capítulo 3

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— Temos a maneira perfeita de entrar no torneio! — disseram George e Fred se sentando a mesa.

Todos olhamos para eles sem muito interesse, afinal Dumbledore já tinha avisado que ele mesmo tinha tomado medidas para que ninguém fora da idade mínima entrasse no torneio.

— Poção de envelhecimento.

Houve um silêncio por alguns segundos entre nós. Mas para minha tristeza, quando abri a boca para comer um delicioso bolo de côco, começaram a se pronunciar sobre a ideia.

— Isso pode dar certo. — Ana diz em um tom de interesse — continuem.

— Ana, não dê motivos — falei antes que eles pudessem — se Dumbledore proibiu é pra nos proteger. Não sei porque vocês gostam tanto de correr perigo. — Peguei morangos enquanto falava, estavam vermelhinhos.

— Até parece que você não acompanha eles nas pegadinhas que vocês fazem pela escola. — Ron diz colocando um pedaço de pão em seu prato.

— Nas pegadinhas o máximo que acontece é uma detenção, talvez até uns dias em casa. Mas jeito que Dumbledore falou não parece ser apenas partidas de Quadribol.

— Eu morreria se tivesse que ficar em casa por uns dias como expulsão — Harry pergunta bebendo um pouco de suco. — Você, parece que não se importa.

— Porque não me importo.

Era fácil imaginar a minha vida depois do escola, a magia não seria algo tão vital como se eu fosse me tornar uma auror, por exemplo. O que quero dizer é que, por mais que eu goste de magia e tenha vivido com ela a minha vida inteira, facilmente me imagino sem ela, algo que poucos conseguiam fazer.

— Pra ela é fácil, já está com a vida toda ganha. — Ron diz em um baixo tom, e eu finjo não escutar.

— Vocês acham mesmo que Dumbledore não vai fazer nada pra impedir ideias como essas? — curto silêncio — por favor... É o Dumbledore!

Ao fim do meu café me despeço brevemente de meus amigos e vou em direção ao meu irmão que estava acompanhado de Pansy.

— Bom dia! — Pego um morango do prato de meu irmão.

— Por que você não pega sua própria comida? — Ele era descontraído e sério ao perguntar. Não que Blaise geralmente não fosse sério.

— A sua é melhor. — Quando dei um sorriso ele revirou os olhos — Oi, Pansy.

— E aí. — Ela cumprimentou. — Já falou com Draco?

— Não, e não sei se quero. — Ela assentiu com a cabeça e eu soube de que lado ela estava, só não era corajosa o suficiente para dizer. Eu também não era para me afastar.

Depois do almoço todos tínhamos tempo livre. Cortesia dos visitantes. Então eu e Hermione fomos para a sala do cálice.

Não demorou muito até que Cedric entrou pra colocar o nome no cálice, rodeado de colegas o apoiando. Cedric parecia feliz, como se não soubesse o risco que corria, e talvez não soubesse mesmo.

Mesmo rodeado de pessoas, enquanto parecia fazer uma ronda em toda a sala antes de colocar seu nome no cálice, Cedric me viu e eu já olhava para ele quando isso aconteceu. Ele sorriu para mim, um sorriso meigo, era fofo e então colocou seu nome no cálice e seus amigos gritaram.

— Hermione? — a cutuco olhando na direção da porta — Krum está entrando.

Pude ver de camarote Krum não desgrudar os olhos de Hermione, desde de o momento em que ele a vê entre os outros até o momento em que coloca seu nome e sai da sala.

— Isso foi intenso. — Comentei.

— Não fale sobre isso. — Ela nem se quer olhou para mim ao dizer, apenas olhava para o livro que eu tenho certeza que nem estava sendo lido.

Logo depois Ana, Fred e George entram e eu soube que coisa boa não viria.
* A mesma cena do filme acontece *

— Nós avisamos não foi? Agora aguentem as consequências. — Falei os ajudando a levantar depois que já tinham brigado no meio de metade da escola.

— Mas... — Os interrompi.

— Estão agindo como duas crianças. — Cruzei os braços — vocês mesmo tem a ideia e quando da errado ficam um culpando o outro.

— Bom, se você lembrar que tomamos uma poção de envelhecimento, acaba se tornando meio idiota quando nos chama de crianças. — Fred diz baixo.

— Como é, Weasley?

— Nada não. — George segura a risada.

— Venham. — Saímos da sala do cálice repletos de olhares a nossa volta — vocês arrumaram o antídoto pra isso?

— Tínhamos certeza que ia dar certo, então não. — Disse George.

Obriguei eles a irem a Madame Pomfrey e chegando lá ela deu a eles um líquido verde gosmento, com dificuldade os garotos beberam e então Madame Pomfrey disse que era pra barbeamos eles, afinal, o antídoto ia demorar pra fazer efeito.

— Ei! — Ana apareceu na enfermaria — Querem ajuda?

Expliquei o que era pra fazer e ela levou Fred pro dormitório dos gêmeos.

— Eles com certeza vão se pegar né. — George concordou com a cabeça.

Fazendo aquilo lembrei de quando papai usou Blaise de cobaia para que eu aprendesse a fazer a barba dele.

"Boas esposas ajudam seus maridos." Ele disse quando perguntei a ele porque estava me ensinando aquilo ao invés de ensinar a Blaise e eu percebi que teria que lutar um pouco para ter voz dentro de casa, se é que eu teria.

Nunca entendi a devoção que minha mãe sempre teve em meu pai, até perceber que para eles aquilo fazia sentido, e do mesmo jeito que papai não precisou aprender a fazer a própria barba, mamãe também não precisava finalizar o próprio cabelo. Fazia sentido, para eles.

— Você fica tão fofa concentrada. — Apenas dou um sorriso e ele retribui — precisamos marcar nosso encontro.

— Tem que ser um lugar bem calmo já que o senhor de idade não pode com muitos esforços. — Ele olha com insulto me fazendo da atuação — que tal sorvete? Ou podíamos ir na Dedos De Mel e depois... — Percebi que George olhava pra mim e sorria de um jeito que nunca vi antes.

— Você é linda. — Segurei meu sorriso mordendo os lábios.

Eu estava em pé, entre suas pernas e podia ver cada pequeno detalhe de sua pele naquele momento. Mesmo velho e com linhas de expressão seus olhos pareciam o mesmo para mim.

— Terminei. — Passei a toalha em seu rosto molhado, acariciando em seguida antes de deixar a navalha em cima da mesinha.

George então colocou as mãos em minha cintura, me guiando para mais perto e eu acabo sentando em seu colo antes que o menino me beijasse esquecendo completamente de onde estávamos e que não estávamos sozinhos.

Um pouco antes do ar acabar Madame Pomfrey chega e tosse, nesse momento me afasto de George na hora, e me seguro muito pra não rir.

— Acho que a poção está começando a fazer efeito não é Sr. Weasley? — só então percebemos que o cabelo de George tinha voltado ao normal — Bom, meu trabalho já está quase feito por aqui, apenas misture isso na água de vocês antes de tomar amanhã, e pronto.

— Eu vou precisar voltar aqui amanhã? — Perguntou olhando os comprimidos.

— Não será necessário. Agora vão. Vão se pegar em outro lugar.

Andei encolhida de vergonha até a porta que George abriu para que eu saísse primeiro.

— Meu Deus que vergonha. — Falei enquanto me afastava. 

— Não fique. Não é a primeira vez que ela vê isso. — George passou o braço pelo meu ombro.

— Já ficou com outras garotas na enfermaria?

— Nunca disse que era comigo. — Ele sorriu.

Aí aquele sorriso pilantra!

Just us (George Weasley)Onde histórias criam vida. Descubra agora