32. Dor e Decepção

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LEE YUNI | 02:40am

"Você é chamada de Barbiezinha de bandido, porque Jeon Jungkook é um bandido"

A cada palavra lida, sinto meu coração acelerar e errar todas as batidas. Logo, faço uma analogia comigo mesma e isso me faz chorar. Eu estou chorando, estou gritando.

É como uma casa de cartas. É como uma fodida casa de cartas, que desmorona seja de qual for a altura. Uma hora, ela sempre desmorona, a não ser que você cole todas as cartas com cola. Contudo, caso isso seja feito, o peso não seria suportável para cartas tão finas e cairia do mesmo jeito.

Não importa, não adianta. A casa sempre cai. Ela pode aguentar o tempo que for, mas, ela sempre vai cair. E a minha casa de cartas caia naquele exato momento. Os meus olhos se enchem de lágrimas conforme as palavras lidas repassam em minha cabeça como um mantra.

Mesmo com os olhos repletos de lágrimas, ainda consigo enviar uma mensagem para Jungkook. Peço seu endereço, porque preciso saber se isso de fato é verdade, mesmo que algo dentro de mim diga que é.

Quando Jungkook me responde com o endereço, eu soluço. Lendo o amor, lendo a palavra amor. Amor, o que é amor para ele?

A única coisa que eu desejava saber era sobre tudo aquilo que eu li. Se de fato há amor, por que ele mentiu? Por que não me contou? Por que fez todas essas coisas e não me disse?

Minhas mãos tremem e eu respiro fundo. Tento me acalmar, ou eu sei, de todas as formas que vou surtar. Posso ouvir meu coração, e ele grita por ajuda. Ele grita de desespero por saber quem ele é.

Mas, além de tudo, ele grita de medo. Medo por saber quem ele é, as coisas que fez e os motivos pelos quais fez. Por mais que nas mensagens, o cara tenha dito que é por puro dinheiro. Por deus, tirar vida de pessoas, por dinheiro. Causar acidentes, tudo por dinheiro.

Eu não consigo me impedir de chorar. Seguro minha camiseta em uma maneira de acalmar me agonia, mas, isso me faz engasgar ainda mais e eu soluço. Do jeito que estou, me levanto.

Puxando comigo meu casaco, eu levo meu celular junto. Não consigo me importar com o fato de estar apenas de chinelos e usando pijama de coelhos. Isso não é o x da questão.

Olho uma segunda vez o endereço e respiro fundo, pedindo por um táxi. Mesmo sabendo que táxis aquelas horas demorariam a chegar, me arrisco a pedir.

Respiro fundo, engasgando a cada sentimento novo que surge em meu peito. Mas, me sinto aliviada por minha mãe não estar em casa. Me sinto aliviada, porque justo naquele momento, ela resolveu ir visitar uma amiga.

Ela não precisa enfrentar essa dor, ela não precisa saber disso. Minha mãe não precisa saber que a pessoa que conquistou também o coração dela como genro, machucou o coração da filha dela de forma grosseira.

Meu corpo treme, colapsa. Eu suspiro, respiro, inspiro e desejo coisas que nunca desejei em minha vida. Ao mesmo tempo que temo, desejo que não seja.

Desejo que seja apenas uma brincadeira de mau gosto, uma brincadeira. Uma única brincadeira.

Tento me convencer do contrário, penso em desistir. Mas, meu corpo não me obedece e quando vejo, já estou dentro do táxi. Indo em rumo a casa de Jungkook. As lágrimas caem mais fortes pelas minhas bochechas e eu soluço cada vez mais forte.

Minhas paranoias se fazem presentes e as coisas que antes não me pareciam nada, se tornam cada vez mais claras.

Skip time; casa de Jungkook, 03:20am

Fuck Boy ©Onde histórias criam vida. Descubra agora