Prólogo

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Já passava da meia noite e eu continuava a da voltas no quarteirão. Ultimamente essa era a minha rotina noturna, o sono nunca vinha cedo e quando vinha era acompanhado de pesadelos. Minha casa ficava localizado em um sofisticado bairro, então não havia muito perigo em perambular por ele naquele horário. Mas, depois de mais de meia hora andando em círculos cheguei a infeliz conclusão que aquilo não funcionava mais, precisava andar para outros lugares.

Segui com passos lentos até o bairro seguinte, passei por várias lojas de conveniências, mas nenhuma chamou minha atenção, sinceramente eu nem mesmo observava nada ao meu redor. Sentia que nada mais conseguiria fazer como que sentisse alguma emoção. Minha vida só restavam pesadelos e acordar aos gritos na madrugada, vultos me perseguindo sempre que fechava os olhos, nem mesmo a medicação conseguiam mantê-los afastados.

Soltei um suspiro alto.

Olhei ao redor e notei que andei mais do que pretendia, não prestava realmente atenção aonde meus pés me levavam. Até que fitei o outro lado da rua e vi a boate com um grande letreiro neon brilhando.

O nome Neverland saltava com seu brilho avermelhado.

Neverland? O nome gerou curiosidade.

Segui até a entrada onde apresentei minha carteira de identidade. Adentrei o ambiente e logo fui tomada pelo barulho ensurdecedor da música eletrônica. Corpos se jogavam de uma lado para o outro, homens e mulheres se moviam energeticamente ao ritmo das batidas. Passei a vista pelo local absorvendo o que via, a boate possuia uma vasta coleção de sofás de coros que estavam espalhados por diversos cantos, o bar ficava bem no centro e notei a variedade de bebidas que eles possuíam. Olhando mais um pouco notei que algumas mulheres dançavam semi nuas em cima das mesas e vi homens jogarem dinheiro para as mesmas. Até aquele momento não tinha notado que estava em uma boate de strippertease.

Nunca havia ido em um local como aquele, o choque tomava conta do meu rosto. Precisava de uma bebida e forte.
Dirigi-me até o bar e pedi um copo de whisky puro.

O barman me fitou com um semblante curioso. Será que ele nunca virá uma garota beber sozinha e uma bebida forte como whisky?

Desceu rasgando na garganta, mas eu precisava daquilo. Pedi outra dose, não estava com vontade de ir embora agora e aquilo me surpreendeu.

Outra dose.

E depois outra.

De repente todas as luzes se apagaram, mas antes que eu pudesse entrar em pânico uma música lenta e sensual começou a tocar ao mesmo tempo que luzes néon vermelhas apontaram para o centro da boate. E ali, naquele momento sentir como se meu mundo parasse, o vi pela primeira vez.

O corpo do rapaz se movia em perfeita sicronia com a música, seu braços faziam movimentos sexys deslizando por seu corpo esbelto. Ele estava todo vestido de preto, uma calça de couro apertada nas coxas torneadas e uma fina camisa que dava de ver toda a pele por baixo. Pude sentir minha boca ficando seca, não entendia o que aquilo significava, meu corpo reagiu de forma quente e também não sabia o porquê do rapaz está ali, pensei inocentemente que apenas as mulheres se apresentavam.

Mas uma surpresa para minha noite.

Os olhos das pessoas ao redor, tanto homens como mulheres, exibiam desejo e luxúria. Era nítido que todos desejam o corpo daquele dançarino de cabelos castanhos e longos. A luz fazia sombra na sua pele amendoada dando a ele uma aura de superioridade. Por um breve momento pude sentir os olhos do dançarino se prenderam aos meus e um pequeno sorriso brotou nos lábios rosados e carnudos.

Suas íris brilhavam em um vermelho carmim.

Vermelho? Sua visão estava péssima, só pode.

Mas uma coisa era certa, não lembrava como se respirava.

Poderia ser coisa da minha cabeça, mas eu podia sentir os olhos dele se voltando para os meus algumas vezes.
A cada movimento dado por ele meu corpo esquentava cada vez. Estava perdida naqueles movimentos. E para finalizar sua dança o rapaz tirou bruscamente sua camisa e exibiu o corpo mais perfeito que já virá em toda a vida.

Todos suspiraram quando viram o pequeno piercing no mamilo esquerdo.

Agora era oficial, eu estava excitada como o caralho.

E com um piscar de olhos o dançarino sumiu da minha vista.

Incubus ~ Eren JaegerOnde histórias criam vida. Descubra agora