Ray 81194 - Minha pintura preferida.

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— Phill, tome cuidado com os pratos! — Falei para o pequeno garotinho que tentava a todo custo trazer uma pilha maior que si mesmo, revirei os olhos sem paciência para cuidar de uma criança tão teimosa. O moreno, por outro lado, me ignorou e continuou correndo em direção a sala de refeição. — Ora seu pirralho... — Minha voz saiu arranhada e cheia de raiva.

— Se acalme S/n, ele é apenas uma criança, não sabe o que faz. — Mama aperceu ao meu lado tocando meu ombro e me olhando com um sorriso gentil, suavizei minha expressão e me soltei de seu toque para correr atrás do menino que estava prestes a ocasionar um acidente.

— Farei o meu melhor. — Respondi após um aceno e me virei caminhando apressadamente. — Ohayo, Emma. — Saldei, vendo ela tirar com delicadeza as lousas das mãos do menino atentado.

— Ohayo, S/n! Como dormiu essa noite? Eu estou ótima! Nunca estive tão feliz, minha vida com certeza não poderia ser mais feliz, estou alegre de te ter aqui comigo! — Desatou a falar, nervosa demais para tão cedo. Tombei a cabeça para o lado vendo Norman e Ray se aproximarem. — Ohayo meninos!

— Ohayo, Emma. — Norman disse sorrindo para ela. Os olhos meigos e azuis se fecharam com o gesto que parecia ser direcionado somente para a ruiva, era como se só a presença dela o roubasse o foco.

— Hm. — O moreno soltou um barulho com um nanear de cabeça, essa era a forma mais amigável dele dizer "bom dia".

Dei de ombros e olhei em volta, não tinha mais lugar a não ser do lado dos três prodígios então como de costume, após ter pego um pedaço de pão e uma maçã, andei para a porta afim de tomar meu café no jardim lindo e enorme. Era como o único momento do meu dia em que tinha paz, sempre gostei do silêncio e ver as crianças correndo e gritando como se estivessem em perigo me dava dor da cabeça.

— Onde pensa que vai?! — A irmã apareceu em minha frente botando as mãos nos quadris e se prostrou para frente ficando os calcanhares no chão. — Venha! Nada melhor do que comer em família, não acha?! — Parte do refeitório estava em silêncio, observando a cena.

Tocar nesse assunto não era minha praia, e eu odiava quando a irmã vinha forçar algum tipo de amizade comigo. Seu jeito falso de conquistar os outros não funcionava em mim.

— Licença. — Mordi os lábios contendo o impulso de lhe espancar o rosto quando o sorriso só se alargou.

— Não quer um café da manhã com sua família? Vamos, se sente ao meu lado. Você é muito esquentadinha, mas eu sei bem como lidar com crianças birrentas.

— Você não ta se achando muito pra se considerar minha família? — Vi com clareza seu rosto antes cínico se retorcer em uma carranca e seu nariz grande se enrrugar ao decorrer do prosseso. - Não fale como se eu me importasse com sua existência, não force uma relação que não temos. — Ela ainda parecia processar o que eu disse quando eu abri a boca novamente. — Licença, não seja ainda mais mal educada. — Falei alto o suficiente pra que Mama e seus bebês olhassem em nossa direção, agora totalmente ereta e com uma olhar assustador ela me olhava de cima. Não me senti abalada e continuei esperando pela passagem, mesmo com sua mudança tão significativa de postura. Levou seu foco para algo além de mim e devagar, deixou o caminho livre para que eu pudesse ir.

Passei por ela tombando meu ombro em seu corpo e abri a porta com ríspidez chegando ao campo.

Respirei fundo inalando o perfume de todas as flores presentes ao ar, caminhei ouvindo o som dos pássaros e senti os raios do sol cobrindo minha pele, junto a luz veio o habitual calor da primavera que desabrochava igual a um botão de rosas.

Uma brisa boa me acometeu e era como se com ela a minha raiva fosse embora, deixando só uma sensação boa e acolhedora no seu lugar.

Sorri realmente feliz com a vasta floresta que cobria o horizonte até onde meus olhos poderiam ver, o verde reluzia a cada centímetro do espaço a minha volta.

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