II - PRESSÁGIOS

12 2 0
                                    

O transe de Orion foi interrompido de forma abrupta

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

O transe de Orion foi interrompido de forma abrupta. Havia acabado de despertar do sonho mais realista que já tivera em toda sua vida. Seu coração pulsava em um ritmo frenético, parecia preso em sua garganta. Como mago, Orion havia abdicado da forma de descanso tradicional da maior parte dos seres vivos. Ao invés de dormir, meditava por um longo período de tempo todas as noites, para canalizar a energia Arkana, e recuperar também, suas energias físicas.

Estava abalado e desnorteado. Nunca tinha experimentado algo parecido. Levantou de sua cama com dificuldades, e se sentou em uma poltrona verde-musgo, cheia de almofadas, no canto do quarto. Desviou de diversos móveis e objetos, afim de não acordar seu colega de quarto. Não conseguia pensar em mais nada, além do sonho que acabara de ter.

Mas aquilo não era um sonho, era?

Já tinha ouvido falar, e lido em algum pergaminho antigo, sobre o Presságio. Uma magia muito antiga, e tão poderosa, que até mesmo os bruxos mais experientes e poderosos evitavam-na. Nunca sequer ensinaram sobre ela na Torre. Prever o futuro era uma habilidade muito desejada. Principalmente, para jovens magos que com toda a certeza morreriam tentando adquiri-la. Orion tentou se manter calma. Respirava fundo tentando relaxar seu corpo e mente. Começou então, a reprisar o sonho, que mais parecia um pesadelo.

Estava parado de pé, em frente a uma cidadela que nunca havia visto. Ainda vestia seu habitual pijama de cetim preto. Toda a campina era iluminada pelo fogo, que consumia num tom de vermelho os muros feitos de mármore, aos soldados e civis, que corriam em desespero pelos adarves. Orion começou a se aproximar de forma cautelosa, procurando por sinais externos que pudessem sinalizar um ataque. Em seu ombro, Peregrino, seu familiar – um espírito encarnado na forma de um corvo -, grasnou alto.

- Peregrino, voe acima da muralha e veja se encontra alguém conhecido, ou o que está causando isso. Mas tenha cuidado. – O familiar abriu suas asas negras e levantou vôo rapidamente.

Conforme se aproximava da cidadela, mais podia sentir o calor das chamas, e ouvir os gritos de desespero das pessoas. Mas alguma coisa o incomodava, e ele não sabia o que era. Tinha certeza que nunca estive naquele lugar. Nunca sequer havia saído de Hazard. Porém, suas muralhas, e as bandeiras que tremulavam sobre elas, não pareciam com nada que ele tenha visto no reino do norte. Talvez seja Marine, ou Caldeon, até mesmo Naxxo. Mas não parecia nada do sul.

Orion passava uma parte considerável de seus dias lendo. Ultimamente havia se interessado muito pela guerra, e sobre a história de Altaria. Então, de certa forma, conhecia os símbolos usados por todos os reinos do continente. Um elmo dourado, geralmente em uma bandeira roxa, representava Naxxo. Um urso gigante podia ser visto em todas as bandeiras e armaduras de Caldeon, o reino do oeste. Marine, o reino do leste, usava uma estrela vermelha em seus primórdios, mas havia mudado para uma águia. Animal muito comum de ser visto em todo o território de Altaria. Por último, o Sol Nascente de Hazard, o reino do norte. Nenhum daqueles símbolos apareciam naquela cidade. Será que era outro continente? Um território independente?

Crônicas de Altaria - AlvorecerOnde histórias criam vida. Descubra agora