Acidente

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Perséfone apaga a luz do seu quarto deixando apenas o abajur aceso, se senta em sua cama com seus cabelos quase secos do banho que tomou a um tempo atrás, pensava na possibilidade de ir conversar com sua avó sobre o ocorrido de mais cedo mas, decidiu que deixaria àquilo para o outro dia, ambas precisavam descansar e, a última coisa que Perséfone queria era brigar com Deméter. Seus olhos se fecham e as lembranças da sua tarde com Henry passa por sua mente lhe fazendo soltar um leve sorriso quase contra sua vontade. 

Henry assim que chega em sua casa abre os botões de sua camisa as tirando e deixando no sofá, vai até a cozinha pegando uma cerveja dando um gole por cima do outro, estar perto de Perséfone hoje o fez ter pensamentos sujos com a jovem que tinha idade para ser sua filha, Henry suspira negando com a cabeça indo até a sala levando mais algumas garrafas para beber e as deixando sobre a pequena mesa. Foi até o banheiro tomando um banho longo deixando que aquela água escorrer por todos seu corpo, depois de terminado colocou uma cueca boxer e uma bermuda de moletom apenas para ficar em casa. O momento em que Perséfone tocou suas mãos veio em sua mente e ele sorri dando mais um gole em sua cerveja ao lembrar o quanto ela ficou sem jeito com aquele simples ato.

Elisa entra no cômodo com seu pijama longo e o rosto totalmente inchado por ter acabado de acordar. Henry a observa deixando sua garrafa de lado esticando uma das mãos para Elisa. 

— Pai? Que horas são? — Ela se aproxima sentando ao lado de Henry no sofá, que acaricia seus cabelos enquanto ela deita em seu ombro. 

— Não faço idéia, meu amor mas já é tarde— Ela concorda dando um longo suspiro seguido de um bocejo. — Deitou cedo demais pra acordar no meio da noite?

Elisa fica em silêncio por alguns segundos depois concorda com a cabeça, pensando em como seu sonho foi estranho, com seu pai e sua melhor amiga muito íntimos, uma cena não agradável para ela. 

— Eu sonhei com o senhor e a Perséfone, foi muito estranho. — Diz direta e Henry pega sua cerveja antes que ela continuasse e da um gole saboreando.

— O que sonhou? — Pergunta curioso. 

Ela levanta sua cabeça e se encosta no sofá. 

— Nada legal, eu não posso dizer porquê o senhor sabe...Ela é minha amiga e o senhor...Meu pai! Entende? É loucura!

Henry ri sem humor com seu jeito de se expressar mas concorda. Elisa sorri negando com a cabeça e revirando os olhos, um beijo é depositado em sua testa por Henry. 

— Eu notei que a Perséfone tem se afastado ultimamente, pai ela costumava me falar sobre caras que estava saindo e, de uma hora pra outra ela não vem mais aqui, as vezes sai sem mim e, tudo bem mas é chato porquê nós éramos muito grudadas, ela vivia aqui. — Diz Elisa frustrada. 

— Eu notei também, Perséfone é alguém que eu gosto quando está perto de você porquê é uma boa garota, cresceram juntas mas, ela nao é do tipo que deixaria você de lado, Elisa. Dê um tempo a ela! 

Henry diz assim que percebe o desconforto da filha, ele também estava acostumado com Perséfone sempre em sua casa e sendo como da família. 

— Tem razão! Bom, acho que na verdade eu sei o motivo disso mas, não quero estar certa, pai. 

— Pra isso existe conversa, Elisa.

Henry a olha com as sobrancelhas levantadas, pensa que é assunto das duas então não pergunta nada.

— Bom, Vamos dormir que amanhã um amigo irá no meu escritório resolver umas coisas — Elisa se levanta concordando lhe dando um beijo na bochecha e um abraço. 

— Boa noite, pai! 

— Boa noite, meu anjo. — Elisa sai na frente enquanto Henry recolhe as cervejas dali. 

...

Na manhã seguinte novamente o bom humor de Deméter toma conta da casa, Perséfone aparece na cozinha com um meio sorriso chamando atenção de sua avó. 

— Bom dia. — Diz simples pegando algumas torradas com manteiga na mesa. 

— Conheço essa carinha, dormiu bem? — Perséfone confirma dando seu melhor sorriso para Deméter. — Parece cansada. 

Ela continuava sua refeição junto de sua avó que observava desconfiada, conhecia a neta melhor do que ela mesma. 

— Tudo bem, vovó eu vou dizer. — Perséfone a olha desviando o olhar algumas vezes para procurar as palavras. — Bom, ontem eu fiquei muito sem graça com a presença do Henry aqui, a senhora me deixou em uma saia justa!

— Eu apenas o chamei para comer alguma coisa! — Deméter diz simples. 

— Vovó. — Perséfone se aproxima segurando o rosto de Deméter carinhosamente. — Eu sei que tem a melhor das intenções mas, as coisas não funcionam desse jeito tão simples! Henry é um homem e eu apenas uma garota entende? Não quero que isso se torne algo doloroso, nossa diferença de idade é enorme. 

— Está desistindo de uma coisa que nem ao menos tentou fazer dar certo, querida. 

— Vovó, isso é impossível eu nem sei como pode pensar que eu e Henry...Não. Eu apenas vou esquecer isso tudo bem? 

— Tudo bem, querida. — Deméter continua a sua refeição não deixando de pensar que a neta estava errada e deveria tentar. — Mas que ele é um partidão ele é! 

Perséfone sorri olhando para sua avó e se diverte com seu comentário sobre Henry. 

— Sim vovó, ele é um bom homem.

— Não foi só isso que eu quis dizer, minha neta. 

(...)

Mais tarde, com sua bicicleta Perséfone carregava as flores copos de leite, enquanto pedalava sentia a brisa deliciosa daquela tarde, que nada poderia estragar, estava à caminho da casa de uma de suas clientes fiéis, como Merida já estava bem idosa Perséfone prefere vir entregar pessoalmente para a doce senhora. Ela adorava a companhia de Perséfone que sempre entrava para uma conversa agradável. Depois de se despedir da senhora com um abraço partiu de volta para sua casa distraída, prestando atenção apenas no caminho que fazia, Um carro bate em sua bicicleta fazendo Perséfone praticamente voar da mesma, ao cair no chão sente uma forte dor em suas costas preocupando o homem que dirigia, que sai de seu carro correndo em sua direção. 

— Perséfone? Meu Deus. — Ele a olha mas Perséfone desconhece o homem. — Não se mexa, eu vou chamar uma ambulância. 

— Nós nos conhecemos? — Diz fraco mas ele ignora com seu celular no ouvido. 

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