2.

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A campainha de Harry tocou incessantemente no sábado de manhã. A princípio, ele jurou que estava sonhando, porque não teria como alguém subir sem o porteiro avisar. E nenhum vizinho bateria. Mas à medida que as batidas continuaram e foi ficando difícil voltar a dormir, ele aceitou que era real.

— Porra — murmura Harry levantando-se da cama, sentindo o peso de ter bebido muito vinho na noite anterior.

Ele não estava completamente bêbado quando foi dormir, mas a dor em sua cabeça não parece ligar para isso. Mas tudo bem, ele pode lidar com isso — assim como pode lidar com sua demissão.

Ainda com os pensamentos lentos, Harry abre a porta sem perguntar quem é, encontrando Louis Tomlinson, seu ex-chefe babaca, parado com um sorriso torto e mãos nos bolsos.

— Bom dia, senhor Styles — cumprimenta ele. — Podemos conversar?

Harry apenas o encara, pensando em como nunca viu Tomlinson tão hesitante e sem graça. Ele sempre irradiou aquela energia de estar seguro de si e saber para onde está indo e o que está fazendo. Ninguém do escritório duvidava do que ele dizia, tamanha era a certeza.

Qualquer dúvida eu surgisse, Louis Tomlinson sempre saberia como resolver e muitas vezes Harry se questionava sobre isso — essa fé cega em Tomlinson.

Seja como for, ele nunca o viu errar e isso não contrasta bem com o homem parado a sua frente, fazendo diversas teorias surgirem na mente de Harry, mas nenhuma que valha a pena pensar a essa hora do dia.

— É claro — responde ele saindo da frente da porta, por que o que mais ele poderia dizer?

Se Louis notou sua voz baixa e rouca de sono, não demonstrou, apenas entrou e esperou por Harry, em pé, no meio de sua sala.

— Desculpa pelo horário, mas quis vir aqui o mais rápido possível. — Começa ele ao entrar no apartamento. — Gostaria de pedir desculpas pelo mal-entendido e informar que o senhor poderá continuar a trabalhar conosco, se desejar.

Ainda tentando acordar completamente, Harry coça os olhos e pensa sobre as palavras de Louis. Ele sabia que sua carga de trabalho estava mais pesada que de seus colegas, mas nunca imaginou que Louis iria mesmo verificar as atribuições de cada um e admitir seu erro.

Além disso, ele não queria reclamar sobre isso com Tomlinson, pois realmente acreditou que poderia dar conta, confiou que, se estavam passando todas aquelas coisas para ele fazer, deveriam acreditar que ele era capaz de resolver.

No final das contas, ninguém pensou se ele era ou não capaz, foi tudo uma questão de erro e falta de organização.

— Você poderia ter me avisado sobre isso antes daquela garrafa de vinho ali — responde Harry apontando para a garrafa que bebeu sozinho na noite anterior. A garrafa estava na metade, mas ele não dirá isso a ele.

Louis olha rapidamente para a garrafa e depois de volta para Harry.

— Parece ser um bom vinho — comenta —, e eu irei cobrir o prejuízo.

Ele deveria cobrir uma viagem para as Bahamas, pensa Harry. Idiota.

— Ok, obrigado — diz Harry saindo do caminho da porta, doido para se livrar de Tomlinson e voltar para sua cama, onde dormirá tranquilo sabendo que terá seu emprego de volta após o recesso.

Como não possui nenhum parente para visitar e seus poucos amigos possuem outros compromissos, Harry esperava utilizar os dias de folga para conseguir outro emprego, agora ele poderá... bom, não há nada para se fazer, mas ele encontrará algo. Ele sempre encontra.

the most wonderful time (of the year)Onde histórias criam vida. Descubra agora