudantes do papai noel no shopping da cidade que eu pedi ao Seu Noberto, o Noel mais famoso da região, que lhe entregasse um presente simples. Lembro perfeitamente da cartinha escrita à mão e uma caixa de chocolates Ferrero Rocher. A carta dizia algo mais ou menos assim:

"Júlia, aceita namorar comigo? Prometo te fazer bem e ser a melhor companhia do mundo para você, me esforçando e me dedicando para te fazer feliz. Com carinho, Caleb". — Sim, no dia-a-dia sou meio monossilábico. Não sabia mais o que dizer.

ADOLESSÊNCIAS | LGBTOnde histórias criam vida. Descubra agora