EPÍLOGO (FINAL)

504 154 817
                                    

Em 31 de dezembro as notícias sobre a conclusão do caso Família Torres começou a ser transmitida, publicada e principalmente comentada em todas as redes sociais possíveis. Dificilmente se encontrava alguém que não sabia ou não tinha uma opinião sobre o caso. A maioria das manchetes vinha como "Família nem tão perfeita", " A falsa perfeição" e coisas do tipo. Não era de se esperar, afinal, a família Torres era a típica família perfeita e amada por todos.

Muitas coisas em relação à família Torres foi levada a mídia, como o caso de traição do marido, o uso de drogas do filho, esquemas de corrupção da empresa do chefe da família e até mesmo casos de racismos pela mãe e esposa daquela família. Eram tantas coisas horríveis que foram faladas sobre os Torres que Maria Alícia não sabia dizer o que era ou não verdade. Era extraordinário o fato de que tudo aquilo foi apenas exposto após a morte deles e se perguntava se existia a possibilidade das pessoas saberem daquelas coisas se eles estivessem vivos.

—Você viu aquele caso da família morta por envenenamento, Maria Alícia? Aparentemente a mulher matou o marido e o filho, e especulam que todas aquelas merdas que jogaram no ventilador sobre eles estavam prestes a serem reveladas e foi por isso que ela fez o que fez. Mas há quem diga que foi por vingança... por ela ter sido traída.

—Faz sentido, eu diria. —A garota respondeu, sem dar muita atenção ao irmão mais velho. Estava preparando o jantar para os dois.

—Sabe o que é mais interessante nessa história toda? -o rapaz perguntou, mais em voz alta do que diretamente a irmã. E, mesmo sem ela responder, ele continuou:

—É a mesma família que matou o Spyke, nosso antigo cachorro, no natal de dez anos atrás. —O garoto fitou a irmã, que não tirava os olhos do prato que preparava. —Eu demorei a perceber, porque bem... se passaram dez anos, mas, são realmente eles. Eles eram nossos vizinhos de cima, quando morávamos naquele sobrado. Mataram o Spyke porque ele estava latindo demais, por estar muito eufórico com a casa cheia e sabíamos que tinham sido eles porque vimos quando jogaram aquele pedaço de carne de cordeiro assada.

—Sim, eu me lembro dessa história. Eu era criança, mas, me lembro muito bem de ter que segurar meu cachorro morto em meus braços em pleno natal. —A garota comentou, com a voz firme e sem sequer olhar para o irmão.

—O mais interessante nessa história toda é que ela usou o mesmo veneno para matar a si mesma e a própria família que usou para matar nosso cachorro —O rapaz cruzou os braços, pensativo. —E sabe-se lá mais quantos outros animais. —Deu continuidade, ainda olhando a irmã fixamente. Franziu o cenho ao perceber que os punhos da garota estavam fechados.

—Que coisa, não é mesmo? —Maria Alícia perguntou retoricamente, enquanto colocava os pratos à mesa e finalmente olhava diretamente nos olhos do irmão.

—Eu diria que é... Bizarro. —O rapaz sentou-se e esperou com que a irmã se sentasse também.

—É, bizarro. —A garota retrucou, sentando-se à sua frente.

—Feliz Ano Novo, Alícia.

FIM

Obrigada por acompanhar meu conto até o final!

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Obrigada por acompanhar meu conto até o final!

Espero que tenha gostado!

Não esqueça de deixar seu voto e comentário!

Feliz Natal, Alicia.Onde histórias criam vida. Descubra agora