Capítulo 1 - O pior dia...

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O dia ainda não havia amanhecido quando Molly Hooper acordou com os miados de Toby deitado aos pés da sua cama. Não era um comportamento comum do gato, além de sempre muito silencioso ele estava acostumado a pular sobre o móvel para dormir ao lado dela.

No entanto, o que a deixou realmente preocupada foram os sons emitidos deixando claro que o pequeno animal estava sofrendo.

— O que foi, amorzinho? — Perguntou ela jogando o cobertor para o lado e se abaixando para pegar o bichano no colo.

Toby expôs as unhas e arranhou o braço da tutora e mesmo não tendo sido com a intenção de machucar, aquele comportamento estava totalmente fora do normal para ele.

O fato fez com que Molly começasse a procurar pelo corpo do animalzinho qualquer sinal ferimento e ao não encontrar qualquer indício que justificasse sua conduta estranha, resolveu verificar seus pertences e refazer seus últimos passos.

A busca parou quando ela viu em sua caixa de areia as fezes muito líquidas e algumas manchinhas vermelhas. O coração de Molly disparou.

— Não, não, não... — ela precisou se controlar para segurar as lágrimas, precisando se manter racional para salvar seu bichinho de estimação.

Sem demora ela forrou a caixa de transporte com uma mantinha e colocou Toby sobre ela antes de trancá-lo lá dentro. Depois trocou de roupa sem parar para escolher o que usaria, pegou a bolsa e saiu de casa com ele. Molly não se preocupou com nada além de seu gato, pois seu companheiro de tantos anos merecia aquela atenção.

A tutora dirigiu o mais rápido que podia até a clínica veterinária onde tinha o costume de levá-lo para tomar vacinas e fazer check-up tendo o cuidado de ligar antes avisando de sua emergência. O veterinário Noah Barnett percebeu pela expressão de Molly que estava acontecendo algo sério, pois nunca a tinha visto tão desesperada em todos os anos cuidando de Toby.

— Você já o encontrou assim? — Perguntou o homem não muito mais velho que ela, vestindo roupas e jaleco brancos enquanto tirava o gato de dentro da caixa de transporte e o segurava nos braços.

Toby estava cada vez mais apático.

— Na verdade foi Toby quem me pediu socorro — Molly limpou uma das lágrimas que descia pelo seu rosto.

Não havia mais motivos para segurar o choro enquanto os dois caminhavam para dentro da clínica.

— Vou examiná-lo e descobrir o que está acontecendo — com uma das mãos, Noah abriu uma das metades da porta dupla que separava a recepção dos consultórios. — Eu preferia que você esperasse aqui — pediu ele por conta do estado alterado de Molly. — Vou cuidar bem dele — prometeu.

— Sei que vai — ela tentou sorrir, mas as lágrimas que brotaram em seus olhos molharam seu sorriso.

— Pode ficar à vontade — ele indicou as cadeiras acolchoadas perto do balcão da recepção ainda vazio por ser tão cedo. Apenas os profissionais que faziam plantão estavam no local.

Molly praticamente se jogou sobre uma das cadeiras e deixou a caixa de transporte no chão próxima a seus pés. Só de pensar que Toby poderia não sobreviver sentia um aperto no coração. Viver sem a companhia constante de seu animal de estimação era uma realidade que ela esperava não ter que enfrentar tão cedo.

Ela suspirou e pensou em mandar uma mensagem para Sherlock. Afinal, sempre que precisava de ajuda ele a procurava, mas acabou desistindo. Recuperou o pensamento positivo de que tudo iria ficar bem e logo estaria indo embora com Toby em seus braços, devidamente medicado.

Enquanto esperava a o retorno do veterinário, no entanto, decidiu que era melhor comunicar a Mike Stamford que provavelmente chegaria atrasada. Ela explicou que estava com uma emergência familiar e que iria repor o horário perdido, se possível, naquele mesmo dia.

O melhor pior dia de Molly HooperOnde histórias criam vida. Descubra agora