CAPÍTULO | 01

96 10 9
                                    

Eu sou uma pergunta... Sou tudo
o que não há explicação
Sou alguém em constante construção 

- Clarisse Lispector

- Clarisse Lispector

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

TAYLOR JONES

Honestamente, acho que nunca entendi a necessidade das pessoas precisarem de alguém. Porque para mim ter uma pessoa não bastava. Eu queria tudo, queria todos... E hoje em dia, eu talvez realmente tivesse tudo e todos em minhas mãos.

E talvez, eu devesse ter tido cuidado com o que desejava.

Sentada na areia da praia, afastada de todos, estava eu, Taylor Jones, a garota mais desejada, e também odiada da Galathy High. Lidando mais uma vez com meus batimentos acelerados e a respiração desregular.

Uma brisa gelida de vento fez os pelos de meus braços se ericarem por conta da pele desnuda, coberta apenas pelo biquíni vermelho e os shorts jeans. Meus olhos instintivamente se abriram e um arrepio correu meus ossos. Eu tentava me concentrar no som das ondas quebrando nas pedras, enquanto fazia exercícios de respiração. Contudo, o cheiro de cerveja e maconha não permitiam que meus neurônios focassem em merda alguma.

Com certeza, uma festa era o pior jeito de começar um ano escolar. Estávamos em uma praia, a Dawn beach. Comemorando o fim dos últimos momentos do verão. Vários adolescentes cheios de hormônios estavam presentes na praia privativa dos Adam's. Bebidas, drogas e música alta. Todos juntos em um único lugar.

Ao olhar ao redor, podia se observar o extenso deck de madeira, decorado com bolinhas luminarias. Cheio de copos e garrafas vazias jogadas pela extensão. Na areia, em cadeiras de praia, alguns adolescentes bêbados, outros chapados e alguns se pegando freneticamente onde existisse o mínimo de sombra para os esconder.

Já que a Dawn beach era uma praia privada de uma família influente, ninguém chamaria a polícia para uma festa de adolescentes riquinhos.

E daí que já passavam das três e meia, teríamos um ano inteiro para enfrentar em menos de quatro horas. O início do terceiro e último ano estava prestes a começar. Toda essa merda era assustadora e entediante ao mesmo tempo

Meus sentidos estavam entorpecidos, o álcool presente no meu organismo não me deixava raciocinar com total eficácia. Meus ombros estavam relaxados, os olhos pesados e minha cabeça mais lenta do que o habitual. – O que no momento, era tudo o que eu precisava. – Fazer com que meu cérebro parasse, que todos os pensamentos se sufocassem.

— Vai ficar aí sentada olhando pro horizonte, ou vai vir se divertir? Estamos ganhando no beer pong! - Maya, minha melhor amiga sentou-se ao meu lado na areia de supetão, fazendo alguns minúsculos grãos subirem no ar.

Little MonstersOnde histórias criam vida. Descubra agora