Capítulo 3

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Já tinha se passado quase um ano e meio desde que mikoto foi e infelizmente não voltou, quando se passou um mês itachi tinha ficado nervoso, sempre que voltava da escola e esperava em sua antiga casa pela volta de sua mãe, ainda tinha esperanças que ela iria voltar, afinal não tinha noticias dela e ela poderia estar em tratamento ainda. Ao som de qualquer barulho seu coração começava a disparar e a esperança se enchia em seu coração mas nunca era sua mãe chegando, nas poucas vezes era sayuri trazendo algo para ele comer mas como sempre dizia, "nunca mais irei comer de novo"


Essa promessa de não comer novamente não durou mais de dois dias, o cheiro da comida era irresistível e diria ele ate que durou por tempo demais. Itachi tentava viver o mais tranquilamente possível, sempre que podia meditava mas a frustração não saia do garoto, "eu fui um garoto tão bom, eles me abandonaram?" ele pensava, isso era oque mais o deixava nervoso e ao mesmo tempo triste, ter a ideia de que foi abandonado o deixava tão... Tão mal e ele nem mesmo sabia o porque. Quando se fez um mês que mikoto foi embora, sayuri recebeu uma carta de sua mãe, não era nada relacionado a ele mas sim do bebe que ele nem mesmo sabia da existência, a carta falava sobre o irmão que ele nunca teria

Sayuri também não andara muito bem nos últimos meses, algumas vezes chegou a cuspir sangue e em todas as vezes que ia para um hospital nunca encontrava nada. Por mais que os médicos recomendasse o repouso ela continua se esforçando mais que o necessário. Sayuri também permitiu que Itachi dormisse em sua antiga casa e ficar lá pelo tempo que quisesse, itachi com o tempo passou a admira-la como uma mãe, oque não deixava de ser, sayuri foi a primeira a notar o interesse de itachi por garotos e prometeu não contar para os outros, algumas vezes ate o apresentou a alguns garotos

Oque mais o incomodava mesmo era a noite na casa de sayuri e por muitas vezes optou por dormir em sua casa por isso, os barulhos, ele odiava ouvir sayuri gemendo, ficava constrangido com isso e no fim não conseguia olhar para ela na manha seguinte, nesses dias seu olhar parecia tão distante e em poucos momentos ela chorava, as vezes, quando seu marido saia, ela o deixava limpar o sangue de suas costas ou o que já estava seco entre suas pernas

-itachi! -chamou Hiroshi na porta de sua casa -venha, vamos almoçar

Sayuri saiu mais uma vez para o hospital e dessa vez sem previsão de volta, disse que precisava melhorar e que eles não lhe dariam apenas um remédio dessa vez. Com isso Itachi teve de ficar com hiroshi, e não podia negar que não gostava nada disso, Hiroshi estava sempre mal humorado e algumas vezes chegava a levantar a mão para o garoto apesar de nunca prosseguir com o ato por intervenção da esposa.

Itachi largou o brinquedo que segurava em mãos e correu ao encontro de hiroshi, o homem o olhou com indiferença, ou talvez nojo. O pior é que itachi notou isso desde o primeiro dia em que esteve lá, ele sentia esse olhar sobre ele misturado com um outro que ele não sabia reconhecer, um olhar sujo que tentaria ignorar até o ultimo dia de sua vida

Entrou dentro da casa e notou como tinha mudado mesmo que sayuri tenha ficado tão pouco tempo fora, a casa estava bagunçada e com roupas sujas espalhadas pelo chão. Deu mais uma olhada e notou que algumas baratas amontoavam em cima de um pão um pouco novo. Hiroshi, um homem velho, com alguns fios brancos entre o amontoado de fios pretos no cabelo quase inexistente por cair de mais, um dos olhos caídos e o outro semi cerrado sempre com uma expressão amedrontadora, grande, forte e suas mãos grandes esmagaria qualquer coisa, inclusive ele sendo tão pequeno e frágil, se sentou primeiro

Se sentou na cadeira velha, observava toda vez em que se sentavam para alguma refeição, a cadeira onde Hiroshi se sentava rangia e sayuri sempre reclamava dizendo que ele devia arrumar logo. Hiroshi olhava com o mesmo olhar de indiferença para a mulher, mas de uma forma pior, uma forma muito assustadora, aqueles gemidos que escutava a noite eram de pura dor e o pior e não saber onde doía, ele não podia perguntar o que estavam fazendo e nem mesmo podia se aproximar para ajuda-la. A cadeira rangeu como sempre e a sua expressão mudou para ódio

um passo para a dor -itadei [Cancelada]Onde histórias criam vida. Descubra agora