xii. play with my heart

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Joalin

O que eu estava fazendo? Deixando que ele segurasse a minha mão e sorrindo feito uma idiota por qualquer coisa que ele dissesse. Ao menos já estávamos na sobremesa e eu poderia ir embora e esquecer daquele garoto para sempre.

Ele não havia dito mais nada após eu simplesmente ignorar seus elogios e eu suspirei aliviada ao perceber que o meu sorvete de limão havia acabado.

- Eu preciso ir.

- Não faço ideia de que horas são mas tenho certeza que ainda não é meia noite, Cinderela. – Escutei sua risada baixinha, aquilo era uma referência ao dia em que havíamos nos conhecido.

- Eu já te disse o que eu penso sobre tudo isso. – Suspirei. - Promete que vai parar de me procurar assim que eu sair daqui?

- Com uma condição. – Revirei os olhos, eu esperava que aquela não fosse mais uma ideia maluca dele. – Pode se levantar e segurar a minha mão? Preciso saber onde você está.

Por mais que eu tivesse receosa, me levantei e caminhei para o lado da mesa. Senti suas mãos tocarem as minhas e logo percebi que estávamos próximos demais, eu sabia bem o que ele iria fazer mas eu não iria impedi-lo.

Fiquei na ponta dos pés para alcançar o garoto alto e logo suas mãos seguraram o meu maxilar, me puxando para um beijo. Ficamos naquele toque de lábios por alguns segundos, até que ele finalmente pediu passagem para a língua.

A sensação era incrível e fazia com que as borboletas no meu estômago entrassem em guerra. Assim que nos separamos, eu senti uma necessidade enorme de puxá-lo de volta mas eu sabia que não deveria.

Por mais parecida que fosse a minha vida com a da Cinderela, aquilo não era um conto de fadas e sim a vida real, ele não era meu e tudo acabaria na manhã seguinte.

- Você pode ficar? Mesmo que seja por mais alguns minutos, eu não quero que... que isso acabe agora. – Ele sussurrou, passando as mãos pelo meu cabelo de forma desajeitada.

- Eu não entendo! Por que ainda insiste em mim? Tem tanta gente atrás de você Corbyn, sinceramente, você é maluco. – Escutei sua risada baixinha, fazendo com que o seu sorriso viesse a minha mente já que a escuridão me impedia de enxerga-lo.

- Você faz eu me sentir único e eu realmente não sei o porquê. - Ele contornou os meus lábios com os dedos, ele estava me imaginando? – Eu estava perdido mas você me achou.

- Eu não acredito nisso, você nunca viu o meu rosto e só conversamos duas vezes pessoalmente. – Afastei suas mãos do meu rosto e então dei um passo para trás. – Vocês homens são uns idiotas! Mas saiba que você não vai me enganar com esse papo ridículo.

- Joanna eu...

- Esse nem é o meu nome, por Deus. – Disparei, só então me dando conta do quão confuso ele havia ficado. – Não venha atrás de mim quando eu sair, é sério.

Me afastei dele e então corri para a porta, assim que a abri eu pude perceber que estava em outra sala tão escura quanto e abrindo mais uma porta, eu estava finalmente no corredor do restaurante.

Deixei dinheiro sob o balcão sem nem me importar com o troco e então saí correndo antes que o garoto pudesse vir atrás de mim.

Eu não iria deixar ele brincar com o meu coração, não mesmo.

𝗖𝗜𝗡𝗗𝗘𝗥𝗘𝗟𝗔 | corblinOnde histórias criam vida. Descubra agora