20 de abril

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Notas da autora: Olá, vamos de longfic kiribaku? Vamos! Mas antes, alguns avisos de gatilho importantes:
TW/ demônios, degolação, morte, trauma de infância, vômito.

Ok, avisadus caminhamos para o capítulo, espero que gostem, vejo vocês lá embaixo!


«⤩»


Abriu a janela do ônibus. O relógio batia quase meia-noite. Katsuki coçou a testa imaginando presente de aniversário melhor que voltar para sua querida cidade natal, onde todos os habitantes te querem bem — bem longe.

— Ei, você vai usar isso? — Uma moça loira apareceu e apontou para a sacola plástica enfiada nas costas da cadeira à sua frente.

— Acho que não. — Katsuki respondeu duvidoso.

— Ah, ótimo! — Ela apanhou a sacola e vomitou. Isso mesmo, vomitou ali mesmo, na sacola.

Katsuki a encarou incrédulo.

— Ônibus me deixa enjoada. — Declarou ela ao tirar o rosto da sacola cheia de vômito. — Obrigada por... isso — levantou a sacola na mão.

O cheiro de vômito subiu junto e Katsuki sentiu o estômago se revirar.

— Acho melhor você jogar isso fora — Katsuki se virou para a janela do ônibus. O vento gelado refrescando suas memórias de infância.

— Jirou! — gritou e tentou correr atrás dela enquanto um cara de dois metros e olhos vermelhos a levava pelos braços.

Três homens levavam seu pai até uma fogueira na frente da casa.

— Katsuki, não venha! Entre na casa! Fique dentro da casa! — seu pai ordenou. — Você é a última esperança de Purga... — um soco na boca o impediu de completar a frase.

— Katsuki! — Shoto, chorando, o chamou.

— Não. Papai! Shoto!

Katsuki pulou no homem mais próximo e mordeu a mão que prendia sua irmã, o homem a soltou com um grunhido de dor. Katsuki apanhou a mão dela e correu rápido para dentro da casa.

Ele apertou a corrente comprida no pescoço e balançou a cabeça, afastando a memória. Não queria se lembrar da última parte...

A placa "Você está entrando na terra de Toshinori Bakugou" denunciava a proximidade a Purgatório. Uma cidade pequena do oeste, aquele interior onde todos os habitantes se conhecem e sabem das merdas de cada um. Segredos ridículos e uma total perda de tempo se fosse uma grande cidade. Há 5 anos, quando Katsuki deixou Purgatório, as ruas nem sequer eram pavimentadas, terra batida e vermelha era a cor da cidade. Ele suspirou. Ainda não conseguia acreditar que estava voltando para lá. Mas era seu aniversário de 25 anos e o enterro do seu tio, dada a sua linhagem, temia não ter escolha...

O ônibus freou bruscamente interrompendo seus pensamentos, Katsuki bateu as costas no encosto da cadeira.

— Ah não, acho que vou... — A moça vomitou mais uma vez na sacolinha.

Haja sacolinha para uma viagem inteira, pensou Katsuki.

— O pneu foi furado. — O motorista anunciou. — Vai levar um tempo para arrumar. Peço para todos permanecerem dentro do ônibus.

— Droga. — Katsuki murmurou.

Seu relógio ainda não marcava meia-noite. Até enviaria uma mensagem para sua irmã ou sua tia comunicando o atraso, mas não as avisou da viagem. Talvez, esse seja o momento de avisar, pensou e pescou o celular no bolso do jeans.

Purgatório | KiriBakuOnde histórias criam vida. Descubra agora