• Mαmmon - Presente de αniversαrio?

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O presente de aniversário de [Nome] foi um olho roxo.

Quem diria.

Quem diria que o grande Mammon, esperto, cheio de destreza e de riquezas — dívidas, como corrigiu Leviathan — teria feito algo assim. Até mesmo Lucifer ficou chocado, antes de balançar a cabeça pela falta de atenção do segundo mais velho. Ele teria previsto que o irmão faria isso, mas não que [Nome] teria ficado bem ali, na linha de fogo.

Ou mais especificamente, atrás da porta, bem na hora que Mammon a abriu, escancarando-a, e a madeira se chocou contra o rosto dela.

O que aconteceu em seguida foi uma salva de gritos. Não de [Nome] pela dor aguda na maçã do rosto, mas sim de Mammon, desesperado, sentindo como se todo o dinheiro do mundo tivesse pegado fogo. Ah, aquela era exatamente a analogia correta, segundo Lucifer. A porta do escritório do mais velho era de mogno, pesada, firme e fácil de abrir pela força dos demônios. Quando o choque passou ao ver que [Nome] não tinha arrebentado o crânio, ele suspirou e se sentou de volta atrás de sua mesa, anotando tudo o que [Nome] pediu para a festa de aniversário dela.

Tinha que anotar que ela precisava agora de cuidados médicos, só por desencargo de consciência.

[Nome] ainda estava zonza do susto e da pancada, ouvindo Mammon gritar perguntas como "Você me perdoa?!" e "Se quiser eu deixo você bater na minha cara quantas vezes quiser!". Ela segurava a mão contra o rosto, sentindo o olho esquerdo se fechando cada vez mais com o inchaço. Mammon segurava seus ombros, quase a abraçando e equilibrando caso não conseguisse se manter de pé.

— Mammon, tá tudo bem, foi um acidente... —ela disse bem baixinho, sua voz sendo facilmente mascarada pela respiração pesada do demônio. Ele abaixou a cabeça para ouví-la melhor, terrivelmente preocupado, sentindo o coração tão pequeno que poderia ser esmagado entre dois dedos.

— Mas... Eu não queria fazer isso, eu juro, eu não queria te machucar assim no seu aniversário! —ele disse arfando, nervoso, as sobrancelhas unidas numa carinha de tristeza e mágoa, como se tivesse perdido alguém. Não aguentava ver como ela estava com dor e por culpa dele. Nem lembrava mais como era fingir que não se importava com ela. — Lucifer o que eu faço?! Ela está com dor!

Ele nem mesmo esperou a resposta do irmão. Sem pensar duas vezes abraçou [Nome] contra o peito em um gesto instintivo de proteção, puxando-a para se sentar no sofá do escritório, bem devagar. Não era como se ela estivesse morrendo, mas no fundo, [Nome] gostou de ser tratada assim por ele, com todo aquele cuidado e atenção. Ela não estava com o rosto vermelho só pela pancada.

— Por que não começa se calando e pegando uma bolsa de gelo? —Foi o que Lucifer sugeriu, suspirando longamente por aquela situação. Era o dia de [Nome], e ele tinha tanta coisa para fazer com os irmãos que sem dúvida aquilo acabaria atrasando. — Eu tenho que cuidar dos preparativos e separar as atividades entre vocês.

— Ei, não! —O protesto de Mammon causou uma momentânea dor de cabeça em [Nome]. O demônio estava ajoelhado de frente pra ela no sofá, pousando com cuidado a mão sobre a dela no olho inchado. — Eu vou ficar com ela! Peça pra alguém trazer o gelo e um remédio! Tem que manter ela aquecida e confortável!!

— Mammon, foi só um acidente, eu tô bem! —A moça teve que intervir, atraindo a atenção de ambos os irmãos. A bochecha estava ardendo, mas nada que pudesse impedir ela de andar ou cuidar das coisas do próprio aniversário. — Foi só meu olho, eu posso andar, posso cuidar dos preparativos também.

O segundo mais velho não queria acreditar que foi algo tão simples assim. A culpa era dele que ela estava daquele jeito, com o rosto machucado e com dor, logo no seu dia. E se ele tivesse aberto a porta com mais força? E se por acaso fosse a maçaneta da porta no olho dela? Ele jamais se perdoaria, como não estava se perdoando agora.

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