PROLÓGO

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SEM REVISÃO!

"Quem não vale nada, nunca acreditará que você vale alguma coisa." Isso nunca esteve tão claro para mim como agora.

Aquele maldito, eu o odeio com todas as minhas forças! Penso com raiva pressionando a minha têmpora e na mesma da hora é como se eu escutasse a voz de minha mãe em minha mente falando. 

__ Busque sempre o amor ao invés do ódio, Syn, a paz não se consegue sem ele, o amor é a coluna e o respeito é a base.

__ Mãe, será que você ainda pensaria dessa forma se estivesse na mesma situação que a minha? Questionei-me em voz alta, desejando imensamente que ela estivesse ao meu lado, me aconselhando a fazer o certo.

O ser humano é "triste", sempre está insatisfeito com alguma coisa. Na maior parte do tempo, sua insatisfação é com ele mesmo, mas culpa o outro, porque é mais fácil.

Com esse desgraçado que machucou a minha Elisa não é diferente.

Volto a pressionar a minha têmpora que não parava de latejar desde a conversar com aquele homem. Eu já havia tomado dois comprimidos e nada. Mentalmente eu me sentia exausto, mas o meu corpo parecia pedir por liberação de energia. Eu necessitava socar a cara de alguém, mas não podia, o calmante que deram em Elisa é muito forte, ela ainda não acordou e eu preciso vê se ela realmente está bem.

E se eu não puder proteger a Elisa? E se aquele homem estiver certo em dizer que, não consigo proteger quem eu amo? Odeio essa minha insegurança!

__ Que porra! __ Exclamei batendo com o punho fechado no braço da poltrona preta que coloquei enfrente a cama. Estou a mais de duas horas a observando dormir. Necessito saber se ela está bem!

E se ela enfim chegou a conclusão de que sou ruim para ela? Suspiro e me levanto da poltrona.

Esses questionamentos não me ajudam em nada, a não ser me desestabilizar mais ainda.

Caminho em direção ao aparador e adega em formato retangular, fico olhando as bebidas em evidências, tentando escolher qual seria a mais forte para me fazer esquecer. Eu tinha cinco opções de vinho, umas três garrafas de conhaques e umas quinze garrafas de Whisky.

Sorriu ao me lembrar da cara que Elisa fez ao ver meu aparador de bebidas. Ela não gostou, mas ainda assim me surpreendeu ao dizer que não me pediria para tirar se é algo que eu gosto.

Diferente de minha ex e falecida mulher, Lara. Tudo em mim a irritava, principalmente minhas bebidas.

Lara?

Faz tanto tempo que não pensava nela. Esse nome nem combina com ela, de muda ela não tinha era nada, tudo Lara reclamava. Suspiro a contra gosto.

Por um tempo cheguei a odiar Lara, mas sabia que esse sentimento era inadequado senti pela mãe de minha filha.

Minha pequena Vânia.

Pressiono minhas duas mãos no aparador até ficarem brancos. Eu queria bloquear essas lembranças dolorosas, as reprimir por tanto tempo que parecia que esqueci. Quero esquecer, pois, lembrar traz dor ao meu peito e sinto ódio de mim por não estar presente quando a minha menininha precisou de minha ajuda.

Eu preciso bater em algo, estou com tanta raiva que nem me reconheço.

__ Aquele desgraçado, fez questão de esfregar meus fracassos em minha cara. MALDITO! __ Bradei, pressionando meus dentes a ponto de rangerem.

Opto em escolher um whisky Johnnie Walker Double Black, o meu preferido, ele tem alguns aromas especiais, trufados, ele tem um sabor defumado e envelhecido, é bem mais encorpados e intenso que o Red Label, Green Label e até mesmo o Black Label.

HOMEM DE AÇO - Parte 2 DEGUSTAÇÃO!Onde histórias criam vida. Descubra agora