AfroditeAbro os olhos lentamente e sinto minha cabeça doer lembrando da noite de ontem, foi tudo tão rápido que nem parece verdade.
Lá estava eu, plena e totalmente envolvida pelo clima que inexplicavelmente surgiu entre mim e Apolo, quando de repente ouvimos um barulho, e um estrondo.
O spray de pimenta usado pela polícia assim que chegaram no local, dissipou no meu olho e em alguns segundos apenas, eu já não conseguia nem mesmo manter a pálpebra aberta.
Lembro do Apolo que naquele momento estava atrás de mim me segurando e gritando pros vapor tirarem eu e a Ju de lá, lembro de gritar pelos meus pais, e do carro deles passando bem ao lado do que o GM estava levando a gente.
Ao chegar em casa, lembro de ter visto minha mãe e meu pai assumirem uma postura que eu só conhecia de histórias, a de Pikena e TH, que protegiam o morro, nosso lar.
Não sei se foi a adrenalina, o calor do momento, só sei que naquela hora eu soube que eu tinha que defender a minha casa. Segui meus pais até a sala de armas, e coloquei uma glock na na mão e alguns pentes de bala na cintura, era como se um espírito de audácia tomasse conta de mim, um misto de medo e emoção.
Saímos pra rua, bolamos um planos de estratégia, e depois de uma longa invasão que durou cerca de seis horas, conseguimos controlar o movimento e fazer a polícia voltar pro asfalto. Muitos vapores ficaram feridos, mas graças a Deus ninguém morreu, os moradores estavam seguros e a favela por mais que estivesse com o clima de tristeza, suportou mais um dia.
Depois de alguns minutos perdidas em devaneios decido que o melhor a fazer é levantar e seguir mais um dia.
Tomo um banho, faço minha higiene matinal e decido que vestir uma roupa leve e confortável é tudo que eu preciso agora.
Desço as escadas e vou em direção a cozinha, quando chegou lá a familia toda está reunida, a nossa, do tio Bru, da tia NIck, todo mundo da linha de frente presente.
— Como você ta Dite? — A Ju é a primeira a correr até mim e me abraçar
— Acho que eu dormi demais — digo vendo que pelo visto fui a última a chegar na reunião
— Você só dormiu umas cinco horas querida, pode dormir muito mais ainda depois de omtem — minha mãe me da um beijo no topo da cabeça
— Gente mais uma vez me perdoem pelo dia de ontem, nosso informante não avisou nada sobre a operação, é a primeira surpresa que temos em uns sete meses — tia Nick se pronuncia
— Relaxa maninha, a gente sabe como funciona essas coisas, o importante é saber controlar os danos quando a bomba explode, e isso você fez como ninguém — tia Nay responde com um sorriso
— Falando em controlar bem, que controle do movimento todo foi aquele da Dite ontem em. A mira dessa menina é uma mina de ouro. Achei que tu nem gostava do movimento morena. — JP fala olhando pra mim
— Verdade em baixinha, você agiu como uma verdadeira patroa — tio Gus fala e sinto uma pitada de orgulho na frase
— Tudo pela família — digo até mesmo sem pensar
— Já posso te chamar de Bonnie — A Ju fala dando palminhas e pulos no ar
— Será que o Clyde tem algum comentário? — JP fala olhando pro Apólo e eu até engasgo com o suco que estava tomando
Antes que ele fale alguma coisa todo mundo dispara a rir enquanto nós dois tentamos nos defender da onda de brincadeiras que surge.
No meio dessa alegria toda meus olhos se cruzam com o dele e só tenho certeza de uma coisa.
Eu estou ferrada.
***
Oi meus amores,
O retorno demorou mas veio. Teremos um capítulo por semana!
Curtam e comentem muito o que vocês acharam.
Beijos, Tia Cá.
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Filhos do Legado
RomanceAfrodite e Julia carregam consigo um legado de família diferente, o tráfico. Depois de anos afastadas do Brasil, desde que seus pais resolveram largar o crime, a família cansa da vida normal e resolve retornar ao país de origem e ao antigo reino...