1- The beginning

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- EU VOU EMBORA DESSA PORCARIA DE CASA, NÃO AGUENTO MAIS ESSA DROGA DE VIDA. - Gritei, indo em direção ao meu quarto e logo pegando uma velha mochila, onde procurei colocar o máximo de roupa que conseguia.

- ANY GABRIELLY, VOLTA AQUI, VOCÊ NÃO VAI A LUGAR NENHUM. - Meu pai gritou de volta, vindo atrás de mim.

- Ah, não vou papai? - Falei com ar de
deboche. - E quem vai me obrigar a ficar? - Disse colocando a mochila nas costas, com toda a coragem do mundo junto à mim, pois meu pai era praticamente meu dobro, poderia me impedir numa facilidade só. Mas ele apenas ficou me encarando não acreditando que sua "menininha" havia se tornado tão inconsequente. - A questão é - continuei a falar. - Eu não fico nem mais um segundo de baixo do mesmo teto dessa vadia,que você trouxe para casa e ainda chama de
mulher.

- Any, querida... - Meu pai tentou se acalmar.

- Você está sendo injusta com Cindy, ela é como uma mãe para você. - Senti vontade de vomitar, e meu sangue esquentar como se eu fosse explodir a qualquer momento,mais do que eu já havia.

- NUNCA MAIS. - Gritei. Mas logo respirei fundo tentando voltar à um tom aceitável de voz. - Nunca mais mesmo, compare essa biscate com a minha mãe, aliás que Deus à tenha. - Falei, pois minha mãe havia morrido quando eu tinha apenas dez anos, e quando eu completei quatorze meu pai conheceu Cindy, fazendo minha vida virar um inferno. - Minha mãe era uma mulher digna, não precisava se aproveitar de ninguém para se dar bem na vida, eu cansei pai, de ver você sendo feito de idiota. E também cansei dessa vadi... - Me segurei. - Mulherzinha, tentando tomar o lugar da minha mãe, e me tratando como um nada. Ela realmente conseguiu o que queria, eu vou embora. - Cindy observava tudo, as vezes dava até para ver um sorriso vitorioso saindo de seus lábios, mas rapidamente ela voltava a se fazer de vítima. Eu odiava ver meu pai sendo feito de idiota, ela só queria seu dinheiro. Ali eu não ficava mais, estava cansada de tudo isso!

[...]

00h30. Eu realmente não sabia para onde iria a essa hora, mas resolvi arriscar,meu pai tentou me impedir. Porém, ao mesmo tempo que ele era mais forte do que eu, eu era mais rápida. Na minha mochila, que agora pesava em minhas costas, enquanto eu andava pelas ruas um pouco mal iluminadas do meu bairro, haviam algumas peças de roupas, coisas para a higiene e um pouco de dinheiro da minha mesada. Eu estava quase me
arrependendo, com medo e com frio,
apenas eu e minha insegurança. Para
onde eu iria? Droga.

Até que me veio a cabeça um
apartamento que meu pai possuía, porém ficava um pouco longe, eu planejava pegar um táxi e pagar com o dinheiro que havia em minha mochila. Enquanto pensava comigo, passei por um grupo de garotos. Se eles não tivessem feito gracinhas, eu nem perceberia.

- Ei, garota. Isso é hora da princesinha
estar na rua? - Continuei andando o mais rápido possível, mas podia ver que eles estavam me seguindo.

-Qual é gatinha?! Vai mais devagar, rápido assim, só na cama. - Os garotos
riram e até onde deu para ver haviam
quatro, não pude ver muito, o medo me
impedia de olhar para atrás, em
minha cabeça eu só conseguia pensar
"continue andando".

- Olha, Krys. Eu acho que ela está com
pressa, hein?! - Um garoto com uma voz
maravilhosamente rouca falou, e logo começou a rir.

-Ei, delicia, não corre não. - Falou um
dos garotos, não fazia ideia de quem se
tratava. Eu estava morrendo de medo,
confesso, mas ao mesmo tempo eu já
estava me irritando com aqueles babacas e meus pés já estavam doendo de tanto eu andar rápido. Então, eu senti uma mão segurar meu braço com força.

- Qual a parte do "Ei, delicia, não corre
não" você não entendeu? - Um garoto
com lindos olhos azuis falou. Ele tinha um olhar um tanto malicioso.

- Merda, qual o seu problema? Me larga
seu idiota. - Falei tentando tirar suas mãos de meu braço direito. Pude observar todos se divertindo, exceto um garoto de cabelos castanhos, e maravilhosos olhos verdes, ele era realmente lindo e parecia estar entediado. Até que eu me dei por conta de quem ele realmente era, e estremeci. Seu celular tocou, ele atendeu e foi saindo.

- Falou, guys. Tô largando. Ah, e peguem
leve com essa mini vadiazinha aí. - Ele
riu, e virou-se de costas com o intuito de ir ao seu destino. Me irritei com o fato de ele ter se referido daquele jeito à mim e resolvi me pronunciar. Com muita coragem, claro.

- Do que você me chamou, seu resto
de Johnny Bravo? - Perguntei, levando
minhas mãos à cintura, como se tivesse
alguma moral com ele, e totalmente
enraivecida com todas as merdas que
estavam acontecendo naquele dia. Mas
antes me soltei das mãos do garoto de
olho azul e fui para o meio, a fim de falar umas verdades para aquele idiota. Eu sabia quem ele era, e mesmo assim eu estava pouco me importando. Ele virou-se para mim, me olhando de cima a baixo com uma expressão séria e ao mesmo tempo sedutora, mas mantive a pose.

- Te chamei de mini vadiazinha. Por
que? Algum problema? - Ele disse
chegando mais perto, me encarando
tentadoramente, ele tinha um olhar
desafiador.

- Quem você acha que é pra me chamar
assim? - Ele era o líder dos The Canadians,uma das maiores gangues da cidade,todos só ouviam falar neles, mas ninguémsabia quem realmente fazia parte. Eu sabia porque eu morava no mesmo bairro que eles, mas não na mesma rua, e minha melhor amiga Joalin já havia me falado deles, ela sabia tudo e entrou em choque quando descobriu que essa gangue se situava no nosso bairro.

E como ela descobriu que eram eles
membros da gangue? Um dia, faz mais ou menos dois anos e pouco, esses garotos se mudaram para o nosso bairro e ela ficou curiosa para saber quem era o garoto de olhos cor de mel, o qual ela achara lindo,então uma vez ela seguiu ele para ver se descobria alguma coisa útil e ele sem querer deixou cair do bolso uma "Folha
de Plátano" feita de metal, onde continha a seguinte informação: "Noah Jacob Urrea, líder - The Canadians". Diz ela que quase caiu dura. Eu sairia do quase. Acontece, que depois que ela descobriu isso, ela viciou-se mais ainda nele...Noah Urrea.

- Prazer Noah...Noah Jacob Urrea. - Ele
disse eu estremeci ao ouvir aquele nome,eu estava diante do maior cafajeste de Los Angeles, e mesmo assim, ele era o sonho de todas as menininhas iludidas (como minha linda melhor amiga) e também por quebrar o coração delas (ainda bem que Jojo nunca havia criado coragem para chegar perto dele, entendo porque).

- Eu sei quem você é. - falei indiferente.

- Sabe? - ele arqueou as sobrancelhas. -
Como? - Droga, se eu dissesse que eu sabia que ele é um Canadian, acho que ele me mataria, pois que nem eu disse, ninguém sabe quem faz parte dos The Canadians, só sabem que existe essa gangue, mas não sabem quem são seus verdadeiros membros, eles fazem tudo perfeito, sem nenhum descobrimento por parte de ninguém. Apenas de Jojo. E eu.

- Eu confundi você com outra pessoa. -
Menti.

- Eu sou inconfundível. - Ele disse. - E você é ridícula.

- Você também não passa muito longe de ser ridículo. - Falei o olhando friamente nos olhos.

- Você deveria me temer.

- Só porque você é um Canadian? -
Entreguei o jogo e vi a merda que eu
havia feito. Noah olhou para os garotos
incrédulo.

- Você sabe demais. - Ele disse, dando
meia volta. - Dudes, levem ela para o
apartamento, amanhã eu vou ver o que
eu faço. Se ela não morrer, vai servir
como um bom bife. - Ele disse mordendo os lábios. - Se é que vocês me entendem.

- O que? Droga, me solta, eu quero voltar para casa. - gritei, ao sentir o tal de Krys, e mais dois garotos me colocando para dentro de uma Range Rover preta, tentei me debater, mas o desespero era tanto que acabei desmaiando. Tudo se apagou.

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primeiro cap!!! espero que tenham gostado 💕💕💕

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