there you are

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Eu ainda escutava o barulho que o homem fazia na cerca e isso me deixava cada vez mais nervosa e com medo dele conseguir arrebentar aquela cerca e me encontrar escondida aqui. Só de pensar nisso um arrepio percorre o meu corpo. Não demorou muito para que eu pudesse escutar um carro se aproximando e o meu celular vibrando no meu bolso. Pego o mesmo e vejo o número do Styles estampado na tela. Soltei todo o ar pesado que eu nem sabia que estava segurando aliviada. Ele realmente veio muito rápido.

Agora o meu desafio seria conseguir passar pelo homem sem ser pega. Me viro de costas para ver se encontro outra saída e no momento que eu me viro de volta, o homem havia desaparecido e Harry aparece em seguida enquanto me procurava pelos cantos.

- Carolina? - ele me chama enquanto me procura com os olhos.

Saio do lugar que estava escondida e vou até ele, o abraçando num movimento involuntário.

- Obrigada por vir. - digo entre o abraço. - Eu estava com tanto medo. - não consigo segurar minhas lágrimas.

- Eu estou aqui agora, não se preocupe. Nunca te deixaria em perigo, Carol. - surpreendentemente, Harry corresponde ao abraço.

Olho por cima do ombro dele e vejo o homem jogado no chão.

- Você derrubou o cara? - me desfaço do abraço e olho para o homem caído.

- Sim. Vamos embora antes que ele se levante e comece a correr atrás de você de novo. Se isso acontecer, eu não respondo por mim. - ele segura a minha mão.

Ele nos guia até o seu carro, que não estava muito longe dali, e destranca o mesmo para que a gente possa entrar. Vejo o homem tentando se levantar e entro desesperada dentro do carro. Harry dá partida e eu olho pelo retrovisor. O cara já estava de pé mas estava perdido, não sabia o que tinha acontecido.

- O que houve? Como você veio parar aqui? - ele pergunta mais calmo.

- Angie me passou esse endereço, disse que uma amiga dela tinha um apartamento para alugar aqui. - respondo.

- Parece que não era isso. - ele levanta uma sobrancelha.

Não me diga?

- Não, era uma casa de prostituição. - digo com raiva.

- Angie, aquela... - ele aperta o volante um pouco mais forte, nunca tinha visto esse desse jeito.

- Esse cara que estava correndo atrás de mim queria... - eu não encontrei maneiras de explicar a ele que o cara estava querendo abusar de mim.

- Tudo bem, Carol. - ele me corta, poupando minha explicação. - Já passou está tudo bem agora.

- Eu só estou bem chateada com ela. Eu realmente achei que ela queria me ajudar. Deveria ter recusado. - suspiro. - Ela vai pagar por isso! - digo furiosa.

- Vai sim, com certeza irá. - ele diz e pega a minha mão tentando me confortar. - Você está comigo agora, nada vai acontecer. - diz mais calmo.

- Obrigada. - dou um sorriso sem mostrar os dentes.

Ele fica segurando a minha mão pelo resto do caminho e isso ia me acalmando cada vez mais. De alguma forma, ele fazia eu me sentir mais segura.

Entramos no meu apartamento e Harry fica ao meu lado a cada passo que eu dava. Ele estava tão perto que fazia meu corpo sentir coisas... perigosas.

- Vamos cuidar desse corte. - ele aponta para um corte que eu ainda nem havia sentido no meu braço por conta de toda a adrenalina. Deveria ter acontecido quando eu passei pelo buraco da cerca.

Vou até o banheiro e pego um kit de primeiros socorros. Ele me senta no sofá e faz o mesmo ao meu lado. Styles abre a caixa e pega algumas coisas para limpar e fazer o curativo.

Esse Harry que está na minha frente é diferente. Ele fazia o curativo com todo o cuidado do mundo, tendo certeza que não iria me machucar.

- Pronto. - ele sorri vendo o meu braço enfaixado.

- Obrigada. Mesmo. - sorrio de volta encarando o curativo. - Você está com fome? Vou fazer o jantar agora mesmo, é o mínimo que eu posso fazer depois da sua ajuda.

- Sabe que não me deve nada. Mas eu não vou recusar o jantar. - ele guarda algumas coisas que usou dentro da caixinha.

Fomos até a cozinha e ele se senta à mesa enquanto eu pegava algumas coisas dentro da geladeira.

- O que quer comer? - pergunto olhando dentro da geladeira.

- O que tem? - ele pergunta de volta.

- Tem uma massa de macarrão que a minha tia trouxe da Itália. Ainda não fiz, posso fazer um molho e a gente experimenta juntos. - sorrio.

- Parece ótimo. - ele diz animado.

Pego tudo que eu ia precisar e começo a preparar a massa.

- Onde aprendeu tudo isso? - ele pergunta vendo eu fazer algumas coisas no fogão.

- Minha família é brasileira, lá a gente tem prato de tudo que é lugar então... eu sei fazer de tudo um pouco, principalmente massas. Aquele país ama comida italiana. Aprendi muitas coisas com a minha avó, ela foi a pessoa quem me ensinou tudo o que eu sei sobre culinária. - sorri ao me lembrar da vovó. - Minha família sempre fez comida aos montes porque somos em grande número. Acabei aprendendo a cozinhar para poder receber todos eles na minha casa.

- O cheiro está ótimo. - ele diz cheirando o ar. - Minha família sempre foi exagerada com comida, também. - ele sorri.

- Já está quase pronto. - disse enquanto colocava alguns temperos no molho.

Peguei os pratos dentro do armário e coloquei um suco natural na mesa. Fiz os nossos pratos e começamos a comer. Estava divino.

- Uau, acho que esse é o melhor macarrão que eu já comi em toda a minha vida. - Harry disse antes de colocar mais uma garfada dentro da boca.

- Realmente, até eu me surpreendi. - rimos.

- Vou levar você para trabalhar na minha cozinha, Carol. - deu um gole no suco.

- Eu vou cobrar bem mais caro. - levantei uma sobrancelha.

- Se você me garantir que faz essa comida deliciosa, eu pago o que for necessário. - ele ri.

Estava um clima muito gostoso entre nós dois, nem parecia que ele era o meu chefe e que eu estava tentando evitar ter qualquer tipo de contato com ele. Mas hoje foi meio que imprevisível, ele me ajudou quando eu mais precisei. Devo uma a ele.

Conversávamos casualmente e ele dava umas risadas bem gostosas. Nunca me senti tão tranquila ao lado dele, parece que a cada conversa a tensão entre nós dois ia desaparecendo.

- Preciso falar com você. - ele diz depois que lavei a louça. Já estávamos na sala sentados no sofá. - Mas não sei como dizer isso...

- Seja o mais direto possível. - rio.

- Gostaria que viesse morar comigo. - ele diz coçando a nuca e o meu sorriso some em seguida.

Carolina | HSOnde histórias criam vida. Descubra agora