Capítulo 3

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William

No caminho para minha casa contei a... minha nova amiga (é bem estranho não saber como chama-la) um pouco sobre as histórias locais para tentar deixar o clima mais suave, mas a maior parte do tempo caminhamos em silêncio, ela estava muito pensativa e eu não queria atrapalhar o que fosse que estava se passando por sua cabeça, sei que uma situação como essa é difícil para qualquer um, não saber seu nome, ou de onde vem, se tem família, bicho de estimação.., E não saber o que realmente aconteceu...
-Qual o nome da sua irmã?
Ela me perguntou me tirando dos meus próprios pensamentos.
-Emily.
-Emily. E os seus pais? Você não me falou deles.
-Eles faleceram à alguns anos, é só eu e minha irmã agora.
-Desculpa... Eu não...
-Tudo bem, não tinha como você saber, e estar tudo bem, já faz algum tempo.
-Não deve ter sido fácil para você e para a sua irmã. Eu sinto muito que você tenha passado por essa perda.
-Não foi fácil no começo, claro, principalmente para a minha irmã. Ela era muito nova.
-Que bom que ela tinha você.
-É, isso nos aproximou bem mais. Então chegamos. Seja bem vinda.
-Obrigada.
Assim que abri a porta minha irmã correu ao meu encontro e me abraçou.
-Que bom que você está bem, por onde você andou? Já estava preocupada.
-Desculpa irmã houve um imprevisto e eu não andava com o meu celular.
-É estou vendo e posso dizer que seu imprevisto é linda.
-Não é o que você está pensando.
-Finalmente vou conhecer uma namorada sua é isso mesmo?
-Não. Como eu falei não é o que você está pensando.
-Você é nova por aqui? Eu nunca tinha lhe visto.
-Na verdade eu...
-Irmãzinha que tal a gente entrar, sentar e quem sabe tomar um café primeiro, depois você continua o interrogatório.
-Tá, já entendi. Prazer meu nome é Emily.
-É um prazer conhecer você Emily.
-E você é?
-Desculpa, é que eu não me lembro do meu nome.
-Sério? Tipo amnésia.
-Sim. Eu não me lembro de nada, o seu irmão me encontrou inconsciente na margem da praia.
-Isso explica o estado das suas roupas, desculpa eu não ia comentar nada mais...
-Está tudo bem, eu sei, estão horríveis.
-Falando nisso você poderia emprestar uma roupa sua para ela.
-Claro. Vem vou te mostrar o meu quarto, você pode tomar um banho e vestir uma das minhas roupas depois vocês me contam melhor essa história.
-Ótimo. Enquanto você ajuda ela eu vou telefonar para um amigo.
-Ok. Mas a gente tem que pensar em um nome pra você enquanto não se lembra do seu.
-Eu acho ótimo essa idéia. É bem estranho alguém lhe perguntar o seu nome e você não saber o que falar.
-Vamos pensar em alguns enquanto você se arruma.

Minha irmã à levou para o quarto e eu aproveitei para ligar para o Rick, um grande amigo meu, se houve algum naufrágio por esses dias, ele poderia me informar melhor sobre tudo, se há mais gente dessaparecida, ou até mesmo se há alguma equipe de resgate trabalhando no caso. Espero muito que ele possa nos ajudar, não nego que gostei muito de conhecê-la mesmo nessa situação tão maluca e que não vai ser fácil vê-la partir assim tão rápido mesmo sabendo que é para o bem dela, mas ao mesmo tempo não há nada no momento que me deixaria mais feliz do que ter alguma notícia da família dela e poder ajudá-la a reencontra-los.
Depois de falar com o Rick fiquei ainda mais preocupado, infelizmente as notícias não eram nada boas, e eu não sabia como iria falar o que descobri para ela.

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