Throgh The Dark — One Direction
"We will find our way throught the dark"
Eu não sei o que fazer. As imagens que passam pela minha cabeça parecem as de um disco travado. "Você ainda pode voltar ao normal". Eu só quero esquecer o que aconteceu. "Eu tenho uma amiga que tem uns contatos, eles podem te ajudar.". Eu sei que não devo ouvi-los, mas ao mesmo tempo eu sinto que eles estão certos. "ANA, VOLTE AQUI. NÃO DÊ UM PASSO PARA FORA DESTA PORTA". A culpa não é minha. A culpa não é minha. A culpa não é minha caralho. "Você só quer atenção". Eu preciso sair da rua. Peguei meu celular e liguei para a única pessoa possível no momento.
— Kat? - engoli em seco - Posso ir para a sua casa?
— Estou te esperando, anjo. Vai dar tudo certo, Ok?
— Ok.- Admito que esse "ok" não foi nenhum pouco convincente, mas eu preciso me convencer de que, sim, vai dar tudo certo.
Minhas mãos tremiam, não sei se é de nervosismo ou do frio causado pela chuva repentina. É aquele ditado, tudo pode ficar pior. Comecei a correr. Eu quero deixar tudo para trás, preciso do meu porto seguro, um apoio, uma corda que segurasse a minha âncora, eu sinto que estou afundando cada vez mais na escuridão dos meus pensamentos e memórias. "Você ainda pode voltar ao normal". "Ainda tem esperança".
Quando finalmente cheguei no prédio da Kat eu bati na porta e esperei. Não deu nem um minuto e ela já estava me abraçando. Só percebi que estava chorando quando senti sua blusa molhada. Agora que comecei, meu maior medo é não conseguir parar.
— Hey, vai ficar tudo bem. Eu te protejo, ok? Você está segura. Quer conversar? - perguntou, afastando-se um pouco levantando levemente a minha cabeça para poder olhar nos meus olhos. Neguei e então voltei a abraçá-la fortemente. - Ok, tudo em seu tempo. Agora vamos entrar, tirar essas roupas molhadas e dormir. Quem sabe amanhã não será um dia melhor certo?
— A-acho que vai ser melhor. Eu preciso pensar...
Kat abraçou meu ombro e me guiou para dentro do apartamento.
— Como eu moro sozinha não será nenhum incômodo você ficar aqui por quanto tempo quiser, ok? Mi casa es tu casa. Esse é o quarto de visitas. Tá meio empoeirado mas nada que não possamos arrumar amanhã. Nem uma hora direito vai demorar para ele ficar novinho em folha. Vou pegar uma toalha e uma coberta para você, aí já entra pro banho porque não quero ver ninguém doente aqui não.
Assim que Kat saiu eu cheguei a conclusão de que não posso ficar sozinha. "Você ainda pode voltar ao normal". O que é o normal? "Você só quer atenção". Porque eu quereria mais atenção se já tenho pais que prestam atenção em cada movimento que eu faço. "Nós não te amamos o bastante?". Defina o que é amor? "Isso não é amor!". "Você ainda pode...
— Ei amor, peguei uma coberta quentinha, azul que eu sei que é a sua cor favorita e uma toalha. Agora já pro banho, se você acordar amanhã com febre ou espirrando eu juro que te mato.
— Até parece, você não mata nem uma formiga, imagina sua melhor amiga, e outra, você não vive sem mim- disse dando pela primeira vez um sorriso mínimo.
— Ok, chega de enrolação e já pro banho.
Caminhei lentamente para o banheiro, tranquei a porta e finalmente me olhei no espelho. Meu cabelo agora está parecendo um ninho de mafagafos, meus olhos estão levemente vermelhos, e uma coisa estão certos, os olhos são as janelas da alma, porque olhando-os eu vejo uma alma quebrada. Sabe quando você está numa espécie de transe? Quando dei por mim estava embaixo do chuveiro com vapor por todo o lado, só agora percebi quão quente está a água."Who am I?/ I feel like a ghost/ Chasing a body that's not mine", as palavras simplesmente vieram na minha cabeça." Falling on the ground/ Trying to get it right/ But I just can't". Saio do box e me visto, me olho mais uma vez no espelho e continuo parecendo uma alma quebrada.
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Stronger
RomanceUm momento, um amor, um suspiro. Um segundo. Tudo pode mudar. uma folha pode cair. Uma vida pode iniciar. Um vida pode chegar ao fim. Um segundo pode mudar tudo. quando Ana estava andando pelas ruas frias do inverno ela não tinha essa noção. Tudo po...