Lembranças

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[...]

— Shikamaru, não começa! — Ino gritou impaciente, puxando o moreno pelo pulso.

— Eu nem queria vir para começo de conversa. — O Nara revirou os olhos.

— Você sabe o quanto eu gosto da feira de leitura. — A loira disse animada. — E você prometeu vir comigo.

Shikamaru bufou, nunca falaria, mas sempre a acompanharia em qualquer evento, e ela sempre iria querer a companhia dele. Os dois andavam entre as barraquinhas, algumas com vastos livros de ficção, outras com histórias em quadrinho e algumas vendiam apenas revistas e jornais. Era um dia onde todos os cidadãos de Konoha se juntavam no centro da Vila para curtir a feira ao ar livre, que terminava com um show de talentos das crianças e adolescentes. O moreno colocou as mãos no bolso e esperava a Yamanaka comprar um livro em uma das bancas.

— Comprou o que queria? — perguntou ao ver a lokta se aproximar.

— Sim, e... isso é para você. — Ela o entregou uma sacola de papel azul desviando seu olhar para o outro lado, sentiu suas bochechas arderem e mordeu o lábio em expectativa.

— O que é isso? — Ele franziu o cenho.

— Abra, 'né! — Ino inflou as bochechas.

O Nara abriu e viu o livro de estratégia de Shogi, o qual ele tinha procurado na feira do ano passado e não tinha achado, a loira sabia o quanto ele o queria e lembrou de como ele tinha ficado chateado no ano anterior. Asuma estava ensinando para ele e ele queria mostrar ao seu sensei como estava se dedicando a isso, até gostava do jogo, mas não admitiria. O moreno deu um meio sorriso e agradeceu um pouco sem graça, deixando a Yamanaka feliz, que em seguida o puxou pelo braço para irem comer na barraca de algas fritas, comida favorita dele.

[...]

Shikamaru olhava o rosto sereno da loira e fechou os olhos suspirando, deixando que sua cabeça pendesse um pouco para baixo. Não lembrava a última vez que tinha ficado triste dessa forma, ele se sentia impotente diante de tal situação. Queria arrancá-la à força daquela cama de hospital, queria abraçá-la e dizer que a ama, a ama a tempo demais para manter dentro do peito, sentiu uma lágrima solitária escapar do seu olho.

— Mendōkusei... — murmurou.

— Ânimo, Shikamaru. — Chõji adentrou o quarto. — Os especialistas da inteligência fizeram avanços ontem, disseram que ela está presa nas próprias lembranças, mas logo vão descobrir como tirá-la de lá. — O amigo sorriu para ele.

— Eu sei, só fico pensando que se Inoichi estivesse aqui ela... — Shikamaru carregava um peso em sua voz.

— Mas ele não está. — O Akimichi o cortou. — Vamos focar nos lados positivos da situação e não no que não vai nos ajudar a resolver. — Ele se aproximou. — O que aconteceu com você, Shikamaru? Não está pensando com clareza.

— Eu estou com medo... — bufou. — Eu a amo, Chõji... — Os olhos do moreno marejaram.

— Eu também a... — O ruivo começou como se falasse o óbvio, mas travou ao ver a expressão do Nara. — Você quer dizer que... você... Ah, por kami! — Ele sobressaltou. — Desde quando?

— Sempre foi ela... — Shikamaru virou e segurou a mão da loira. — Sempre foi você, Yamanaka.

— Eu sempre suspeitei. — Sakura entrou no quarto. — Está escrito na cara da Ino que ela também gosta de você, Shika, ela só não sabe... ainda.

— Como você sabe disso? — O Nara franziu o cenho.

— Eu sou a melhor amiga dela e eu tenho certeza que ela ficou com ciúmes de você no casamento no Naruto. — A Haruno soltou uma risada anasalada.

Sempre foi vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora