Capítulo 2

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Oiii, meus amores!!

Bora encerrar esse domingo com capítulo?

Boa leitura!!


RICARDO

Tirei o dia seguinte para encontrar alguns amigos, entre almoço e jantar, além de tentar descobrir qual o era o tal orfanato que Chloe disse ter conhecido. Não foi uma missão difícil, em menos de dez minutos de pesquisa na internet eu já tinha todos os dados do lugar.

Esperei que ela fosse me procurar, mas não o fez e ficou para o meu último dia em Paris a missão de convencê-la em definitivo.

Poderia parecer uma insistência boba da minha parte, mas não era. Eu sentia muito por Charlotte e Chloe não terem tido a chance de se acertar. Minha esposa não foi uma boa irmã, na verdade, não aceitava Chloe como tal. Porém, quando fomos para o Brasil e ela ficou um bom tempo longe da influência de Blanche, passou a repensar muitas coisas em sua vida. Até mesmo quis um trabalho.

Charlotte sempre me dizia que o pai não havia sido um bom marido, que a mãe por muitas vezes lamentou a vida que levava ao lado dele e que nunca gostaria de passar pelo desgosto de criar um filho fora do casamento. Blanche a fez acreditar piamente que a Laurent teve um relacionamento duradouro com a mãe de Chloe e que não foi algo passageiro no período em que se separaram.

Eu nunca me interessei pela história e não rendia as loucuras da minha ex-sogra. E talvez esse fosse um dos motivos por Blanche nunca ter ido com a minha cara. O principal era eu não ser rico o suficiente para o seu gosto. Ela nunca escondeu o desgosto com o nosso casamento, dizia abertamente ter planos para Charlotte na família de Mônaco ou qualquer outra família real na Europa.

Enfim, cá estava eu de volta a cidade onde tudo começou. E terminou. Quatro anos se passaram e eu me sentia preso àquela noite, onde nosso sonho de casal começou a ruir. A morte de Charlotte ocorreu dias depois aqui em Paris.

Ela teve dois dias de lucidez e foi neste período que tentou acertar pendências.

ꟷ Conseguiu falar com a Chloe? ꟷ A voz saiu fraca e as palavras, arrastadas. Eu mal pude compreender o que ela dizia. A irmã caçula ainda não havia chegado a Paris e Charlotte insistia que precisava vê-la.

ꟷ Ela está tentando chegar, meu amor. ꟷ Meus dedos percorreram o contorno do seu rosto machucado, com todo o cuidado do mundo, pois ela sentia dor. E eu sentia um aperto no peito, pois embora estivesse lúcida, os médicos não deixavam de nos alertar para a extensão dos danos.

ꟷ Ali, amor. ꟷ Charlotte apontou para uma caixa sobre a mesinha de apoio. ꟷ É da Chloe. ꟷ Fiquei sem entender, mas peguei o objeto e levei até ela. Naquele dia eu precisei ficar algum tempo fora, tomando providências relacionadas ao acidente. Pensei em mudá-la de hospital e nesse tempo conversei com um amigo nosso que era médico. Minha esposa ficou na companhia da mãe e provavelmente havia sido ela quem levou aquela caixa para o hospital.

ꟷ O que você quer que eu faça? ꟷ A pergunta saiu incerta e carregada de medo. Charlotte teve inúmeras oportunidades de se acertar com a irmã. E tentava fazê-lo no leito de hospital. Havia um único motivo para isso. Ela sentia que ia morrer.

No dia seguinte Chloe me ligou e avisou que estava na cidade, consegui com o médico responsável por Charlotte que ela recebesse a vista fora do horário limitado na CTI. Uma hora depois meu telefone tocava incessante no bolso da calça que eu usava.

Mas não ousei pegá-lo. Na verdade, sequer ouvi sua vibração contra o meu corpo. Apenas os registros das chamadas me fizeram saber que Chloe chegou ao hospital no instante em que a Charlotte sofreu duas paradas cardiorrespiratórias e não suportou.

Um recomeço para o CEO [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora