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- Inverno

De todas as coisas que o vento me trouxe você foi a melhor de se sentir.
Sua presença como um cobertor que acalentava minha pele é o que me fazia se sentir segura quando o inverno chegava.
Eu me depositei em você, agora você é meu tudo. E todo sou seu.

Quando você se foi, tão furtivo quanto um bom ladrão, me senti abandonada. Não por ti, mas por mim que a muito tempo não me via como inteira, não me via como sua, não me via como minha.
E ta tava tudo bem, porque quando o vento batia em meus ossos e assobiava na noite eu lembrava de você, e como você costumava cantar com as mais variadas espécies de liberdade que você manifestava.

Na neve fiquei, nela fui abandonada, sendo absorvida pelo branco gelado da morte da natureza, pelo menos até a próxima etapa do ciclo. Nela fui absolvida, nela fui encontrada, com um corpo que não era meu, se transformou em pó o que já não era nada.