Capítulo dois

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Eu estava em pânico. Caminhava em direção ao fundo do beco, onde o escuro predominava.

Minha respiração estava acelerada. Meus sentidos estavam aguçados e ouvi passos duros, firmes e rapidos se aproximando.

Uma mão me agarrou e nesse instante senti todo o mundo parar ao meu redor e apenas meu coração acelerado, bater contra o peito.

O pânico aumentava cada vez mais e eu não conseguia me mexer ou se quer falar. Estava em choque.

Uma força se faz em minha blusa, rasgando-a. Fazendo com que saísse da minha garganta algumas poucas palavras.

- Me larga- grito o mais alto que posso- socorro! -mais ninguém parece ouvir.

Um corpo me prende a parede tentando me calar com as mãos, mordo e um "maldita" sai de sua boca.

- Me deixa, por favor! - choro desesperada.

Mãos grossas e calejadas me apertam compra a parede da minha própria casa.

Rios de lágrimas se formam e acho que é esse o meu fim.

- cala boca gracinha, quietinha. - sua voz grossa me faz olhar pra o seu rosto, mas tudo que vejo é apenas uma cicatriz iluminada pela luz do poste da outra rua, uma cicatriz gigante que corta das suas sobrancelhas a seus lábios, uma cicatriz horrenda.

-Socorro-grito tudo aos pulmões e tudo que ouço é meu coração batendo forte e descompassado.

Sinto minha cabeça ser empurrada para trás e uma dor se instala enquanto tento a todo custo manter 

Ao longe, apenas ouço os latidos, meu grande e fiel amigo.

***

Acordo e estou desorientada. Não vejo mais ninguém, espero no fundo, que tudo isso tenha sido apenas mais um ruim pesadelo. A realidade me cai quando vejo minhas roupas rasgadas e uma dor quase insuportável em meu intimo. ao meu lado, o amigo choraminga e me beija com sua língua me dando consolo, vejo sangue em suas costas e aquele mostro deve ter o batido também. 

Infernos, raios. A raiva que as estrelas me dão agora, esta na mesma intensidade que um dia já me acalmaram quando estava só. Olho-as, se pudessem falar estariam zombando do meu sofrimento. da minha vida.

Amigo se encaixa nos meus braços de um jeito confortável e tomo cuidado com suas costas que devem estar dolorido. faço carinho nele e olho com raiva das estrelas. Elas sempre estão lá para ver minha desgraça, para dizer que minha vida é inútil. Concordo plenamente com elas.

Sem mais querer pensar, me acomodo com meu amigo e sinto uma lagrima rolar, silenciosamente. Nela esta a proporção da dor que sinto, com cada gotícula que a forma esta um pouco da minha dor, mais nem a metade dela contem toda a minha dor.

Sentindo-me sufocada, adormeço. Junto com meu amigo.

No fundo de mim, uma dor insiste em crescer mais nenhuma lagrima ousa rolar.

***

Acordo com lambidas. Devem ser de madrugada, pois nenhum raio solar ousou me iluminar e me desejar mais um péssimo dia como sempre. Mais lambidas e resolvo abrir meus olhos.

Vejo olhos brilhantes e uma língua babada perto do meu rosto, com cara de sapeca, meu amigo se prepara para me lamber novamente.

- Para.. Para - alguns risos me escapam - para Amigo, faz cócegas.

Ele finalmente para e coloca sua cabeça em baixo da minha mão pedindo carinho, que lhe dou com muito prazer.

- Bom dia para você também, amigo. - um sorrisinho me escapa, será que os dias podem mudar com ele, espero que sim.

O céu esta cinza, frio e sem vida. Poderia estar melhor? Acho que não.

Flashes e mais flashes da noite passada me vem à cabeça e lembro-me daquela cicatriz. Eu agradeço por ter perdido a consciência e não saber o que aconteceu, mas no fundo me dói por ter a certeza com a dor incomoda que sinto.

Vendo minha de repente tristeza, ganho mais uma lambida na bochecha recebendo o carinho do meu companheiro. Suspiro ao olhar para a parede, lembrar daquela cicatriz.

Acho que aqui já não é mais um lugar seguro. Terei que procurar um novo lugar para morar. Não conseguirei mais ficar aqui sabendo do que aconteceu e imaginando o que não vi.

Levanto e vou ate atrás de uma lixeira onde deixo alguns pares de blusa ou calça que consigo em doações por ai. Troco de roupas e vejo as marcas que aquele imundo me deixou.

Uma dor latente no meu peito me faz lembrar-se dos abraços carinhosos que tinha com minha mãe. A dor se instala e não me deixa mais.

Com uma blusa mais velha e um pouco mais rasgada que a que estava usando, antes do acontecido, e uma calça jeans um pouco mais larga, saio a procura de um mais novo lar. Apenas espero que não chova.

Meu companheiro ia ao meu lado, sempre olhando para mim. Sabia que ele valia ouro, apenas não sabia que era mais valioso. de um preço incoparavel a qualquer objetode valor.

Meu companheiro, mal chegou e ja tem um grande lugar no meu coração. Se é que tenho algum batendo aindaem mim.

 Olhava para ele e conseguia ver o quão dificil a vida dele foi, mas esta aqui agora e me ajudando, me consolando.

O sol deveria estar a pino, mas hoje ele rezolveu não aparecer. Minha barriga canta e vejo o meu companheiro com uma carinha cansada para mim, a horas estamos andando a procura de um novo lugar. Poderia ser facil se eu não quisesse dividir com outras pessoas. Entramos em um restaurante e conversando com o gerente consigo um pouco de comida para mim. Em um suporte para marmita ele colocou um pouco epercebo que sim, ainda tem boas pessoas nesse mundo.

Comemos eu e o amigo. Primeiro eu e depois ele comeu o que deixei. a muito tempo que não comia assim e percebo que o meu acompanhante tambem não.

Com uma garrafinha de água, seguimos caminho. Sem rumo, sem destino, solitários.

Calçadas, ruas e pessoas sendo deixada para trás. Já a muito tempo estamos a procura e resolvemos voltar para casa para continuar no próximo dia. O difícil seria me deitar no mesmo lugar e olhar para as estrelas testemunhas da minha vida fracassada e sem graça.

Já é noite. Passos agora me deixa apavorada, com medo. Mantenho o mais longe possível das pessoas. É como se qualquer um fosse me arrastar para o pesadelo da noite anterior. Anseio pelo dia, que antes só me trazia mais solidão, agora me trás segurança.

Bobagem? Para mim não.                                                     

Deito, evito ao Maximo olhar para o canto onde aconteceu. Virada para a parede, sentindo o frio passar por todo meu corpo, tremo.

Se embrenhando e se acomodando entre meu corpo e a parede esta meu amigo. Com a cabeça apoiada em minha cintura, esquentando-a. Afago sua cabeça e meus pensamentos voam para minha mãe, a noite passada e o rumo que a vida esta me levando.

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{: Pessoas, esta ai mais um capitulo terminado agorinha. Esta sem revisão, amanhã atualizarei e voltara com tudo certinho então se achar algo escrito errado ou alguma palavra sem sentido avisem, isso ajuda muito.

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Espero que gostem :}

CassandraOnde histórias criam vida. Descubra agora