2º FASE CAPITULO 4

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Beatriz

Entrei de volta pro apê e vi o Lorenzo com o Heitorzinho sentado no sofá, o observei e sentei no tapete na sua frente.

- Tem certeza que você quer ir comigo? - Perguntei

- Tenho - Ele disse olhando pro meu filho- Não vou me separar de você

Engoli seco

- E a Laisa? Os negócios ?

- Vou trabalhar home office e quando for preciso venho pra cá, manterei a Laisa nesse apartamento e ela sabe que pode contar sempre comigo - Falei

- E vocês dois? como estão? - Perguntei

- Ela sabe que eu amo você - Ele disse

- E você sabe que eu amo o traste do João, não sabe? - Perguntei e ele sorriu

- Sim, eu sei, o coração não escolhe quem ama, se pudesse eu escolheria a Laisa

- E eu escolheria você- Falei e ele me olhou

Um silêncio tomou conta

- Mas espero que saiba que estamos indo como família- Falei

- Eu sei -Ele estendeu a mão e me puxou pra ele- Tio Lorenzo, Heitorzinho e você

Sorri

- Eu sempre vou cuidar de você, morena - Ele disse-Sempre. Existe uma coisa nesse mundo que nos aproxima, que eu não consigo explicar, e não sei o que é, mas eu sei que existe.

- Eu também sinto isso...mas...eu não posso confundir os sentimentos, principalmente agora que meu coração está em pedaços- Falei

- Não precisamos ser nada, não precisamos investir nisso, só precisamos ser uma família- Ele disse

- Só precisamos ser uma família- Falei

.

Peguei meu filhote e fui pro quarto. Lorenzo dormiu na sala. Arrumei um cantinho pra ele na cama, bem aconchegante e o coloquei dormindo ali.

Mas eu não conseguia dormir.

Lembrei do João e chorei de uma forma silenciosa, o choro que mais dói é esse, que você levanta a cabeça, busca o ar mas ele não vem, e você não pode gritar, como se estivesse abafando aquela dor ali dentro de si e ela estivesse prestes a explodir e acabar com você.

Por que as coisas tinham que ser daquela forma pra mim? Porque aquelas pessoas implicaram justo comigo?

João Victor

Cheguei em casa e entrei junto com a Duda. Passamos pelo jardim e eu vi toda estrutura de um casamento fracassado alim. Flores e o cheiro bom no ar, deu tudo errado.

Apenas baixei minha cabeça e entrei.

- Vou para o quarto de hóspedes, se precisar de algo, me chama - Ela disse

- Aconteça o que for, Duda, me deixa sozinho essa noite - Pedi- Por favor

- Tá bom - Ela disse e foi pro quarto.

Subi pro meu quarto, tranquei a porta e fui pro closet, as portas do closet estavam abertas pois eu tinha tirado as coisas do meu filho.

Mas as coisas dela ainda estavam lá. Peguei um vestido florido que quando ela vestia ficava parecendo uma menina do interior, de fato. Sorri e cheirei aquele vestido, sentindo cheiro dela e as minhas lágrimas molhando o mesmo. Em seguida peguei uma lingerie vermelha que ela sempre usava quando saíamos, porque sabia que voltaríamos já quebrando tudo, e cheirei também. A minha camisa que já estava nas coisas dela, porque ela tomou posse. Tudo dela estava ali, comigo.

Abri uma caixa onde tinha uma lingerie branca ajnda embalada, provavelmente usaria na lua de mel...Que nunca vai acontecer.

Tirei tudo dela dali e joguei no chão, corri pro banheiro e joguei todos os cremes, hidratantes, tudo que tinha na bancada no chão. Fui até o quarto e peguei os vasos e taquei na parede, comecei a quebrar tudo descontroladamente, estourei o espelho que ela se maquiava, PORQUE TUDO ALI ME LEMBRAVA DELA. E eu tinha que destruir tudo

Duda

Estava deitando para dormir, mas se tornou impossível com o barulho do João quebrando as coisas.

levantei e saí até a porta do quarto e me espantei. Todos os funcionários da casa, a mãe, o pai e a Tessália também estavam no corredor

E foi uma noite longa, onde a dor do João gritava naquela casa impedindo todos de dormir.

MORENAOnde histórias criam vida. Descubra agora