1. Sobre tatuagens e a fã #1

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Desde que era aluna da U.A., Ochako sempre acompanhou a carreira do grande Dynamight. O herói, que na época era apenas seu senpai na escola, havia se formado apenas dois anos antes dela, mas já com uma lista de agências famosas que o queriam, apesar do gênio forte — uma das consequência de ser do Big 3. O sucesso estava garantido no futuro dele e a garota fazia questão de seguir os passos de seu senpai, como uma boa fã.

Quando Ochako finalmente se formou, Katsuki já estava em um ranking muito promissor. A garota não sabia explicar o motivo, mas ela sentia um orgulho muito grande de seu antigo senpai — talvez pela ajuda que ele havia lhe dado quando ela ainda era uma caloura. Por mais que eles tenham conversado algumas vezes quando ainda estavam na escola, uma amizade nunca foi desenvolvida e, obviamente, os dois não tiveram mais contato depois da formatura.

Ela continuou seguindo e torcendo pelo sucesso de Katsuki, chegando quase a ser sua fã #1. Bom, talvez até fosse, considerando as diversas tatuagens em homenagem à ele que possuía... Uma granada em seus dois punhos, um "D" estilizado no logotipo do herói no tornozelo esquerdo e o rosto dele em sua costela direita. É, era ela mesma a fã #1.

Pode-se, então, imaginar como foi para a garota, no auge dos seus 20 anos, conseguir trabalhar na mesma agência que seu ídolo. Ochako sentia que estava prestes a ter um síncope nas reuniões, seus olhos brilhavam quando se cruzavam nos corredores e sua euforia quase não foi contida quando foi designada para ajudar Dynamight em um trabalho de contenção de vilões. Não fazia nem um mês que estava ali, mas seus esforços já estavam dando frutos. Claro, ela estava em êxtase por conseguir trabalhar lado a lado com Katsuki, mas sua maior alegria era ter o reconhecimento de todos com relação às suas habilidades.

E foi assim que Katsuki descobriu sua grande fã.

Os dois realizaram o trabalho designado com sucesso, apesar das pequenas dificuldades. Os vilões eram mais durões do que esperavam, mas Dynamight e Uravity eram ainda mais. Alguns arranhões e ferimentos não eram suficientes para os desencorajar e, em pouco tempo, tudo estava resolvido e de volta aos eixos. Os heróis terminaram de passar os detalhes aos policiais que estavam dando suporte e Ochako viu ali uma chance de tentar se aproximar:

— Bom trabalho, Dynamight! — A garota estendeu a mão, sentindo-se um pouco nervosa por dentro. Apesar de fazer quase um mês que estavam na mesma agência e de Katsuki ter se tornado uma pessoa mil vezes mais fácil de se manter uma conversa, ainda era difícil de realmente terem tempo de conversar. Aquela seria a primeira interação informal deles, fora do ambiente das reuniões.

— Igualmente, Uravity. — O rapaz olhou para a mão estendida por alguns instantes, antes de apertá-la. Havia tido a impressão de ver uma tatuagem que parecia a ponta de uma granada aparecer pela manga do uniforme da colega, mas acabou achando que deveria ser coisa da sua cabeça.

— Mal posso esperar para que possamos trabalhar juntos novamente.

Ela ergueu as mãos para retirar seu aparato da cabeça e dessa vez o loiro teve certeza do que viu. A outra manga havia saído um pouco do lugar e era possível perceber que era realmente um pino de granada aparecendo no punho da moça, o que despertou a curiosidade do rapaz.

— É uma tatuagem de granada?

— Ahn? — Ela olhou confusa para seus punhos, sorrindo em seguida. Puxando mais as mangas, Ochako revelou melhor as duas granadas que adornavam a região. — São sim. Foram as primeiras tatuagens que fiz em sua homenagem.

Silêncio.

A moça ergueu a cabeça para observar a falta de reação do herói e se deparou com ele a encarando com uma expressão indecifrável. Ele estava bravo? Comovido? Em choque? Talvez fosse o último, mas não tinha como ter certeza. Franzindo o cenho, ela abaixou os braços ao lado do corpo, pensando se deveria perguntar se ele estava bem. Será que havia sentido alguma dor de repente? Às vezes estava assim por conta de toda a luta que acabaram de enfrentar.

— As primeiras? — ele finalmente conseguiu falar. Sua expressão se suavizou, mas ainda era claro que estava totalmente perdido na situação.

— Oh, sim! Eu tenho outras! Posso te mostrar depois, não dá pra ver direito vestindo o uniforme.

— Q-QUÊ?

— NÃO! Quer dizer, não quis dizer nada demais, só... Meu uniforme tampa e eu não consigo mostrar agora, eu preciso das minhas roupas casuais e... E eu... É-é só o seu D no meu tornozelo e seu rosto na minha costela. — A garota apontou para seu corpo, tentando segurar a vontade de enfiar a própria cabeça num buraco na rua e sumir.

— Você disse que tem meu rosto? — Katsuki não conseguiu segurar o choque, ele sabia que sua expressão denunciava, mas não dava pra evitar. Ele nunca pensou que teria uma fã assim por aí. E ele não negaria que havia ficado extremamente curioso em saber como havia saído o seu rosto.

Ochako sorriu sem graça com o tom de voz do rapaz, conseguindo apenas assentir com a cabeça. A morena começou a ficar receosa, pensando se talvez havia o ofendido, de alguma forma. Talvez ele não fosse um grande fã de tatuagens ou achasse uma grande bobagem tatuar alguém assim...

— Tsk, vai ter que me mostrar mesmo depois — ele cortou a garota de seus pensamentos.

A morena só não pensou que isso aconteceria durante um jantar a sós. Katsuki era um pouco bruto, desbocado e orgulhoso no dia a dia, mas sabia ser educado com uma pessoa que ele gostava e tinha interesse — e ele estava demasiadamente interessado na garota e suas tatuagens, naquele momento.

Ela já havia mostrado o rosto ao herói, que admitiu ter ficado muito bom, e agora estava tão ansiosa que sentia os nervos aflorarem, a fazendo tagarelar cada vez mais:

— E eu tava pensando em fazer um "shine" no meu ombro, ou um "X" laranja... Ou talvez até o contorno da sua máscara. Talvez até os três, em lugares diferentes, claro.

Katsuki ouvia cada palavra atentamente. Ele não sabia dizer se era a curiosidade em conhecer a pessoa que parecia ser sua fã #1, as tatuagens, a simpatia, o toque de excentricidade ou o sorriso aberto naquele rosto redondo... Mas algo chamava sua atenção naquela garota e ele se sentia na missão de conseguir descobrir mais sobre ela e suas peculiaridades.

E olhando a garota ficar mais confortável com sua presença e lhe lançar todos aqueles sorrisos doces e risadas melodiosas, desejou internamente — e ainda sem saber que era esse seu destino — que os dois pudessem se aproximar mais.

NOTAS FINAIS:

Boku no Hero Academia não me pertence

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Boku no Hero Academia não me pertence. História sem fins lucrativos, feita de fã para fã.

Queride amigue secrete, eu sei que você já sabe que é tu pelo tema, pela dedicatória e pela capa (e pela mensagem do discord, HASIUEHASIUEHASIUEHAS). MAS VAMOS FINGIR SÓ UNS SEGUNDINHOS QUE NÃO SABEMOS, OK? 

Primeiramente, eu fiquei muito feliz de poder tirar uma pessoa que eu goste tanto! É alguém que considero muito na minha vida e espero que todas as coisas boas aconteçam com você, que esse ano seja infinitamente melhor que o passado.  Adoro os seus desenhos, ler Butterfly e seus ataques de "tô boiola" (com direitos s figurinhas e tudo mais), HIUASEHSIAUEHAS. Não consegui de jeito nenhum espremer pra sair um smut, mas consegui fazer algo no seu tema. Eu sabia que você merecia muito algo que fosse, no mínimo, maravilhoso. Não sei se cheguei a esse nível, mas juro que me esforcei ♡ HASIUEHASIUEHSA. E, por fim, espero que goste do teu presente, pherryxchuu! Fiz com muito amor pra ti ♡♡♡

Sobre tatuagens e dinamitesOnde histórias criam vida. Descubra agora