Capítulo 4.

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Luna's pov

Aquilo tudo para mim ainda era muito estranho, era como uma montanha russa. Em um minuto eu estava caída no piso da cozinha e no outro instante eu estava sobre uma cama de hospital, para falar a verdade eu estou confusa, cair naquele momento, me fez sentir bem, eu parei de sentir todas as dores e feridas, que eu mesma tinha criado, e depois de um tempo para assimilar tudo o que havia acontecido, eu tinha quase certeza do motivo de estar aqui, no hospital.

Mas o que parecia mais peculiar para mim, era o fato de a alguns poucos minutos atrás eu odiar Michael, e agora estar prestes a ter uma conversa com ele.

Se meu eu passado, daquela noite em especial, me visse fazendo isso ele provavelmente me daria um tapa, e mandaria eu acordar para a vida, mas a verdade é que eu acabei "perdoando" Michael, se é que ele errou comigo, pois depois daquelas palavras de mais cedo, logo após ele vir no meu quarto pela primeira vez, me fizeram refletir muito, se era eu quem estava errada e sendo egoísta. Eu preciso confessar que no momento que ele veio até mim pela segunda vez eu ainda estava confusa, mas seu pedido de perdão, foi a gota d'água, para eu perceber tudo.

Eu estava com a cabeça quase explodindo quando ele foi até mim pela primeira vez, tinha tanta coisa confusa acontecendo, era tanta vergonha pelo o que eu havia feito, e raiva pelo o que eu pensava que ele tinha feito, que eu acabei esquecendo da minha grande timidez por um tempo, e sendo muito espontânea e grossa com Michael.

-É... Então qual seu nome? - diz Michael, puxando uma cadeira que havia no canto do quarto.

-Ah, é Luna... Luna Clarke... - digo brincando com meus dedos, por conta do nervosismo.

-Prazer, Michael Miller... - ele diz com muita vergonha - É um nome bonito...

- Obrigada! Foi minha mãe quem escolheu... - faço uma breve pausa - Significa lua.

-Eu conheci sua mãe mais cedo, ela parece uma ótima pessoa. - ele diz com a voz trêmula.

E foi com essa fala, que eu lembrei, pela segunda vez da minha mãe, lembrei do que havia feito com ela, e aquilo me quebrava por dentro a cada minuto, eu menti para ela e agora ela deve estar por aí, preocupada, por mais que eu não merecesse a preocupação de ninguém, muito menos a dela. Da minha mãe, minha melhor amiga, minha melhor companhia, e muitas das vezes a única. Mamãe não merecia o que eu fiz e estou fazendo com ela.

Então respirei fundo e disse, com os olhos prestes a lacrimejarem:

-Sim... Ela é mesmo incrível.

Michael que já estava ocupando a cadeira que havia pego, olha para mim, com um olhar confuso, e um silêncio se fez na sala, era como se ele não soubesse se deveria dizer o que estava prestes a falar.

- O que aconteceu? - ele para por um segundo e volta a falar - Quero dizer por que você está aqui? Você sabe o motivo?

- Eu não sei se eu quero falar sobre isso agora... - falo engolindo o nó que se formou em minha garganta.

- As vezes desabafar faz bem... - Michael diz em tom de compaixão.

Eu entendo Michael, e ele está certo, desabafar seria bom, eu sabia o que provavelmente ele havia pensado, e depois de tudo o que ele havia feito por mim eu me sentia na obrigação de explicar toda a história para ele.

- Eu nunca fui de me importar com o que as pessoas diziam sobre mim, por mais que doesse muito, eu já estava acostumada, cochichos e risadas, já eram normais para mim, mas naquele dia em especial eu explodi - respiro fundo - acabei colocando tudo o que sempre havia sofrido naquele momento, e agi com a cabeça quente, e naquela hora, restringir minha alimentação, pareceu a coisa certa a se fazer, assim eu teria o corpo dos sonhos e ninguém falaria mais de mim, como todos os dias... - quando acabo de falar aquilo, senti como se um golpe havia sido aplicado no meu peito, e sem esperar sinto uma lágrima teimosa descendo.

A ARTE de amar [Pausado]Onde histórias criam vida. Descubra agora