Beijar Remus Lupin era maravilhoso. Beijá-lo sóbrio era ainda melhor. E Sirius Black descobriu aquilo assim que jogou o mais alto no sofá da sala. Com a falta de ar, eles separaram o ato, mas as mãos de Moony continuaram na cintura do moreno e as mãos de Padfoot continuaram o carinho nos fios loiros. Um turbilhão de pensamentos passava pela mente de ambos. Sirius já não sabia como começar seu discurso e Remus ainda não tinha certeza se aquilo estava acontecendo de verdade ou era apenas um sonho. Sirius já parecia sóbrio o suficiente para aquele ato ser algo consciente. O que parecia insano, já que na noite anterior ele só conseguia ser perguntar se Padfoot algum dia o beijaria sem o efeito do álcool.
Moony havia acabado de levantar e estava indo em direção a cozinha para fazer seu café e finalmente poder dizer que estava acordado, quando o amigo tocara a campainha. Os acontecimentos da noite passada voltando a sua mente e as perguntas sobre o porquê de Sirius tê-lo beijado voltavam a aparecer. A última pessoa que esperava encontrar naquela manhã era o dito cujo, ainda mais ser recebido pelo mesmo com um beijo — talvez o café não fosse mais necessário.
— O que... — Remus começou, tentando organizar os pensamentos.
— Desculpa — Sirius escondeu o rosto no pescoço do outro. — Estraguei tudo de novo — suspirou.
Lupin se perguntou do que ele estava falando. Será que o amigo ainda estava bêbado? Arrependera-se de ter beijado o amigo? Ou pior, Remus beijava mal e Black não sabia como contar isso. Suspirou, sentindo-se um pré-adolescente com o seu primeiro beijo. Somente Sirius para deixá-lo daquele jeito.
— Do que está falando? — Perguntou por fim.
Sirius os encarou. Moony não parecia chateado, muito menos bravo, apenas curioso, e talvez, ansioso. Será que Remus também estivera bêbado na noite anterior e não se lembrava do beijo? Apesar de parecer uma possibilidade, Black a descartou. O loiro dificilmente bebia e tinha certeza que ao menos ele estivera sóbrio depois da festa. Padfoot pensou novamente no que falar para não correr o risco de estragar as coisas, visto que, aparentemente, isso ainda não havia acontecido.
— Primeiro — começou, respirando fundo —, você é um amigo incrível e eu retribuo isso te beijando bêbado, meio do nada. E isso simplesmente porque eu sou covarde o suficiente para não fazer isso sóbrio e encarar seu fora. Então eu acordo me lembrando da merda que eu faço, desabafo com a Lily, preparo um discurso de desculpas e reúno toda a coragem possível para finalmente confessar que estou apaixonado por você. Mas novamente tudo o que eu faço é te beijar sem um aviso prévio. Eu totalmente entendo se você não quiser olhar na minha cara, Moony, eu fui mais idiota nas últimas, o quê? 12 horas? Do que eu fui na minha vida toda.
Aquele não era de longe o discurso que Sirius Black pretendia fazer. Mas foi tudo o que ele conseguiu dizer sem um preparo e com Remus o encarando durante todo o processo — além das mãos do outro que continuavam em cintura. Lupin ainda processava o que o melhor amigo falado quando Padfoot reparou que ainda estava sobre o colo do loiro. Ele ameaçou descer e se sentar ao seu lado, mas Moony o segurou mais firmemente, despertando de seus pensamentos.
— Você veio aqui para se declarar? — Remus perguntou.
Era claramente uma pergunta estúpida, notou após ela ter saído de sua boca, mas não pode evitar não confirmar.
— Bem, o objetivo era me desculpar e depois, talvez, me declarar.
Lupin sorriu com aquilo, deixando Sirius confuso.
— Foi por isso que você me beijou ontem, então? Porque está apaixonado por mim?
Remus estava gostando daquelas palavras e a sensação que elas lhe causavam. Padfoot, no entanto, estava confuso.
— Foi basicamente o que eu disse.
Sirius estava pronto para perguntar onde o amigo queria chegar com aquilo quando uma das mão de Moony saiu de sua cintura e foi para seu rosto. Logo seus lábios estavam juntos novamente e Padfoot podia apreciar seu novo passatempo: beijar Remus Lupin. O maior o puxou para mais perto, levando ambas mãos para a nuca do moreno. A falta de ar os atrapalhou novamente e o loiro começou a espalhar beijos pelo pescoço do outro.
— Moony? — Sirius chamou.
— Huh?
— Não que eu não esteja gostando disso, na verdade, eu estou adorando.
— Uhum — Remus levou a boca ao lóbulo da orelha de Black, dando uma leve mordidinha ali.
— Mas o que isso significa?
Lupin se afastou o suficiente para encarar o amigo.
— Pads, sabe a maior besteira que você falou hoje? — Perguntou e, vendo que o moreno estava atento, continuou: — Que eu poderia te dar um fora. Sirius Black, eu gosto de você desde o ensino médio. Poder beijá-lo e ouvi-lo dizer que também está apaixonado por mim é praticamente um sonho. Na verdade, eu ainda estou me questionando se isso está acontecendo de verdade. Eu não sei o que isso significa, só sei que eu quero poder beijá-lo mais vezes, porque eu realmente gostei disso aqui.
Sirius sorriu com aquilo, puxando Remus para um selinho.
— Ótimo, porque eu também gostei muito disso aqui e adoraria fazer isso mais vezes.
Moony o beijou mais uma vez. Eles iriam continuar de onde pararam, mas a barriga de Padfoot roncou.
— Parece que alguém está com fome — o mais alto disse.
— Você era mais importante que algumas panquecas — o moreno deu de ombros, fazendo o outro abrir um meio sorriso.
— Vem vamos comer.
Pelo restante do dia, Sirius ficou abraçado a Moony, algo que era comum entre os dois, mas que agora tinha um significado a mais. Sirius Black estava decidido a nunca mais soltar Remus Lupin, algo que o loiro não reclamaria, afinal, esperara muito até finalmente poder ter o garoto daquele jeito. Aproveitariam cada toque, cada beijo e cada carinho um do outro, a fim de se perderem naquilo que eles criaram para si naquela casa.
Remus agora tinha mais um motivo para ficar no apartamento dos amigos, e a cena dos dois casais tomando café e indo para a faculdade juntos se tornava cada vez mais normal. Apesar dos pedidos de Sirius, Lupin se negava a mudar para morar com o amigo e o, agora, namorado. Mas a verdade era que, mesmo dormindo algumas noites na casa dos pais, Moony já havia se estabelecido no prédio. Tinha quase uma parte inteira do guarda-roupas no quarto de Padfoot para si, ajudava nas compras do mês, era bastante conhecido pelos vizinhos e sua opinião havia sido de extrema importância na hora de Black e Potter adotarem o cachorro. Gostava do que estava tendo, e esperava não perder aquilo nunca.
Ambos fantasiavam com o dia em que teriam um espaço só para si, mas mantinham em segredo, com medo de assustar o outro.
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Wish you were sober
Fiksi PenggemarAquela em que, bêbado, Sirius beija Remus quando o garoto o estava levando de volta para casa depois de uma festa. Apesar de ter gostado daquilo, Lupin apenas queria que Black estivesse sóbrio quando o fizera. three-shot song fic - Wish you were sob...