Gênio

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Quando Shikamaru teve certeza que estava tudo bem com a loira, ele deixou o escritório e foi para a sua sala, encontrando o seu ajudante que lhe deu bom dia animado. Passou por ele fazendo um aceno de cabeça e sentou-se em seu lugar para analisar os documentos daquele dia. Ino tinha ficado na sala do Hokage ouvindo atenta o que deveria ser feito no seu novo posto e quando o Hatake terminou, a Yamanaka confirmou que tinha entendido tudo e daria o seu melhor. Saiu da sala do Hokage e seguiu até o final do corredor, batendo na porta de madeira escura e entrando em seguida.

— Posso falar com você? — Ino mirou o Nara do outro lado da sala e ele assentiu se levantando. Shikamaru andava na frente e a loira o seguia, até que pararam em uma varanda. O moreno encostou no parapeito tirando o maço e o isqueiro, que era do seu antigo sensei Asuma, do bolso e acendeu o cigarro dando a primeira tragada em seguida. — Bom, aparentemente trabalhamos no mesmo lugar agora. — Ela sorriu largo.

— Estarei aqui sempre que precisar. — Curvou os lábios e soltou a fumaça para o alto.

— Eu sei, obrigada por ontem... se você não tivesse ido falar comigo eu jamais teria coragem de assumir que era isso que eu queria.

— Você é mais forte do que pensa, Yamanaka. — Ele curvou os lábios e tragou o cigarro novamente.

— E você é mais importante 'pra mim do que pensa, Nara. — Ela bateu de leve no ombro do melhor amigo que ficou estático com a frase, de certo não esperava aquilo saindo da boca dela. — Eu vou para minha sala. — Ela virou as costas indo em direção a porta. — Até mais.

O que aquilo queria dizer? Não, não podia ser algo além de amizade, poderia? Shikamaru tentava se convencer mentalmente que aquela frase da Ino tinha sido sem nenhuma intenção e realmente, na cabeça da loira não tinha nada demais, estava agradecendo o seu melhor amigo pelo seu cuidado e carinho, mas aquilo iria ficar rondando a cabeça do Nara pelo resto do dia. Ino suspirou olhando atenta o escritório, estar ali sempre foi o que ela quis, talvez o medo de falhar tenha feito ela atrasar os seus planos, contudo, agora que estava onde queria, sentada na mesa que um dia foi do seu pai, aquilo lhe dava um sentimento de plenitude.

Com a Yamanaka se familiarizando com a rotina da divisão de inteligência, as semanas passavam rápido, os dois sempre conversavam no tempo livre, aconselhavam um ao outro sobre o trabalho, Ino até mesmo começou a acompanhar Shikamaru em suas pausas para o cigarro na varanda. Gostavam da companhia um do outro e estavam sempre se ajudando e se apoiando, na vida e no trabalho, era quase como se fosse para ser assim a vida inteira e toda essa rotina os deixava felizes. Todos os dias saíam para almoçar no Ichiraku e naquele dia não seria diferente, a loira levantou da sua mesa após guardar o último relatório na pasta e caminhou pelo corredor até chegar na porta já tão conhecida, a qual estava aberta.

— Vamos almoçar? — Ino apareceu na porta do escritório do Nara sorrindo e ele concordou se levantando.

Os dois seguiram caminho para o ichiraku e iam rindo de qualquer besteira que conversavam, algo sobre lembranças de quando eram adolescentes inconsequentes, pois ninjas também faziam besteiras no seu tempo livre. Já sentados no restaurante aguardando o pedido que tinham feito, Ino gargalhou quando lembrou o Nara da sua maldita ideia de subir em uma árvore para assustar o Choji e acabou caindo lá de cima, levando três pontos no supercílio.

— Dá para não rir disso, eu tenho uma cicatriz até hoje — resmungou irritado.

— Você tem cicatriz por que a idéia foi idiota.

— Eu tinha oito anos, Yamanaka! — ralhou com a loira fazendo bico e ela deu de ombros.

— Olha quem encontramos! — Uma voz estridente os chamou atenção.

Sempre foi vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora