Capítulo 02

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Voltei com mais um capítulo de A Madrasta!
Fico no aguardo dos comentários de vocês, amo lê-los e saber o que estão pensando sobre a estória hahah


Ouvia um zumbido horrível dentro do meu ouvido, o silêncio atormentava o resto de meu juízo, se é que eu ainda o tinha. Naquele momento, encontrava-me na solitária, mais uma vez. Já havia perdido a conta de quantos dias eu estava naquele lugar, completamente sozinha, apenas eu e os meus pensamentos sombrios.

Eu me sentia suja, espiritualmente. Já não sabia quantas pessoas haviam perdido a vida pelas minhas mãos. Eu definitivamente, era um monstro.

- Se eu não tivesse ido atrás dela, eu não estaria passando por nada disso... - falava para mim mesmo dentre soluços sôfregos.

A realidade de estar ali sozinha por tanto tempo, me fazia agir como uma louca, se é se eu já não estava. Passei a conversar sozinha, já que tinha apenas a minha própria companhia, e ficar ali sem ouvir nenhuma voz era um pesadelo.

Os ferimentos de meu corpo, haviam sarado quase que por completo. Em meu braço, o machucado quase fechado, fazia-me recordar daquele dia fatídico, onde matei para sobreviver, coisa que eu duvidava se realmente merecia. Iria levar para sempre comigo aquelas cicatrizes, que me fariam lembrar das mortes que eu fiz.

Em meio a todo aquele meu pranto, que já era um tanto corriqueiro nos últimos dias naquele cubículo, um ruído vindo da porta me assustou, pois já estava acostumada apenas comigo mesmo. Eu não duvidava que já fazia por volta de mês que eu estava ali.

- Levante-se. - ordenou o guarda, e eu logo obedeci.

O homem logo me algemou. Eu estava um tanto atônita. Caminhei com guardas ao meu encalço. Não queria falar absolutamente nada, receosa com que eles me repreendessem se eu o fizesse, porém, quando vi que estava sendo encaminhada para uma direção diferente de onde eram as celas onde as detentas permaneciam, não deixei minha curiosidade e uma pequena dose de desespero escondidos.

- Para onde estão me levando? - perguntei mas não obtive resposta, por isso, tornei a perguntar: - me digam, por favor, para onde estou indo?

- Aconselho que permaneça em silêncio. Você receberá a visita de seu advogado. - disse um dos homens.

Advogado? Aquilo era coisa de minha mãe, com toda certeza. Toda minha surpresa era do porque minha mãe ainda estava insistindo em mim, sendo que eu era sem duvidas a seu maior motivo vergonha.

Encontrava-me em um ambiente que nunca havia sequer visto, ali dentro daquela penitenciária. No cômodo haviam apenas algumas cadeiras, e outro cômodo que eu julgava por ser um banheiro, e mais algumas coisas que diga-se de passagem, "enfeitavam" o local. Talvez, para não ficar tão vazio.

- Faça sua higiene. Naquele armário tem tudo o que você precisa - apontou para o objeto - Seja breve, aguardaremos do lado de fora.

Apenas balancei a cabeça positivamente demonstrando que eu havia entendido. Logo, fui para o banheiro e me livrei daquelas roupas que usei por vários dias, sem trocá-las. Pude observar que ali não havia limite de banho, pois nos outros banheiros compartilhados a água era racionada e o tempo de banho também.

Finalmente eu me permiti relaxar sob a água quente, deslizando o sabonete nos ombros tensos, porém o tempo de descanso durou pouco. Lembrei-me rapidamente que definitivamente não estava em casa, e que os guardas me pediram para ser breve. Praguejei baixinho enquanto acelerava os movimentos e enxaguava-me com pressa antes de enrolar em meu corpo uma toalha devidamente limpa e disparar para arrumar-me rápido, pois temia represália dos homens pela minha demora. Mas ao menos havia tomado um banho de verdade após tanto tempo.

A Madrasta (2ª Temporada)Onde histórias criam vida. Descubra agora