O último golpe.

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As segundas-feiras sempre eram as piores. Odiava aquele dia da semana, era tedioso, solitário e chato. E estando num momento nada bom, aquilo ficava mil vezes pior. Queria ter forças para sair de casa e se divertir com seus amigos, até mesmo com pessoas desconhecidas que conhecesse aleatoriamente por qualquer caminho da cidade.

Park Chanyeol soluçava alto enquanto terminava de colocar as fotos de sua família dentro da pequena caixa de madeira já desgastada. Desde que chegou em sua casa, estava jogado no meio da sala principal. Algumas horas antes, decidiu liberar todos os funcionários dos afazeres mais cedo. Sua cabeça doía como um inferno e nenhum remédio que tomasse conseguiria livrá-lo daquela dor insuportável. Muito menos a dor que esmagava seu coração com força. Nada poderia curá-lo daquele trauma infernal.

As garrafas de bebidas vazias tomavam conta do piso de porcelana. A mesinha principal da sala estava uma verdadeira sujeira, desde coisas proibidas até restos de comida. Já havia perdido as contas de quantas vezes havia chorado, bebido e até mesmo feito outras coisas piores para tentar aliviar a sua dor. Ele queria se livrar daquela tormento sem fim, mas não sabia como. Tentava afogar todo o seu sofrimento em bebidas, mas parecia que tudo piorava cada vez mais. Ele não conseguia achar uma saída para aquilo tudo.

O rockeiro não conseguia parar de pensar. Quando havia ficado tão fraco? Quando ficou tão sentimental? Por que tudo aquilo estava acontecendo tão de repente? Por que além de machucar a si mesmo, também estava machucando outras pessoas? Não queria ser como Chanwoo, nunca. Tinha uma promessa de que nunca seria como o seu pai, e por isso evitava qualquer relacionamento por medo de ser uma vítima da traição que o ser humano era capaz de fazer, mesmo prometendo estar ao seu lado até que a morte os separasse.

Chanyeol deitou no sofá de couro preto, olhando para o relógio redondo da parede, forçando totalmente a vista por estar tão embaçada por conta das lágrimas. Ainda era uma hora da tarde e o dia não acabava nunca. Havia ficado tanto tempo naquele chão frio que acabou perdendo a noção do tempo.

Quando levantou-se, sentiu sua dor de cabeça piorar mil vezes. Uma pontada forte e dolorosa. Seu corpo não parava de suar por um minuto e o seu coração parecia uma máquina que não parava um segundo. Piscou algumas vezes, tentando enxergar direito para que não tropeçasse em uma das garrafas, mas a tontura era horrível ao ponto de deixá-lo totalmente desequilibrado. Encostou a palma da mão no abajur, derrubando-o contra o chão e assustando-se com o barulho alto.

Não estava acreditando que aquilo estava acontecendo de novo.

O choro se intensificou, ficando mais alto ao ponto de irritá-lo. E antes que pudesse pegar o telefone para ligar para a ambulância ou qualquer pessoa que pudesse ajudá-lo, caiu contra o sofá, derrubando a garrafa de vidro que espatifou-se, espalhando cacos por toda parte.

[...]

Yixing quase arrancava os próprios cabelos dentro daquele estúdio. O que Chanyeol estava querendo fazer com a própria carreira? Não era possível que aquilo realmente tivesse chegado a um péssimo nível. Sua esposa tentava o máximo lhe acalmar para que não surtasse de uma vez.

Assim que aquela maldita entrevista havia chegado até as emissoras de televisão, Zhang correu feito uma onça para ligar para todos os jornais pedindo para que desmentissem a tal rivalidade entre seus dois grandes artistas. Nunca em sua vida iria chegar ao nível de criar intriga entre dois profissionais, nem que eles se odiassem.

Não conseguia compreender tudo o que estava acontecendo. Chanyeol que havia feito tanta questão em botar Baekhyun para gravar um álbum e do nada estava agindo daquela maneira tão ridícula e deplorável. Não sabia até quando aquele comportamento duraria, mas estava decidido em cortar o mal pela raíz. Não deixaria Chanyeol afundar Baekhyun, todo o seu trabalho e muito menos a sua empresa.

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