Prólogo I - Capítulo I - A Lua de sangue

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   Prólogo I

Os humanos e criaturas mágicas já viveram no mesmo lugar, como um só povo, todos eram irmãos, seguidores das grandes deusas gêmeas, criadoras da magia e do destino, tão antigas quanto a luz e a escuridão, tão poderosas quanto os gêmeos do caos. O mundo que criaturas e os homens viviam era chamado de; Acropole. Uma grande cidade feita de mármore, com detalhes banhados a ouro, seus portões eram prateados e também dourados, isso tudo em grande harmonia com a floresta, que era presente até em suas grandes cidades. Dragões e gaviões voavam pelo  mesmo céu, o enchendo de vidas, como sereias e golfinhos encantaram os oceanos, e a aqueles que os navegavam. 

 Elfos do Sol elfos da floresta cantando doces melodias, que faziam todos seres ali dançarem e beberem com alegria. 

   O Reino respirava magia e sua grande fonte era a mão sagrada de Oy o deus do infinito. Essa harmonia durou certa de três mil anos. Até que tudo mudou. A mão de Oy havia sido roubada! e com seu desaparecimento.... Surgiu uma certa desconfiança no reino. O rei da época era um humano, Dreyfus, o primeiro humano no poder. Conforme o tempo passava, Acrópole morria um pouco mais, suas grandes construções desmoronavam, levando muitas vidas, não apenas isso, mas também, a paz e a esperança de muitos.

 O rei sabendo que ss partes mais distantes do reino seriam as primeiras a cair, acabou por decretar que todos os humanos fossem para mais perto do centro, assim fazendo os sobrenaturais irem mais para o exterior, os obrigando a viverem com o medo da destruição de seu lar, o que gerou certo desconforto a eles. 

  O tempo passou e parecia que os humanos haviam achado um forma de substituir o gerador de energia mágica do reino, era uma magia nova, na qual só o rei e alguns sabiam qual era, mas diziam ser mais poderosa que a mão de Oy.

  Com isso, o rei permitiu que algumas criaturas fossem viver no reino central, a verdade é que ninguém mais sabia notícias desses que para lá foram. Desconfiados dos humanos, os elfos da floresta mandaram um pequeno grupo para descobrirem o que estava se passando , ao fim de três dias, eles deveriam retornar com noticias. 

Capítulo I - A Lua de sangue 

  Era noite! os elfos, as raposas, os lobos e vampiros compartilhavam da mesma refeição. rodeados por suas casas, dentre as ruínas do Reino esquecido, parte que havia sofrido mudanças após a queda da magia de Oy. A bela floresta que partilhava parte da cidade estava silenciosa! sem som dos animais noturnos, a lua cheia iluminava bem aquela noite fria.

  Não era um clima festivo, como outras vezes, era de tensão e desconfiança... poucas palavras eram ditas, o silêncio reinava entre todas as espécies, até mesmo o Lord elfo permanência calado. Os arbustos se mexem, fazendo todos olharem, mas o que saiu dele foi apenas uma lebre de caça.Todos então voltaram a relaxar, alguns até deram gargalhadas pelo susto que todos tomaram. 

   _Quem diria uma pobre lebre assutada, Iris assustar todos nós!_ Disse uma fada, enquanto bebia um pouco do seu hidromel. Novamente os arbustos voltaram a se mexer, assim como as folhas das árvores, com o vento que ali percorreu! Era um dos elfos que haviam sido enviados para o castelo dos humanos, mas ao verem, muitos gritaram, crianças choraram, de pavor ao verem que o jovem elfo havia sido cruelmente maltratado, tendo suas orelhas e um dos olhos arrancados, sua face era quase que irreconhecível, as roupas rasgadas deixavam expostas feridas, muitas feridas, parecia mover a boca, mas a voz não saia. Um ser se levantou, tinha os cabelos longos e liso, prateados, como a lua! seus olhos verdes, era apenas um composto de seu rosto desenhado com perfeição, chegando a ser até mesmo angelical, aquele era Gregorys, o líder elfo, que foi até então seu parente de sangue. Colocando as duas mãos no rosto do pobre jovem, de seus olhos escorrem lágrimas pelo seu rosto liso e fino, até então a ponta de seu queixo.

_Pelos espíritos sagrados da natureza, o que foi que fizeram com você? _  

   Abraçando seu companheiro, Gregorys pode ouvir o outro elfo, a dizer em voz baixa. 

  _F-fu-fugir!_ e essas foram suas últimas palavras, ainda sem entender direito, o lord se abaixou e pousou o "irmão " suavemente no chão, aquela noite, ele estaria de luto pelo seu irmão, não só por ele, mas por todas as outras vidas que se foram naquela missão. e então se virou para o seu povo, mas antes que conseguisse dizer alguma palavra, uma lança atravessou a sua garganta, assim o deixando incapacitado de pronunciar alguma coisa. O pânico foi inevitável, bem mais que o aparecimento do recém chegado, que por sua vez já estava basicamente morto. Vampiros e lobos se levantaram, assim como raposas e fadas, ao ver seu líder cair feito um boneco no chão, deixando uma poça de sangue em sua volta, aos poucos.

  Muitos correram, gritando de desespero, mães carregavam seus filhos nos braços, outras puxavam pelo braço, como também muitos dos "homens" De sua espécie também fugiram, ficando apenas uma pequena parcela de criaturas para impedir o que viam dali em diante, para que os outros fugissem, mas tão pouco fizeram com a investida que receberam, por instantes a lua que brilhava no céu, deixou de iluminar a floresta, pois uma enorme chuva de setas em chamas começou a cair do céu, matando, ferindo e queimando quem fosse atingido.Essa era a investida humana! Levando centenas a caírem, a floresta então começou a pegar chamas, assim como as casas. 

  Dentre as árvores saíram centenas de soldados montados em cavalos! não, eram milhares! não era uma investida qualquer, essa noite havia sido planejada, pensou uma raposa, que logo foi uma vítima das flechas, uma criança chorava em meio a aquela bagunça, em meio aos corpos caídos, em meio aos gritos, ao fogo que começava a assumir uma certa proporção. 

Conforme iam fugindo, os soldados se aproximavam, quando chegavam perto o bastante, cortavam as suas vítimas como fossem papel, nenhum deles pareciam ter uma parcela de piedade em suas faces, tudo que se via era ódio. 

Uma pobre elfa acabou por ser atingida na perna por uma flecha e caiu no chão, assim largando seu filho, que mais para frente viu a mãe ferida. 

   _Fuja! Por favor...._ A mulher gritou para o filho que corria em sua direção, com lágrimas nos olhos, assim como sua mãe, ele não queria que sua mãe fosse morta, ele tinha de a salvar, de alguma forma ou outra, com a mãe tentando se levantar, o filho viu um soldado se aproximar.    _MAMÃE_ O grito da cria prestes a perder a mãe foi tão alta que ecoou, por toda o campo de batalha, ampliado pelo desespero, mas o grito não foi suficiente para proteger quem de fato lhe era importante, o mesmo a viu ser dividida ao meio por uma espada, ah pobre criança, que sentiu o amargo tão cedo, aquilo estaria marcado para sempre em sua vida. Logo um crocitar ecoou por toda floresta, e dela inúmeros corvos surgiram, formando uma enorme nuvem negra de aves, que parecia terem sidos coordenadas pelo grito da criança. 

  Os corvos voavam sem medo, rasgando e devorando as partes desprotegidas daqueles malditos soldados, até mesmo dos cavalos, o desespero já não era mais só de um lado, agora ambos dividiam o mesmo sentimento, com aquilo os humanos não seriam capazes de avançar, mesmo que cortassem um ou dois corvos, ainda tinha muito mais. Aquela foi a última visão que o pequeno Polodriel teria dos humanos naquela noite tão vermelha. O pequeno sentiu o braço de alguém que nem sequer ele prestou atenção, o carregar para longe dali, mas tudo que ele gravava era o desespero daqueles demônios, daqueles malditos demônios. 

  Já distantes de Acrópole, as criaturas místicas de uma enorme montanha viram os primeiros raios do Sol, finalmente, amanheceu. Mesmo longe, podiam ver as nuvens de fumaças vinda de Acrópole, do reino esquecido, o antigo lar. Juntamente com o dia, a dor de perder irmãos, mãe, pai, amigos e até mesmo conhecidos, veio a tona, muitos ali pareciam traumatizados, outros choravam e jogavam pragas aos humanos. 

  _Nem mesmo os demônios conseguem ser tão cruéis quanto aqueles malditos!_ Exclamou uma bruxa, sua voz estava cheia de ódio, assim como o coração. 

   Aquela noite não apenas marcou Polodriel, mas como todos os outros que viveram aquele inferno, o que restava saber era, qual o motivo dos humanos atacarem assim, quais motivos foram dados a eles?! isso infelizmente seria uma pergunta sem resposta, pois ninguém iria querer arriscar de voltar para saber da verdade. 

Heartless city - As deusas gêmeasOnde histórias criam vida. Descubra agora