O dia seguinte

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Emma acordou, sem saber se era noite ou dia, mas a primeira coisa que reparou foi que Godfrey, ou o que restara dele não estava mais lá.

Olhou em volta a procura de qualquer coisa, mas se deparou com um prato de comida no armário ao lado da cama.

-Grande merda, um prato de comida, minhas mãos estão amarradas, qual o sentido disso? Emma resmungou.

Após desistir de tentar pegar o prato, Emma percebeu o quão faminta estava, bem mais do que achou.

Joker entrou no quarto, e a encarou.

-Joker..?

-Por que isso agora, Emma? Nunca me chamou assim.

-Eu.. Não sei quem é... E quando eu não sei.. chamo de Joker... Gabriel... Jeff... Ela fez uma pausa lembrando dele-Aly... Bem... Eu não sei mais...

-Você insiste em falar nomes de pessoas que não conheço. Não estou entendendo você Emma.

Aly.

-É você... 

Aly arqueou uma das sombrancelhas.
 
-Sim, quantas vezes precisarei repetir meu nome? Já está me cansando.
Ele falou mais rude.

-Me desculpa...

-Está bem, você deve estar delirando bobinha. Aposto que é fome, quer comer? Eu fiz isto para você. Aly apontou para o prato.

Emma apenas assentiu.

-Não gosto de te ver tão calada, pensei que tinha cuidado de sua garganta. Ainda dói?

Aly sentou do lado de Emma, com o prato na mão.

-Sim, ainda dói muito.

-Vamos cuidar disso hoje, ta bem?

Era um lunático que havia sequestrado ela, era louco, sádico e perverso, mas ainda sim, Emma sorriu ao perceber que ele teria mais tempo com ela.. Talvez, enquanto o cérebro de Emma estava no modo automático para sobreviver, seu coração dizia baixo e em bom som "Você tem Gabriel e Jeff para culpar pelo sequestro, não é culpa de Aly"

Aly  viu que Emma sorriu, e não pôde deixar de sorrir também.

-Vamos, abra a boca, você deve estar faminta. Aly leva o garfo com um pouco de arroz em direção de Emma, que abre a boca como foi lhe pedido.

O tempero estava ótimo, ou Emma estava com tanta fome que não soube diferenciar o gosto de sua necessidade.

Aly espetou um pedaço de carne, o que fez o estômago de Emma se revirar por lembrar de Godfrey.

-Aly..?

Ele a olhou curioso.

-Do que é essa carne..?

Aly gargalhou ao ouvir aquilo. E pensar que depois de um tempo cozinhando aquilo, ele se sentiria como garçom de um rodízio de carne "Por favor garçom, que carne é essa?" .

Ele deu dois tapinhas na cabeça de Emma.

-Não acho que você esteja em posição de escolher meu amor.

O coração de Emma teimava em ouvir "meu amor" como um ato romântico, e não mera simbologia do momento, bem, talvez fosse, afinal era Aly, um romântico vitoriano.

Ele riu.

- É de boi Emma, do que mais poderia ser? Acha que vou te servir carne humana por acaso? Ele gargalhou.

"Você não", Emma pensava, "Já qualquer outro...."

Aly continuava dando a comida na boca de Emma, o que se parassemos para refletir, de fato é romântico também... Mas ora essa, era Aly, como ja dito antes, um romântico vitoriano.

-Eu quero ir embora Aly, solte meus braços por favor... 

Emma o viu mudar mais uma vez, e o ódio tomou conta do ambiente.

-Não posso te soltar Emma.

Aly voltara a ficar tranquilo, quase como um anjo, lá estava ele sendo um perfeito cavalheiro.

Emma estava em pânico, e numa indecisão profunda.

-Mas... Posso te dar um banho, você está precisando. Aly disse olhando para as marcas de sangue em Emma, tanto em suas roupas como na garganta dela.

Ela estava chateada, e cabisbaixa, tanto que começou a chorar segundos depois.

Aly se aproximou mais de Emma e colocou a mão no queixo da moça.

-Ei... Ele dizia com piedade - Não chore meu amor, você vai ficar bem, vou cuidar de você. Aly limpou as lágrimas de Emma.

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⏰ Última atualização: Jan 18, 2021 ⏰

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