One coffee, one cat and one family

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– Já pegou tudo Eri? – Escutei Shinso gritar do seu quarto.

– Já sim Nīsan. – A voz da garota se espalha pelo corredor. – E chequei tudo duas vezes. – Complementa.

– 'Ta levando o carregador da câmera? – O adolescente gritou com aquele tom meio debochado. Igualzinho o Aizawa.

Em contra partida ouvi o silêncio de Eri como resposta, a risada do moreno do andar debaixo, provavelmente deitado no sofá com o Banguela (Nosso gato preto, filhote do Fúria) deitado encima dele, igual eles estavam há dez minutos atrás. E eu só soltei um riso baixo, terminando por fim de arrumar minha mala pra nossa viagem.

Carregando minha mala até o primeiro andar, vou passando pelo corredor cheio de fotos da nossa família.

No aniversário do Aizawa, quando Shinso segurou a Midnight, mãe do Banguela, Aizawa com o Banguela no colo pela primeira vez, a (não tão mais) pequena Eri com o uniforme da escola no primeiro dia de aula dela, uma foto de todos abraçados, nosso primeiro halloween juntos, nossa primeira viagem em família (Fomos pra Disney, sem julgamentos capitch?), uma foto da Eri com o Shinso, ambos de arquinho com orelhas de gato, entre outras várias. Cada uma delas marcando esses dois anos e meios que estávamos juntos. Elas marcaram a formatura do Shinso e entrada dele na faculdade de psicologia na USJ, marcaram a ida da Eri pra UA, além de várias viagens com o Fúria (atualmente esse gato folgado mora no orfanato com a Inko), a Midnigth (essa que por sua vez mora com a gente, mas é da nossa vizinha Nemuri Kayama, também professora da UA) e claro, nosso gatinho preto birrento e extremamente preguiçoso Banguela.

Terminando meu momento de nostalgia, levanto a mala ao descer as escadas, me deparando com meu marido deitado com o Banguela sentado na cara dele, literalmente. Seguro meu riso ao ver a cara de tédio do Banguela.

Sem conseguir resistir, deixo a mala no chão com cuidado pra não fazer barulho, pego meu celular e tiro uma foto da cena a minha frente.

– Amor? Ta tudo bem? – Pergunto guardando meu celular novamente no bolso da calça.

– Hum. – Ele murmura de volta.

Avanço mais um pouco, dessa vez parando em frente ao moreno, me abaixo bem lentamente e tiro o gato preto do seu lugar.

– Não pode sentar na cara do Zawa quando ele tiver dormindo. – Falo olhando pra ele, que retribui com um miado entediado.

– Ah, mas sentar na minha cara quando eu tiver acordado pode né? – Aizawa fala sonolento.

– Claro que pode. – Ponho o gatinho no chão de novo. – Vamos, levanta que você tem que arrumar suas malas. – Dou um selinho nele e puxo ele pelo braço.

– Você não pode arrumar pra mim não? – Meu marido deita a cabeça na minha barriga enquanto faço um cafuné na nuca dele. – Se você continuar eu vou dormir. – O moreno resmunga.

– Não, não posso. O acordo era: Cada um arruma sua mala, pra não ter confusões iguais as que aconteceram na viagem pra Ishigaki¹, lembra? – Falou olhando pra ele e puxando levemente seus cabelos pra ele olhar pra mim. Ainda arqueio a sobrancelha pra destacar mais ainda minha fala.

Aizawa faz um bico.

– Ok. Não precisa lembrar desse ocorrido. – Semicerra os olhos.

– O que? Só porque todas as roupas ficaram misturadas durante a viagem e você acabou usando um blusão de unicórnio da Eri sem querer? Ou porque eu tirei uma foto e usei como chantagem por dois meses?

O moreno me solta e se levanta, indo pro segundo andar, provavelmente nosso quarto, pra arrumar suas malas.

Vou ressaltar que, todo o caminho feito por ele, ele pisou forte e ficou com um bico.

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