Parte 1

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AVISOS

ᘛAlguns dos personagens encontrados nesta história e/ou universo não me pertencem, mas são de propriedade intelectual de seus respectivos autores. Os eventuais personagens originais desta história são de minha propriedade intelectual. História sem fins lucrativos criada de fã e para fã sem comprometer a obra original.

ᘛFanfic postada no Spirit e no Nyah!




Ochako não via a hora de descer daquele trem. Queria poder dizer que amava fazer longas viagens e que era ótimo aproveitar a paisagem deslumbrante da linha ferroviária do Japão; mas a verdade é que, após patrulhar a manhã inteira, no último dia do ano, engolir um sanduíche de aparência duvidosa, se trocar rapidamente e pegar o trem das 14h às pressas, tudo o que Uraraka queria era tomar um banho bem quente, comer uma comida decente e dormir, dormir bem e por muitas horas. Ela até poderia adiantar a parte de dormir, afinal viajava na poltrona mais confortável da sua vida, só que o fato de estar indo passar o feriado na casa litorânea dos Todoroki não a permitia desligar a mente nem por um segundo. Estava em estado de alerta total!

E analisando bem o fato, e sua situação visivelmente precária, não sabia o que diabos passava por sua cabeça quando aceitou o convite. Não sabia como aceitara se sabotar de uma forma tão... idiota. Havia passado o Natal incrivelmente bem com sua família, apesar de terem almoçando juntos e passeado pelas ruas romanticamente enfeitadas de Musutafu, Ochako e Shouto não protagonizaram nenhuma cena constrangedora demais ou que denunciasse o verdadeiro status do relacionamento deles: um namoro de mentira.

Bom, depois de um mês e meio era de se esperar que se adaptassem à rotina e ao assédio dos fãs. A verdade é que, mesmo o relacionamento sendo resultado de uma série de fofocas e más interpretações de algumas cenas em um evento beneficente, eles estavam se saindo muito bem; tanto como embaixadores da Kodomo no Mirai — agência especializada em crianças carentes e abandonadas — como um casal.

Por mais que estivesse hesitante no início, ela começava a ver como o acordo que fizeram era bom para todos. A agência ganhava novos patrocinadores e agregava cada vez mais voluntários; já eles ganhavam uma repercussão positiva na mídia e perante a sociedade. Sem falar que Ochako amava contribuir com uma causa nobre, assim como apreciava cada dia mais a companhia de Shouto. Gostava tanto que, pensando bem, foi exatamente por isso que, em um vislumbre de insanidade total e sem pensar nos pormenores, aceitara o convite de Ano Novo do "namorado".

Será que estava começando a confundir as coisas?

Talvez ele tivesse lhe convidado só por educação...

Droga, droga, droga!

Estava lidando tão bem com o cenário que montaram juntos...

Ela não arruinaria absolutamente tudo em tão pouco tempo, né?!

O grande problema era que conhecer os irmãos de Shouto, o intimidador Enji e a residência Todoroki em Musutafu, não se comparava a conhecer Todoroki Rei — que desde que recebera alta médica, morava no litoral —, a simples ideia de conhecê-la e confraternizar com ela, fazia com que sentisse um arrepio na espinha. E se fizesse alguma besteira? Se falasse algo inapropriado? Se descobrissem que eles não eram um casal de verdade? Ela nunca se perdoaria por magoá-la e por envergonhar Shouto.

E não era só isso, pois quando foi pela primeira vez à residência da família em Musutafu, no final do dia estava sã e salva na sua própria casa, longe de qualquer olhar analisador. Desta vez dormiria debaixo do teto deles, ou seja, se fizesse alguma estupidez não tinha para onde fugir. Talvez estivesse exagerando? Talvez. Mas não queria decepcionar ninguém. Nem os investidores; nem as crianças; muito menos os fãs; Rei, que já sofrera demais; Fuyumi, que sempre foi amável com ela; a sociedade e, principalmente, Shouto.

Ao nascer do solOnde histórias criam vida. Descubra agora