New Orleans

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CAPÍTULO 1: NOITE REBELDE

New Orleans, 1974.

— Como é bom estar em casa! — Chanyeol gritou com os lábios praticamente colados ao microfone.

No momento em que a luz branca se sobrepôs a imagem alta e ressaltou a aura rebelde do roqueiro, um coro de gritos ecoaram até as charmosas orelhas salientes do cantor. O sorriso se alargou pelo rosto simétrico e considerado perfeito e suas mãos se pousaram sobre as cordas da guitarra vermelha que trazia consigo. Os dedos dedilhavam as notas como se a música estivesse pronta há séculos e a voz rouca e grave fazia com que o público suspirasse e entrasse na vibe que a letra animada trazia.

Era uma enorme casa de show, totalmente lotada por grupos punk e roqueiros que só queriam festejar naquela noite. O revestimento de madeira por dentro e as lâmpadas vermelhas deixavam o ambiente sexy e selvagem, do jeito que o público de Chanyeol gostava. Ele não ficava muito atrás, afinal, era conhecido pelos shows cheios de polêmicas e letras com duplo sentido, totalmente diferente das letras que cantava quando estava no começo da carreira. Atrás da estrela, a banda seguia o ritmo da música e atrás dos palcos, uma equipe corria para todos os lados, certificando-se de que tudo estava perfeito e alguns estagiários corriam com bebidas para o camarim do rockstar.

Do lado de fora, o público que não conseguiu comprar os ingressos gritava escandalosamente na esperança que Chanyeol os escutasse, mas obviamente não aconteceu. Em sua maioria, as mulheres deliravam apenas por saber que aquele homem estava lá, com aquele perfume impossível de não reconhecer e aquela expressão de arrogância que, por incrível que pareça, atraía muita gente. Os rapazes também se sentiam atraídos, não só pelo rosto belo e corpo perfeito, mas também pelo estilo e talento. A guitarra de Chanyeol era o acessório mais procurado pelos fãs de rock nos Estados Unidos e pelo resto do mundo, seja onde sua música fosse.

Chanyeol não era somente um músico. Era um astro do rock. Era a tendência estrangeira mais popular que os próprios nativos.

Era como se sua alma fosse composta por notas musicais e uma pitada de estilo. Era um líder nato, um cantor sem igual, um produtor incomparável e obviamente um compositor brilhante.

Aos vinte e cinco anos, o sul-coreano havia conquistado o mundo com suas músicas cheias de ideologias e rebeldia. Era um revolucionário da música.

E, assim como todo grande nome do rock, Chanyeol também era conhecido por seu temperamento difícil e suas crises de estrelismo durante os shows.

A música que tocava agora, no meio de seu show, era Rockstar. Ele sorria toda vez que cantava essa música, porque escreveu bêbado em um pedaço de papel higiênico num bar e a letra falava sobre como ele queria ser rico e lendário. As pessoas na casa de show ficaram ainda mais empolgadas, afinal, essa era sua música mais famosa. Os gritos da plateia não impediam Chanyeol de prestar atenção no ritmo, mas o fato de gritarem tão alto quanto ele simplesmente o irritou.

E o que começou como um show de rock acabou como show de horrores assim que o cantor largou a guitarra caída no chão e empurrou o microfone para longe, deixando a banda perder o ritmo. As pessoas se entreolhavam de forma esquisita, como se questionassem o motivo daquilo. Chanyeol apenas deu de ombros e jogou o resto dos instrumentos no chão, chegando a atingir uma das baquetas em um fã que lhe tentou agarrar a perna. E daquele jeito, pôs fim a mais um de seus shows mal sucedidos.

A aura arrogante parecia estar enraizada em seu rosto, andava com a cabeça erguida em direção ao camarim enquanto ignorava as palavras de seu agente e sua equipe de organização atrás de si, falando como um bando de tagarelas insuportáveis.

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