Fonte: Classi112756.
Quando o padre praticamente fugiu daquela casa, já era noite. O que quer que esse Luhan fosse, tinha o deixado arrepiado durante um bom tempo. Como era possível que ele soubesse sobre o lobo? Impossível!
Sua família morava numa granja, eles possuíam uma enorme fazenda com muitos hectares ocupados por animais e plantações, seu pai possuía muito dinheiro e ele cresceu como um menino selvagem correndo pelos campos e brincando com ovelhas. Seu lugar preferido para passar o tempo era próximo ao poço que ficava a 300 metros de sua casa, ao redor dele havia flores de várias cores; ele gostava do cheiro daquele lugar onde, junto com seus carrinhos e bonecos, ele costumava se divertir por horas. O lugar mais próximo entre esse poço e sua casa era uma velha cabana abandonada que, no passado, havia servido para alojar galinhas até que sua mãe se cansou de cuidar dessas aves e pouco a pouco se desfez delas. Ele nunca entrava ali já que se tratava de um lugar cheio de poeira, palha e teias de aranha. Porém, sempre acreditou que a existência desse lugar salvou a sua vida.
Certo domingo ele estava brincando próximo ao poço como de costume. Ele estava com uma roupa bonita porque tinha recém chegado da missa. Fazia calor, o sol iluminava todo o terreno até onde sua visão alcançava e quando corria tocando as flores, o lugar se inundava de um agradável perfume. Sem perceber, começou a cantar a música que os meninos do coro da igreja haviam cantando num ritmo viciante.
"Vou louvar, vou louvar, vou louvar, vou louvar..."
Definitivamente, era uma letra mais substancial do que essa, mas sua mente não se lembrava dela; de qualquer forma, bastou essa palavra para que ele dançasse animado ao redor do poço enquanto cantava cada vez mais alto agitando suas mãos, uma delas ainda segurava uma carrinho de brinquedo. Parou de repente ao ver um lobo preto correr colina abaixo, aproximando-se rápido dele. Assustado com o tamanho daquele animal e seus brilhantes olhos vermelhos, começou a correr para sua casa, mas tropeçou na tentativa e olhou para trás e viu que ia ser devorado antes de conseguir se salvar. Levantou-se depressa e se dirigiu a cabana a toda velocidade que suas pequenas pernas lhe permitiam. Era a sua única esperança.
Podia ouvir o lobo grunhir as suas costas, conseguia até sentir o cheiro de cachorro molhado que se desprendia dele. Conseguia senti-lo cada vez mais próximo, correndo ao compasso das batidas aceleradas do seu coração. Virou-se e viu que o lobo estava praticamente em cima de si. Defendeu-se jogando o seu carrinho bem entre os olhos do lobo que uivou completamente enfurecido, e ele acabou ganhando tempo para se trancar. Durante o resto do dia, viu o lobo preto meter suas patas por entre as frestas da velha cabana, e farejar ruidosamente à sua procura. Ele podia ouvi-lo uivando e rosnando com raiva enquanto empurrava as madeiras tentando soltá-las. Ele havia machucado o joelho esquerdo quando caiu, e sangrava e doía, mas a única coisa que poderia fazer para lidar com isso no momento era soprar um pouco para amenizar o ardor. Ele estava assustado, as horas passavam sem que o lobo fosse embora, ele não sabia de onde aquele animal tinha saído. Foi até que o sol se pôs, deixando-o em completa escuridão, que ele começou a chorar, convencido de que a qualquer momento a madeira velha cederia ao ataque da fera negra e ele seria comido. Estava com frio e com fome. Ele abraçou os joelhos chamando por seus pais e adormeceu.
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LuhAngel - Religare II [Tradução PT-BR]
FanfictionOh Sehun foi enviado diretamente do Vaticano. Seu trabalho: servir ao seu Deus naquela recondita cidadezinha da qual o Padre Kim fora excomungado sob estranhas razões que a maioria das pessoas desconhecia. Sehun não era um sacerdote convencional, ma...