pizza and quarantine 🍕 (PJM + JJK, JIKOOK)

2. pizzaiolo atarefado 🍕

"Olá, com licença. Park Jimin, certo? Gostaria de fazer algumas reclamações, devo dirigí-las a você?" Não, não. Muito formal.

"Roi, Park Jimin, né? Por acaso sua mãe não te deu nenhuma educação, não?" Hum, não. Melhor não.

"Park Jimin, por favor, estou implorando! Chega de promoção!" É verdade que situações desesperadas exigem medidas desesperadas, mas tanto assim? Talvez não.

Que Jungkook estava sendo realmente afetado pela irregularidade de seu sono, isso certamente já era um fato conhecido por todos à sua volta. Claro, as olheiras eram perceptíveis e ele também não se poupava de conversar sobre aquilo com qualquer um que lhe desse brecha. Mas quem diria que o caso poderia chegar a esse ponto, beirando a insanidade? Bem, era exatamente isso que apontavam os indícios dados pelo próprio garoto a qualquer um que passasse por ele.

Por quê? Digamos apenas que, enquanto o mesmo ônibus que o buscara na universidade sacolejava pelas ruas irregulares de seu bairro afastado do centro, o esquisitão treinava a conversa que teria com o pizzaiolo muito em breve. Sim, ele havia chegado ao ponto de conversar sozinho após madrugar compulsoriamente por tantas noites seguidas.

A viagem até o lugar em que ele morava (e onde estava instalada a incrível e barulhenta Jinnie Master) demandava um tempo generoso. Na verdade, esse foi um detalhe que quase o fizera desistir de seu sonho de estudar na grandiosa faculdade localizada no coração financeiro de sua cidade. Mas, depois de muito ponderar e discutir com toda sua família, ele acabou decidindo ingressar no curso para o qual fora aprovado e ainda bem que havia tomado essa decisão! No fim das contas, os minutos que passava sendo jogado de um lado para o outro naquele veículo acabavam sendo muito proveitosos, havia sempre algo sobre o que pensar.

Naquela tarde, definitivamente não foi diferente. Mas talvez tenha sido mais vergonhoso. Acontece que quando decidiu realmente conversar com Park Jimin sobre o que estava rolando, Jungkook logo se colocou a matutar sobre como faria aquilo, como reportaria seu descontentamento.

Decidido a fazer a melhor escolha de palavras, então, ele fez o que qualquer um faria: iniciou um monólogo dentro do ônibus. Na verdade, enquanto olhava para seu próprio reflexo na janela do transporte público e proferia suas palavras, ele chegou até a imaginar o rosto de Jimin ali, encarando-o com toda sua baixeza (convenhamos, ele era tão magrinho e fofo que parecia ainda menor do que era na realidade) e falando: "É, Jungkook, realmente. Desculpa por tudo, já pode dormir em paz!"

É, com certeza daria certo, o poder do diálogo venceria mais um vez.

Ao sentir um solavanco específico que jogou seu corpo contra o encosto do banco, Jungkook foi invadido por uma inevitável euforia. Fazia aquele caminho
constantemente (às vezes, até dormindo) e sabia muito bem que havia chegado ao ponto mais próximo de sua casa. Mas não era só isso: também estava mais próximo do momento sobre o qual tanto divagou (sim, "divagou". Não, não é "sonhou". Ele sequer tem conseguido dormir, imagine sonhar). O fim das noites mal dormidas se aproximava, ele só precisava seguir o roteiro que havia criado.

Após desembarcar do ônibus que havia pego, Jungkook imediatamente começou a caminhar em direção à sua casa. Notou uma movimentação estranha de alguns policiais esquisitos pelas ruas e a coisa parecia bastante séria e muito adulta, alguns até conversavam com vizinhos ou pedestres que estavam por ali e gesticulavam sem parar. De qualquer forma, simplesmente optaram por ignorar a presença recém-chegada de Jungkook por aquelas redondezas e, na verdade, aquilo foi ótimo. Não tinha tempo a perder.

Deparando-se com o carro estacionado de sua mãe logo que chegou em casa, o Jeon concluiu (sem gastar muitos neurônios) que sua mãe já deveria estar por lá, ainda que desconhecesse qualquer explicação acerca do motivo dessa chegada inesperada. Aquilo acendeu um sinal de alerta em sua mente: ele precisava ir até seu quarto sem ser visto! Do contrário, seria infernizado e convencido a deixar aquela questão de lado. Mas não, não faria isso!