Jeiza P.O.V.
Eu estava emocionalmente fudida depois de Zeca, ele conseguiu sugar as últimas esperanças que eu tinha na minha vida amorosa.
Agora eu estava somente focada no trabalho, sem dar espaço para qualquer distração, isso incluía a minha mãe e suas frescuras, o Ruy e sua prepotência.
- Teremos uma operação hoje no morro do beco. - O tenente informou em frente todo o batalhão.
Isso era ótimo, trocar tiros distrairia a minha mente.
***Os disparos começaram, os civis corriam por todos os lados desesperados.
Eu invadi uma casa e pedi calma aos que se encontravam lá dentro, eles pareciam tensos, mas atenderam ao meu pedido. Assim que abri a porta dos fundos dei de cara com um homem encolhido no canto da parede.- E-eu... - Ele disse assustado e com as mãos para cima.
- O senhor... - O analisei, ele estava apreensivo e tremia tanto quanto desviava o olhar do meu. - Venha conosco! - Ordenei apontando a arma para ele.
- Eu não fiz na-nada, eu só...
- Por favor! - Alterei a voz.
Ele me encarou e hesitando, passou por mim.
***
Já na delegacia, o delegado me confirmou o que eu suspeitava, ele era procurado, conhecido como Barão do pó, o rapaz era uma das figuras mais importantes da ficção que mandava naquele morro.
Foi preso e ainda se atreveu a me ameaçar pouco antes de ser arrastado pelos polícias até uma cela.Tempo depois, eu estava pegando água no bebedouro da delegacia quando ouvir um grito.
- Então você é a vagabunda!? - Uma moça alta, morena e com olhos bem marcantes me encarava com bastante ódio.
- Como é que é!? - Eu não queria acreditar no que estava ouvindo. Ela estava me chamando de vagabunda em uma delegacia comigo fardada.
- Isso mesmo que você ouviu! O que foi!? Deu encima dele e ele não te quis?- Se aproximou. - O meu marido não fez nada! Como você pode simplesmente apontar para ele e decidir acusa-lo assim? Só porque ele não te quis!? Ele não tem que querer vagabunda nenhuma não.
- Você só pode ser louca! Eu deveria te prender agora.
- O que foi!? Seu fetiche é prender as pessoas? - Me encarou, já tão próxima que eu podia sentir sua respiração ofegante.
- O seu é entrar em delegacias xingando policiais? - Falei rígida. - Sinceramente, eu tenho é pena de mulheres como você.
- Você vai se arrepender de ter mexido comigo.
Me afastei dela, não iria prendê-la, ela já estava presa, na loucura de um amor por um bandido que só iria afunda-la.
Bibi P.O.V.
Como que essa mulherzinha resolveu sair do nada e prender o Rubinho!? Que nunca tinha sido pego antes. Ela simplesmente não tinha motivos para prendê-lo, ele não tinha nem sequer algo suspeito.
Ela só podia ter se interessado por ele e ele não deu ousadia. Que ódio! Ela vai me pagar, nem que seja no tapa, mas ela vai me pagar.
***A audiência do Rubinho seria hoje, eu iria testemunhar, assim como sei que a tal policial também iria.
Essas últimas semanas tinham sido difíceis e turbulentas, tanto lá em casa quanto no morro. Dedé estava morrendo de saudades do pai, minha mãe dizia que era agora ou nunca para eu lagar o Rubinho. Sabiá havia desprendido a coordenar o morro sem o Rubinho e a facção estava tentando ajudar o Rubinho em uma fulga, mas todas haviam falhado, o certo foi esperar a audiência.Assim que cheguei, vi a tal policial passar para o banheiro e não hesitei em ir atrás.
- Olá! - Disse calma e vi ela me encarar pelo reflexo do espelho.
No banheiro só havia nós duas, as cabines estavam abertas e vazias, e ela estava em frente ao espelho lavando as mãos na pia.
- O que você quer? - Ela disse friamente.
- Você tá gostando!? De ver o meu marido sendo preso e julgado como se tivesse matado alguém. - Fui até a pia, ficando ao seu lado, mas virada para o espelho.
- Eu não tenho que gostar de nada, só fazer as pessoas pagarem pelo que cometeram. - Virou o rosto para mim.
- Entendo, eu também vou fazer você pagar pelo que você fez com a minha vida. - Virei meu rosto também.
- O que seu marido fez, você quer dizer. - Virou o corpo inteiro.
- Olha aqui! - Me aproximei apontando meu dedo indicador para o peito dela.- Você não tem o deireito de falar do Rubinho, a mulher dele sou eu.
- Ah é!? - Se aproximou mais de mim e seus olhos iam da minha boca aos meus olhos indecisamente. - Então você é a única que vai entrar nessa furada com ele. - Ela deu uma risada cínica.
- Vou é!? - Sem perceber e sem a menor intenção, eu tava fazendo o mesmo que ela com o olhar.
O clima ficou ainda mais tenso, estávamos muito próximas, não como da última vez, porque daquela tinha sido por instinto do ódio, da raiva, mas dessa vez era algo diferente que me puxava para ela, seu cheio já invadindo meu nariz.
De repente meus olhos fecharam e fui domada por um impulso que me jogou contra os lábios dela.
Nossos lábios se tocaram e imediatamente iniciaram um beijo. Suas mãos vieram até a minha cintura com firmeza e uma das minhas mãos foi para a nuca dela.
O beijo era lento e suave, causando estímulos por todo o meu corpo.
Nossas línguas logo invadiram uma a boca da outra, com tanta intensidade que fez um calor domar meu corpo.Como um choque de volta a realidade, nos separamos.
- Que porra foi essa!? - Eu disse tentando trazer meu raciocínio de volta.

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Odeio amar você ·Jeibibi au·
CasualeE quando amar alguém vai contra tudo que você já conquistou!? Depois de passar a vida toda tentando mostrar que seu caráter não era o mesmo que seu sobrenome carregava, Jeiza se vê envolvida por uma mulher que ela deveria prender. Por outro lado tem...