Capítulo 36

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*Sem Revisão*

               Dhaedra Paixão


  O médico me passou o último diagnóstico que teve sobre o meu caso, braço direito quebrado, o esquerdo como o pulso estourado do braço direito com uma contusão bem séria ao que parece e o corpo a maior parte cortado com ferro ou vidro do carro.

   Estou chocada com o que me aconteceu mais feliz por não ter sofrido mais e muito menos morrido. Saio dos meus pensamentos com minha mãe entrando no quarto com um copo de café na  mão.

  - Está bem querida?

  - Estou sim mãe, apesar da vontade de ir para casa.

  - Assim que sair meu bem você vai para casa da mamãe, vou cuidar de você até que fique melhor._ sabia que minha mãe ficaria um pouco paranoica depois do acidente, quando ela se recuperou passou a cuidar mais de mim e se tornou mãe e amiga para tudo, agora com certeza não faria diferente.

  - Sabe que não precisa mãe o Júlio com certeza vai me ajudar e tem Léia que vai ficar comigo sempre não quero te dar trabalho.

  - Júlio vai te ver em casa, e nada de ficar com Léia coisa nenhuma, eu sou sua mãe e vou cuidar de você.
   Não vou nem discutir com ela, então só aceno um sim e deixo ela tomar dianteira de tudo, afinal manda quem pode obedece quem tem juízo.

    Passo o restante do dia conversando com ela e assim que sai para ajeitar as coisas para que eu fique lá na sua casa nico entra para me fazer companhia, não querem me deixar sozinha, e por um lado eu concordo.

   - Oi princesa da Disney falsa.

   - Oi Bambi, tudo bem?

   - Olha a audácia da mulher gente, numa cama de hospital e ainda ofendendo a biba aqui. Estou bem sim amiga e você?

   - Estou bem, mais quero perguntar algo para você.

   - Pela cara já sei que não é sobre o tempo e muito menos a moda de hoje em dia.

   - Você sabe o que os polícias disseram sobre o acidente?_ ele parece ponderar o que vai me dizer então por isso já digo logo. – Larga de enrolar e conta tudo sem esconder nada.

   - Eu não ia esconder._ olho para ele com o canto dos olhos e faço cara de quem não tá acreditando.

   - Tá bem, talvez só um pouco tá. Olha eu não falei com o policial foi Júlio quem falou, e ele disse que um carro preto bateu na traseira do táxi e depois na lateral fazendo ele capotar.

   Eu lembrei do acidente, mas tinha sido só isso, e com o relato do nico começo a lembrar do carro atrás da gente da batida e o capotamento meu Deus será que..

  - Nico eu acho que alguém quer me tirar do caminho ou acabar comigo de vez.

  - Quando Júlio disse que o policial perguntou se tinha alguém querendo te matar ou com rixa com você eu pensei logo na.

  - Jessica._ falamos o mesmo nome juntos.

   Eu posso estar muito errada mas algo dentro de mim diz que não estou mesmo. Preciso falar com o delegado ou seja lá quem pegue os depoimentos, se não foi ela vai ao menos tirar a dúvida de minha cabeça.

  - Preciso falar com o policial ou o delegado nico, quero tirar as dúvidas porque se não foi ela, eu nem sonho quem possa ser.

   Meu amigo concorda e diz que vai me ajudar com isso, eu quero muito que sejam só suspeitas mais algo aqui no meu peito diz que não.

                             *****

    Após um pouco de insistência, (só um pouquinho tá) consegui que o médico me deixasse ir ver o motorista, claro que numa cadeira de rodas e com uma enfermeira a tira colo mas já foi um grande avanço.

  Agora estou eu aqui na porta dele com medo de que a família me ache culpada por ele estar nesse estado, olho para cima e a enfermeira me dá apoio só que mesmo assim não consigo bater na porta.

  Respiro fundo e levanto a mão para bater mas paro no caminho, o medo me deixa desestabilizada, olho para enfermeira e quando vou dizer para ela que me leve de volta para o meu quarto a pronta a minha frente se abre.

  Me viro lentamente e vejo uma mulher alta, com a pele negra incrível e apesar do cabelo branco denunciar que já tem certa idade o rosto está impecável apesar de triste. Engulo seco e respiro fundo, agora não tenho como fugir.

  - Boa tarde, eu... Eu sei Dhaedra e queria, não.. eu quero falar com ele se puder é claro._ gaguejo, estou nervosa mais realmente quero saber como ele está e ajudar no que puder.

  - Bem que seu noivo disse que estaria aqui mais cedo ou mais tarde, meu marido está acordado agora e vou pegar um café se quiser entrar fique a vontade.

   - Obrigada._ é tudo que consigo dizer, ela não me rechaçou de primeira isso é um avanço mas o meu medo está lá dentro pois foi ele quem estava comigo no carro.

   Aviso a enfermeira que eu vou sozinha e quando precisar ir para o meu quarto a chamo de novo, ela concorda e abre a porta pra mim dizendo que ficará ali fora. Concordo e ela me coloca para dentro e me deixa a alguns sentimentos da cama.

  Quando ele me olha, meus olhos se enchem de lágrimas, um nó se forma em minha garganta, seu rosto está machucado assim como o meu, seu braço e perna engessado e um braço com uma base de ferro do pós operatório.

  Começo a chorar e nem vejo, só sinto as lágrimas arderem nós machucados mas não me importo com isso agora, me sinto péssima por ver que uma pessoa com raiva de mim acabou envolvendo outra nisso.

  - Não chore querida, fico feliz em ver que você está bem. Eu estou bem só um pouco machucado._ olho para seu rosto e ele está com um sorriso apesar de fraco é sincero.

  - Me perdoe por favor. Não imaginei que isso aconteceria e muito menos que você seria envolvido em algo que foi feito para mim._ ele nega com a cabeça e abana a mão com se não fosse nada de mais.

  - Não tem o que perdoar menina eu e você não temos culpa, o que quero é que o culpado por isso pague e muito caro só isso._ ele faz sinal para nós dois e mesmo ele falando isso o peso da culpa não diminui, se não tivesse ido com ele hoje ele estaria bem.

  - O que eu puder fazer para ajuda você eu farei, não que isso compense o que passou mais quero realmente te ajudar. Por favor me deixe fazer isso._ Júlio me disse que ele não aceitou a ajuda com o carro e com a vida pessoal só aceito o médico e o hospital por insistência da mulher dele.

  - Olha menina Dhaedra eu não acho que precise dar mais nada, o médico já foi de bom tamanho eu.

   - Mas seu...

   - Manuel querida._ a mulher dele entra no quarto com um café na mão e uma cara amigável e compadecida.

   - Mas seu Manoel, seu carro foi destruído e você precisará de outro, trabalho você também pode perder ou precisará de outro por conta do braço operado. Já que não quer dinheiro me deixe ao menos reparar de alguma forma._ falo já com lágrimas rolando, sua mulher chega perto e passa a mão com delicadeza em meu ombro.

  - Eu sei que o senhor quer se erguer sozinho, mas quero muito te ajudar vou me sentir melhor assim seu Manoel afinal se não fosse por mim o senhor não estaria passando por isso._ ele me olha ponderando o que eu disse, e depois faz um sinal para sua mulher que me olha com lágrimas nos olhos.

  - Não se culpe querida, poderia ser bem pior, ou outra pessoa que nem nos daria apoio. Prometo que eu e Manoel vamos pensar no que você não propôs ok.

  - Tudo bem, eu só quero ajudar a terem aquilo que foi destruído por minha causa e como seu que não aceitariam o dinheiro eu quero oferecer um trabalho._ limpo as lágrimas que escorrem livres pelo meu rosto e mais recuperada digo.

  - Amanhã volto para ver o senhor e também saber a sua resposta, que já espero que seja positiva. Boa noite para vocês e até amanhã.

   Com um sorriso tranquilo e pequeno chamo a enfermeira e ela me leva para fora, assim que a porta do quarto de seu Manoel se fecha oro para Deus me ajudar e fazer com que eles aceitem minha ajuda, só assim amenizará o que eu estou sentindo em meu peito.

   Chego ao quarto e a porta está entreaberta, olho para a enfermeira e ela sorri tranquila. Relaxo e deixo que ela abra o resto, não sei mais acho que estou ficando paranoica.

   Ao entrar vejo meu moreno no canto perto da janela falando no telefone, assim que me vê desliga e vem até a cadeira e me pega no colo com cuidado para me por na cama.

   Me deita e cobre minhas pernas com a manta e em seguida me dá um selinho.

   - Estava passeando?_ pergunta quando já estamos sozinhos.

   - Fui ver seu Manoel, Ju eu me senti horrível._ conto já melancólica.

   - Por que não me esperou morena? Eu iria com você e te daria apoio._ ele se deita ao meu lado tomando todo o cuidado do mundo para não me machucar ou tocar em algum corte.

   - Eu queria conversar com ele, ver o seu estado oferecer minha ajuda mesmo que ele tenha negado a sua. Quando o vi daquele jeito Ju a culpa me consumiu. Ainda consome para ser sincera.

   - Você não teve culpa morena, foi tão vítima quanto ele e quando o culpado for pego ora pagar meu amor._ ele faz um cafuné com cuidado para não delas nos cortes do couro cabeludo, eu disse a vocês que estava toda cortada então não fiquem chocados que até ali tenha cortes.

    - Fiquei abatida Ju porque por minha causa ele esta naquela cama, a pessoa está atrás de mim então._ ele enxuga minhas lágrimas e me dá todo apoio que preciso para que eu fique calma e coloque em ordem meus sentimentos.

   Após um tempo entre choros carícias e beijos o médico entra e conversa um pouco comigo e fala que a enfermeira lhe disse que eu fiquei abalada com o encontro e que já já vão me dar um remédio para as dores e eu vou sentir sono de mais. O que não deu outra assim que o remédio começou a fazer efeito o sono veio com força e não consegui resistir.

    Acordo perdida, sabe quando vc dorme tão pesado que não sabe em que planeta está e nem em que vida acordou? Estou assim, esfrego os olhos e viro o rosto para o lado, Júlio está sentado no sofá ou melhor deitado com as canelas de fora já que é maior que o sofá.

   Olho para o outro lado e vejo que já são 6 horas da manhã ou seja dormi o final de tarde todo e a noite também. Preciso ir ao banho só que na minha situação sempre tenho que ser auxiliada afinal dois braços machucados e engessados não ajudam em nada.

   Aperto a campainha que tem ao lado da cama e alguns minutos depois a enfermeira entra perguntando se estou bem ou quero algo, peço pra que me auxilie no banheiro e ela busca a cadeira de rodas própria pra se usar no banho já que vou aproveitar para tomar banho também.

   Empacotei os braços com plástico para não molhar o gesso e a mulher tirou minha roupa, essa hora para mim é uma das mais doloridas aqui o tempo está meio frio então o banho sempre tem de ser quente ou morno só que essas temperatura nós cortes e ralados faz com que doam ainda mais.

   Assim que a água bate em minha pele o que era para ser um bálsamo vira tortura, sinto arder tudo e mais um pouco, como se a cada gota uma agulha fosse enfiada nós machucados. Deixo a água escorrer e com ela minhas lágrimas não só de dor mais de tristeza por tudo que ocorreu, agradeço a Deus por ter me presenteado com a vida novamente.

   Depois de a mulher me ajudar com o sabão neutro que eles me receitaram e lavado os meus cabelos da melhor forma que conseguiu ou seja mais nas pontas, ela me arrastou para fora do box e me secou, colocou em mim uma calcinha levinha de algodão e um vestido largo para que não rele nos ferimentos.

   Ao entrar no quarto olho para o sofá e Ju já está sentado nele, assim que ouve o barulho da cadeira olha para mim e vem até onde estou se agachando em minha frente.

  - Porque não me chamou diabinha?

  - Você está cansado amor, não quis te acordar.

  - Doeu muito?

  - Não

  - Eu sei que não está dizendo a verdade morena, seus olhos estão inchados do choro e sua pele bem vermelha._ sabia que ele não cairia nessa de que não doeu, ontem quando fui tomar banho chorei ainda mais que hoje e ele chorou comigo.

  Ele me ajudou a deitar na cama,  e ficou ao meu lado. Me contou como foi lá com os gerentes que ele deixou no comando e nico também para que possa ficar pertinho de mim, contou também que ele e minha mãe tiveram um desentendimento rápido por conta de eu ter de ficar com ela e não com ele, por fim ele vai comigo para a casa da minha mãe. É pessoal ela ganhou disso eu não tinha dúvidas.

   O médico entra no quarto sorrindo assim que me vê com Júlio na cama, ele examina meus pontos e machucados, pergunta sobre as dores e diz que ainda hoje terei alta mas vou precisar de repouso por um bom tempo. Comemoro internamente, não me levem a mal eu sei que precisava ficar aqui mais nada melhor que a casa da gente não é.

   Tomo os remédios e fico mais um pouco ao lado do meu moreno curtindo seu carinho e lhe retribuindo como posso, agora quero realmente aproveitar tudo que puder ao seu lado, não que eu já não fizesse mas ainda era reservada e com medo de que algo fosse dar errado. Agora mesmo que eu não tenha certeza vou me entregar ainda mais de alma e coração para ele.

   - Antes de ir para a casa quero falar com seu Manoel Ju.

   - Depois do almoço eu te levo lá tudo bem?_ concordo e me aconchego em seu peito.

   Minha tia e sogra veio me visitar junto com Isa e tio/sogro, ficamos conversando e eles relembrando a infância onde eu e Júlio nós odiávamos e hoje nos amamos de forma intensa e Irresistível.

   O médico me disse que vou embora as duas horas e agora já é uma hora, olho para Júlio e ele entende que eu quero ir até o motorista. Com isso ele diz aos seus pais que vamos ver o motorista e depois vamos para a casa da minha mãe.

    Sinto um frio na barriga ao chegar na porta do quarto de seu Manoel, quero muito que ele aceite minha ajuda não só por causa do que aconteceu mas por causa de tudo que ele perdeu por minha culpa.

   Ju alisa os meus braços de forma leve e bem carinhosa, tem receio de me fazer sentir dor, faço sinal para ele abrir a porta e ele faz e em seguida vai me empurrando para dentro do quarto.

   Quando me vê a mulher de seu Manoel levanta e sorri, o homem na cama também sorri de forma carinhosa e o aperto no meu peito diminui mais não passa a culpa ainda está ali.

   - Oi menina Dhae.

   - Oi seu Manoel, passou a noite bem?

   - Sim menina, Ana minha esposa está cuidando muito de mim._ sorrio do seu comentário e olho para a mulher com um  aninho estampado nos olhos.

   - Fico feliz com isso, hoje estou indo pra casa, mas não posso sair sem que você me diga uma resposta.

   - Sabe menina, eu já disse isso a minha mulher ontem quando você saiu daqui e vou dizer de novo. Você é teimosa de mais para dizer não a você.

   - Então isso é um sim?_ pergunto sorrindo e me sentindo positiva.

   - Calma menina, eu tenho algumas exigências._ mesmo com as exigências eu me sinto bem confiante e já até desconfio o que seja.

   - Pode falar seu Manoel, e Ju anote tudo direitinho aí pra mim._ em segundos o coro de risos começa no quarto mais não ligo só quero mesmo saber as exigências dele e fazer tudo que eu puder.

   - Bom menina, quero um carro simples já que se eu falar que não quero você não vai ouvir, segundo quero um emprego simples também nada muito importante e nem mesmo que me favoreça, quero mesmo é trabalhar.

   - Anotou Ju? Anote também o telefone dele, ainda essa semana vou ajeitar tudo._ já me empolgo com tudo que eu quero fazer para ajudar.

  - Calma mocinha, meu benzinho vai ficar uns dias enterrado ainda e outros em recuperação.

   - Eu sei dona Ana mas fiquei empolgada e feliz, obrigada por ter me deixado ajudar.

   Conversamos mais um pouco sobre eles e descobri que eles tem dois filhos, e mais algumas coisas sobre sua pequena família, quando sai só quarto estava muito mais feliz do que que eu entrei e já planejando várias coisas.

   Agora quero ir pra casa me recuperar rápido e voltar a ativa.

Era para ter saído ontem amis na correria eu esqueci e como promessa é dívida está aí esse lindo espero que gostem e leiam muito pois está no reta final dessa lindeza 🥰🥰🌺😘😘

SENTIMENTO IRRESISTÍVEL (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora