Capítulo 03

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“Quando você sentir o meu calor

Olhe nos meus olhos

É onde meus demônios se escondem.”

Demons,
Imagine Dragons

♬ Demons,Imagine Dragons

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ALLYN GALLAGHER

Crescer em uma cidadezinha pequena na Irlanda, Carlingford, nunca me impediu de ter um pensamento maior sobre tudo.

Eu queria trabalhar e dar uma vida melhor para a minha família — o sonho de todos os bons filhos.

Aos meus vinte e um anos, recebi o retorno de uma das várias empresas das quais me candidatei.

Os livros da faculdade que eu pretendia cursar eram um absurdo de caros, e Aislinn queria muito fazer sua festa de treze anos. Eu não podia desperdiçar uma oportunidade como aquela. Teria que me mudar para Dublin, a cidade grande e populosa do país. Seria faxineira para uma família, e o salário era incrível: daria para ajudar meus pais, bancar a festa da minha irmã e, quem sabe com alguns meses de economias, entrar na faculdade.

Minha hora havia chegado, finalmente. Allyn Gallagher conquistaria seus sonhos, sua independência... o mundo!

Planejei comprar roupas boas para Aislinn e mamãe, sapatos de couro para papai e algumas maquiagens de marca para mim. Poderíamos pintar a casa e fazer umas reformas aqui e ali. Eles poderiam me visitar na nova cidade, quem sabe até morar comigo em Dublin. As possibilidades eram infinitas. Eu precisava aceitar.

Mamãe relutou em deixar a primogênita partir, como a mãe coruja que é. Todavia, ela sabia que aquilo seria o melhor para todos nós, assim como papai e Aislinn. Muitos lugares e pessoas diferentes esperavam por mim. Era o momento de voar.

Com uma mochila nas costas e dez euros no bolso, parti rumo a minha chance de ajudar aqueles que eu tanto amava, sem saber o que de fato me esperava naquele conto de fadas idealizado.

Confusa. Destruída. Tola. Perdida...

Não era uma casa de família. Não existia família nenhuma.

O chão se abriu sob meus pés. Ao invés de sangue, meu coração bombeava desespero — foi assim que me senti quando entendi que fora enganada.

— Você pode ajudar a sua família, princesa. Não é isso o que quer? — O homem que se apresentou como Caleb sorriu para mim de uma maneira tão diabólica que me fez recuar.

— Eu posso te ajudar com isso. Mas não vai ser de graça. Vai ter que trabalhar pra mim.

Encarei todas aquelas garotas, tão assustadas quanto eu. Havia mais, que pareciam familiarizadas com o ambiente, usando trajes chamativos e cheirando cocaína.

Minha Rosa dos VentosOnde histórias criam vida. Descubra agora