Capítulo 3

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    Henri

— Bom dia! – Cumprimento meus avós me juntando a eles em torno da mesa de almoço, os dois trocam um olhar antes de me responderem com um sorriso.

— Dormiu aqui? – Meu avô pergunta levando sua taça de vinho aos lábios.

— Sim, dormi na varanda. – Vovó ri enquanto meu avô balança a cabeça em reprovação.

— Vai pegar uma pneumonia. – Ele reclama. – Estava bêbado demais para ir dormir na cama? Nunca bebi tanto assim na vida. – Diz o homem que leva outra vez a taça de vinho aos lábios.

— Toma vinho em todas as refeições, vovô.

— Recomendações médicas. – Ele responde dando um meio sorriso cheio de cinismo.

— Espertinhos. – Brinco me servindo. – Eu não dormi na varanda porque estava bêbado, dormi na varanda porque estava em companhia de uma donzela em perigo! – Agora o assunto os anima, posso ver os olhinhos fofoqueiros brilharem de esperança.

— Conte-nos tudo. – Vovó me pede.

— Alguém a convidou, depois a deixou, sozinha, ela teve medo de ir embora, eu a encontrei solitária próximo a piscina e fiquei conversando com ela, olhando estrelas, ela é nova na cidade, adormeci e quando acordei, ela tinha partido. Não sei quem é ou como encontrá-la.

— Por que não ofereceu um quarto para moça, ou pediu ao motorista que a levasse em casa? – Meu avô pergunta e sorrio em resposta.

— Vovô, conversando, olhando estrelas... não tinha intenção de perder a oportunidade. – Pisco e vovó concorda com um movimento de cabeça.

— Se tivesse oferecido um quarto ou designado um motorista para levá-la, agora saberia quem é e onde encontrá-la.

—Por isso que você ficou rico, vovô. É muito esperto. Não tenho toda essa inteligência. Eu quis... aproveitar o momento.

— Visão, é isso que te falta, visão de futuro, você e seus primos. – Ele reclama me fazendo rir. Adoro seu jeito ranzinza e sabe tudo, ele está sempre certo, isso é verdade, mas gostamos de discordar só para irritá-lo.

— Está prestes a se surpreender, Gérard Bressaur. – Os dois trocam outro olhar. – Quais os planos para o aniversário de casamento?

— Um jantar sem penetras. – Meu avô se apressa e vovó é a primeira a rir. – Somos apenas nós, meus filhos e netos, apenas isso.

— Sim, senhor, estarei aqui. Prometo e vou trazer presente.

— Isso é sempre bom. – Minha avó brinca. – Come mais um pouco. – Ela aponta a travessa.

— Não, vovó, vou pedir para embrulhar as sobras, será o meu jantar.

— Tem muito, dá para repetir e levar, eu não sei porque não vem morar aqui ou não vai morar de novo com seus pais, não teria essas preocupações.

—Sou um rapazinho independente. – Os reviram os olhos ao mesmo tempo, deve ser uma vida longa de convivência que os faz ser tão próximos e quase uma coisa só. – Morar aqui não seria má ideia, mas aposto que me expulsariam em menos de um mês, sou muito agitado.

— O apartamento dos seus pais fica pertinho, tem espaço suficiente. – Vovô continua.

— Vovô, lá não é diferente da minha casa, os dois trabalham e a mamãe não é muito ligada nessas coisas. Eles comem sempre fora, eu teria que me virar do mesmo jeito.

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⏰ Última atualização: Jan 23, 2021 ⏰

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